64 - Desinibida

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Não, eu não esqueço de vocês. Esses últimos dias veio um fluxo muito grande de cenas dessa família, mas até o momento só consegui separar entre as ideias esse aqui por enquanto

Esse que pelo título talvez vocês tenham uma ideia de como vai ser.

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Lauren

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Senti minhas bochechas quentes e sabia que o vinho tinha corado minha pele. Eu estava sã, acredite nisso, mas o álcool me deixava mais alegre e solta, exatamente como eu queria.

Não é como se eu precisasse, mas eu queria ser mais desinibida essa noite.

Camila me fazia rir com bobagens conforme íamos para seu apartamento, onde tínhamos de começar a guardar as coisas que levaria para casa e o que deixaria. Estávamos perto de morar juntas, apenas precisávamos ajustar as coisas como venda de apartamento, casamento, entre outros.

O que acontece é que... ok, não me julgue (nem você, dona Lauren), mas eu não estava bem-intencionada.

Saímos para jantar e pedi para Normani e Dinah ficarem com nossa cria por aquela noite. Me diverti tomando vinho e ouvindo Camila ser engraçada, o que ajudou a deixar minhas bochechas permanentemente vermelhas e meu corpo relaxado de ansiedades usuais.

Foi quando nos olhamos de verdade naquele elevador.

Camila tinha aquele sorriso de lado e olhos intensos que me fizeram perder o ar, me obrigando a deixar que fosse embora entre meus lábios. Houve um congestionamento em meus pulmões que me deixara subitamente arfando.

Camila me olhava, mas apenas isso. Ia de cima a baixo, como se quisesse gravar cada detalhe de mim. Ela estava de calça jeans e uma blusa vermelha e meu vestido era azul, bem como a sandália de tiras em meus pés ansiosos que batiam impacientemente contra o chão liso.

Estava demorando demais, como se a tensão entre nossos corpos diminuísse a passagem do tempo.

Eu sabia exatamente o que queria fazer, mas o principal era o que não queria fazer. Ela devia dar o primeiro passo físico porque eu queria que não conseguisse resistir a mim. Isso faz sentido?

Camila mordeu o lábio inferior e eu afastei os cabelos do rosto, os fios escorregando também de meus ombros deixando as clavículas expostas pela alça fina de minha roupa.

Ela suspirou, o olhar seguindo meu gesto.

Me programei para provocá-la como era confortável para mim. Seu pescoço era meu alvo, só não era a hora.

Camila se aproximou, mas o elevador abriu a porta. Era o andar que deveríamos estar. Acenei para que saísse primeiro e ela ergueu uma sobrancelha em suspeita, mas foi.

Pigarreou.

- Bom, você sabe onde é... - sua voz estava rouca e paralisou quando me aproximei, afastando seus cabelos, e deixei um beijo em sua nuca.

- Sei... - sussurrei em seu ouvido e vendo-a prender o ar e gaguejar meu nome em dúvida se era real - eu só não conheço o apartamento todo, isso é certo?

- Não? - gaguejou, uma mão tremendo segurando a maçaneta e a outra tentando acertar a fechadura.

Deixei mais um beijo em sua nuca e afastei, ganhando um olhar que questionava minha sanidade.

Levou um segundo a mais até que conseguisse abrir a porta e meneasse com a mão para que eu fosse a frente. Tinha um olhar desconfiado porque provavelmente minha cara forçadamente inocente não combinava com a cor das minhas bochechas.

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