23 - Garotas boas

498 86 21
                                    

Aí vem a maior de todas.

.

Pov Cake

.

Hilary havia combinado comigo de ir ao parque andar de skate, mas estava atrasada!

Não que eu fosse andar de skate, meu equilíbrio não permitia que eu desse 5 passos sem tropeçar. Acho que a engraçadinha tinha esperanças de me ensinar.

O parque não estava cheio, mas algumas crianças corriam em torno dos escorregadores. Eu estava sentada no balanço porque parte de mim não conseguia resistir a isso. O espírito da quinta série nunca deixa a maioria das pessoas.

Foi aí que a vi.

Em um grupo de amigos, Marie estava sentada sobre o encosto de um banco e algo em seus dedos a fez emitir fumaça. Meu coração saltou. Isso era sexy.

Respirei fundo. Eu tinha que fazer essa paixonite idiota passar, mas sempre que tentava a voz da mamãe rindo e dizendo "coisinha, você está no auge da puberdade, tenha paciência", ecoava em minha mente.

Me perguntei se ela sabia com precisão as coisas malucas que eu sentia, mas não queria colocar na cabeça que mamãe era ou foi uma pervertida.

Credo!

Mas era estranho demais. Minhas bochechas queimaram quando Marie soprou mais fumaça. Como isso podia ser tão atraente?

Vamos, Coisinha, enfrente isso!

Céus, eu estava tão acostumada com mamãe me chamando assim que até em pensamentos isso se repetia! Meu nome praticamente mudou em meu cérebro também.

Levantei do balanço e me apressei em sua direção. Suas sobrancelhas se agitaram quando me viu e posso jurar que praguejou um "droga!", porque seus amigos me encararam.

Minhas mãos suaram. Eu parecia estar em chamas e talvez por isso tivesse parado no meio do caminho. Bem que eu queria estar sendo queimada, então não haveriam todas essas caras voltadas para mim.

Maldita timidez!

Eu era uma covarde.

Dei meia volta.

— Ei! Espere! — ouvi a voz rouca de Marie e não consegui dar um passo sequer.

Sua mão quente tocou meu ombro antes de seu braço me envolver.

— Oi... — foi o que consegui murmurar.

Marie riu baixinho, agitando meu estômago. Ela fedia a maconha e isso fazia meu nariz arder e minha garganta coçar.

— Vamos até ali — me convidou, me guiando até outro banco antes de empoleirar no encosto, os pés no assento — Então, o que você viu...

Olhei para o outro lado do parque.

— Eu não vi nada — retruquei.

— Viu sim — ela devolveu.

Nunca tivemos segredos. Não sei por que estava mentindo para ela, só que... algo não estava muito certo. Era como se a fumaça dela tivesse entrado em minha cabeça e me intoxicado. E eu nem cheguei a inalar.

— Só... não vou contar para ninguém — garanti.

— Eu sei — foi o que Marie disse — mas eu não queria que tivesse visto de qualquer forma.

A encarei. Ela era tão bonita, mas não de uma forma certa.

— Por quê?

Um sorriso curvou seus lábios para a direita.

LIVRO 5 - EXTRA TRILOGIA - Recortes - Histórias Aleatórias Da TrilogiaOnde histórias criam vida. Descubra agora