LIVRO 5 - EXTRA TRILOGIA - Recortes - Histórias Aleatórias Da Trilogia

45 - Diferente

Chegou a resposta que todo mundo queria (mais ou menos, mas dá para entender, eu acho).

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POV Camila

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Estava silencioso enquanto estávamos apenas eu e a Coisinha. Eu a busquei na escola nesse dia e Lauren tinha ido a uma reunião com a professora da creche de Bear. Era engraçado que a professora ainda era Rosalie Hale, a que cuidava de Cake quando ela também tinha 3 anos. Ela devia gostar muito de crianças... coisa estranha.

A diferença era que o coisinho, ao contrário da irmã, tinha ficado com as crianças da idade dele. De avançada nessa casa basta uma. Ele não sabia ler e tinha pavor de lápis e papel, mas talvez tivesse algum pendor para a matemática, porque ficava repetindo "um mais um mais um mais um" em francês sem parar aleatoriamente depois que viu um vídeo com música que fazia contas.

Por que uma criança se interessaria isso? Eu não sei, essas criaturas são esquisitas.

Sei que eu aprendia francês com ele, mas muito pouco. Um verdadeiro desastre.

- A mama está demorando - a pestinha comentou enquanto bagunçava a estante e arrumava em outra lógica (cores, depois tamanho. Observei o padrão).

Olhei o relógio.

- Está mesmo - concordei - talvez a professora esteja ocupada com outros pais.

- Acha que o Bear está encrencado? - seu tom parecia um pouco esperançoso, o que me fez conter um sorriso.

- Por que estaria? Ele quase não dá trabalho...

A garota deu de ombros.

- Porque ele é feio - sua hipótese foi tão espontânea que não tive tempo de conter um sorriso.

Não consegui pensar em algo para contestar a tempo. Não é que o coisinho fosse feio, mas que me pegou desprevenida e dois segundos depois Lauren chegou com o garoto nos braços.

- Ei... demoraram, está tudo bem? - perguntei.

Lauren pareceu muito séria ao me encarar, já Bear sacudiu as pernas até ser posto no chão e correu em minha direção.

Abri os braços.

- Keki! - ele gritou quando se aproximou, me ignorando e indo até a irmã, que estendeu a mão e o parou pela testa.

- Oi - foi o que ela disse.

Assim mesmo. Simples e direta, quase fria, se não fosse o conter quase invisível que tinha do canto dos lábios tremendo.

- Poxa... - murmurei, recolhendo os braços e ouvindo Lauren rir - está tudo bem, amor?

- Bom... - ela suspirou - acho que vou trocar a roupa dele agora, ele está agoniado desde que o peguei, querendo uma roupa de bichinho. Acho que o acostumamos mal.

Soltei um risinho anasalado, mas levantei de onde estava e deixei um beijo em seus lábios.

- Eu faço isso - tomei a tarefa para mim - descanse um pouco com sua outra filha estranha.

Lauren riu baixinho.

- Vem, garoto - chamei, pousando uma mão sobre seus cabelos para que viesse. Foi assim que veio.

- Mamãe! - esticou os braços e o peguei - foi legal.

Se adiantou a pergunta que eu sempre fazia.

"Como foi na escolinha?" Eu me sentia muito participativa perguntando esse tipo de coisa. Uma mamãe exemplar.