57 - Neve de mel

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Acho que vão gostar. Comentem para mim.

Vocês olham a mídia dos capítulos??

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Camila

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Minha nossa!

Olhei ao redor quando pousamos. Estava cheio de gente estranha falando coisas que eu não entendia e muito frio. Me perguntei por que decidimos ter nossa lua de mel na Suíça e não em um lugar quente como o Brasil.

Na verdade, eu sabia a resposta: Lauren sentia falta de casa. Ou da antiga casa, onde ela morou por dois anos com nossa filha. Eu quis fazer suas vontades e mimar um pouco minha esposa, então viemos aqui.

Foi engraçado que tivemos de nos segurar umas nas outras, afinal, nenhuma de nós tínhamos o equilíbrio perfeito.

Sim, obviamente levamos a pirralhinha. Estranho seria deixar uma criança de quatro anos para trás. Por isso aquilo era mais uma viagem de recolhimento que uma viagem romântica.

Meus pais ficaram "ah, meu Deus!" com olhos cheios de lágrimas no anúncio de nosso casório. Acho que era uma reação boa. Minha irmã gritou "DOCES GRATUITOS, AMÉM!" então apostei que era uma grande aprovação.

Os irmãos de Lauren sorriram. Taylor com algo que pareceu orgulho e comoção e Christopher com um ar contente de "e não é que ela conseguiu?"

Os pais de Lauren, mais sua mãe que o pai, suspirou, tentando se conter pelo que acreditei ser minha causa, e disse "Vocês mal se conhecem. Em um ano decidem se casar... estão mesmo prontas para isso?". E olhou de mim, demorando um longo momento, para Lauren, que disse "obviamente". Depois sorriram para nós, mas não ficamos confiantes.

Lauren não ficou confiante. Falou algo sobre serem muito intrometidos e por isso concluí que uma viagem para longe seria o melhor para nós. Ficar recolhidas no outro canto do mundo e talvez nem atender ao telefone com a desculpa de estarmos ocupadas aproveitando nossa viagem.

Eu não gostava de ver minha esposa daquele jeito, inquieta e distraída pelo que percebi de acordo com suas expressões distantes, acuada e um pouco brava. Algo na relação dela com os pais a estressava e dava dor de cabeça, mas se ela não me disse nada sobre, ou era uma relação comum de pais irritantes e filha, ou ela não estava pronta. Não seria eu que a pressionaria.

A casa de reclusão de Lauren era bonita. Se parecia tanto com ela quanto todas as suas coisas. Cake pareceu feliz em voltar. Correu pela casa gritando "mama!" e "mamãe!" por todo o lugar até parar no quarto que era dela.

Ela me levou para seu quarto para me mostrar como era e começou a tagarelar em francês, já atingida pela familiaridade do lugar.

— Coisinha, eu não entendo nada — a lembrei — meu cursinho de francês é um fracasso.

O trequinho riu e me deixou de lado. Acho que queria falar francês e se eu não dava conta então não iria perder tempo.

Ou talvez eu esteja apenas sendo dramática.

Estava tão concentrada vendo o trágico abandono de minha filha que não notei minha esposa se aproximando, me abraçando por trás, quase ao meu lado, e beijando minha bochecha, rindo baixinho e sussurrando algo que não entendi.

Língua francesa maldita!

Fechei a cara.

— Vocês duas me odeiam. Vou embora!

Tentei me desviar, mas Lauren fez algo que nunca fazia: me segurou com força para me impedir de sair do lugar.

Ela deslizou ainda me segurando até parar a minha frente. Seus olhos brilhavam e estavam em sua tonalidade mais intensa. De alguma forma, Lauren parecia muito poderosa e confiante.

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