39 - Por que você faz isso?

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Vamos de saber um pouco mais da Marie e Norminah hoje. Capítulo sério esse. Acontece em dois momentos também, assim como o anterior e o próximo.

A parte atual da história acontece depois de uma das "brincadeirinhas" na terceira temporada que muita gente ficou com ranço da CRIANÇA .

Deixem suas impressões.
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Narrador

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Dinah e Normani sabiam que ia ser difícil, mas não tinham imaginado que não saberiam o que fazer, como se toda orientação enquanto estavam se preparando para a adoção fosse um monte de nada. Como agir?

Elas sentaram frente a frente a Marie, que tinha o rosto baixo. Ambas sentiam um amor ensurdecedor pela menina. Era tão forte a ponto de doer, mas ao mesmo tempo a confusão que criava esmagava seus pulmões. Não conseguiam respirar e funcionar direito.

Nunca iriam esquecer de quando a conheceram pessoalmente, após dias vendo uma fotografia incansavelmente até decorarem cada cacho de seus cabelos bagunçados. Sua timidez durou vinte e cinco segundos, tempo suficiente para reconhecer as duas como adotantes antes de um misto estranho de sentimentos cruzar seu rosto.

Teria uma família! Mas e se não gostassem dela? Se imaginou sendo devolvida e todas as crianças rindo e comentando como era horrível. Fugiria se acontecesse! Preferia morar nas ruas a passar por isso.

No entanto, Marie era grande o bastante para lembrar de como foi abandonada depois que a mãe fugira da França com ela, dos tempos na rua e todos os perigos.

Sentiu medo na mesma proporção que felicidade, mas quando a mulher negra (Normani, pelo que disseram) abriu um sorriso e os braços e a grande mulher ao seu lado se abaixou, não teve reação senão largar tudo e correr. O abraço delas era quente como suas lágrimas. Era difícil reconhecer, mas pelo aperto entendeu que era de alegria.

Quando se afastaram, não começaram com "você é uma menina tão linda!" como via que as outras crianças eram recebidas (parte delas devolvidas, apesar da beleza física). As pessoas sempre querem crianças pequenas e bonitas, mas esquecem que cada uma tem um passado sem família ou com algo perturbador em relação a ela. Ser bonita algumas vezes não era suficiente. Normani e Dinah perguntaram como ela estava e se gostava mais de pizza ou hambúrguer.

- Eu gosto dos dois - foi o que respondeu, preocupada se iam achar sua forma franco-britânica de falar estranha demais.

- Então nós vamos almoçar hambúrguer e jantar pizza! - Dinah ignorou tudo e anunciou, segurando suas mãos pequenas e frias.

- Mas isso tudo só hoje, porque somos mães responsáveis - Normani brincou, colocando seu cabelo atrás da orelha.

Tinha cachos como ela. Isso foi legal. Ninguém que se preocuparia em se irritar ao arrumar seu cabelo. Ela entenderia.

Sorriu para as duas. Achou um começo promissor. E foi mesmo.

Marie se adaptou facilmente a rotina das duas, que não comentavam com ninguém quando era difícil e tinha uma atitude trabalhosa. Era íntimo. Isso a deixou confiante de que realmente gostavam dela.

Conversaram muito. Elas deixaram que contasse sua história e suas experiências que achasse que devia falar.

Normani e Dinah sabiam que crianças mais velhas podiam ser um desafio psicológico e comportamental, mas Marie era doce a maior parte do tempo, quando não estava brincando com alguma coisa indevida que aparentemente não sabia ser indevida.

Como quando dissera a Cake para perguntar sobre quem era passiva e ativa na relação das mães.

- Nós já falamos muito sobre isso - Normani começou - mas parece que não está surtindo efeito algum... por que você faz isso?

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