LIVRO 5 - EXTRA TRILOGIA - Recortes - Histórias Aleatórias Da Trilogia

60 - Hey, tem alguém aí?

Ok isso é inédito e provavelmente o único.

Esse capítulo é especial não apenas por ser narrado pelo nosso Ursinho de Pelúcia, mas porque ele ainda é uma criancinha e quando a história é da criança eu sempre uso narrador.

Vamos mergulhar na mente infantil de Bear. Comentem bastante para que eu saiba o que estão achando disso tudo, por favor.

Esse em especial é muito importante.

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Theodore Bear

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Ela afastou o cabelo de meu rosto. Sempre tentavam fazer isso e eu não sei o motivo, já que nunca dava certo. Eu não me incomodava com isso.

- Acho que está bom assim - a voz de mama era suave.

Eu gostava disso, assim como o calor de sua boca pressionada contra minha cabeça.

Cabeça, ombro, joelho e pé, joelho e pé. A voz de mamãe ocupou minha mente e era bom. Fiquei feliz que permaneceu comigo.

- Cabeça, ombro, joelho e pé - a voz de mamãe fora de minha cabeça foi mais alta que a de dentro. Ela abraçava a mama. Era bonito - é o que está cantarolando.

Eu não sei porquê dizia isso. Não devia ser comigo.

Cabeça, ombro, joelho e pé, joelho e pé.

- Bear, vamos - mama segurou minha mão. Era quente.

Cabeça, ombro, joelho e pé, joelho e pé.

- Não quero! - elas iam me levar para o carro? Não era dia de sair de carro!

Meus pés me ajudaram a parar. Tentei me soltar de mama.

Cabeça, ombro, joelho e pé, joelho e pé.

- Não vamos de carro, bobão. A gente já está no lugar - os lábios de Keki estava curvado.

Sorriso. Era seguro.

Mama continuou a me levar por nosso quintal. Eu conhecia. Fechei os olhos.

Cabeça, ombro, joelho e pé, joelho e pé.

- Mm! - era minha voz porque... eu perdi o chão e mama me deu o ar.

Não era seguro.

- Bear, ande de olhos abertos! - era a voz de mama.

Abri os olhos. Tinha gente e barulho. Mama me prendia. Me puxei. Eu era meu. O barulho não. Ele tinha de sair!

Fechei os olhos. Ali ele não entra!

Cobri os ouvidos. Não pode entrar. Não é meu. Dói.

Cabeça, ombro, joelho e pé, joelho e pé.

- Olhos, ouvidos, boca e nariz... hey, tem alguém aí?

Abri os olhos. Tia Sofia bateu o dedinho na minha cabeça e seus lábios curvaram de jeito engraçado.

- E tem mesmo alguém aí! - bateu de novo - risinho bonito, mocinho.

Ela me levantou e me levou embora para meu quintal.

- Tia Sofi, ele está bem - a voz de Keki me seguiu.

- Eu sei, mas se conseguisse carregar você, também faria. É uma vez na vida pelo menos. Bear está crescido, mas ainda...

Cabeça, ombro, joelho e pé, joelho e pé.

- Não que você se importe - era Keki - mas aqueles são crianças e você pode brincar com elas.

Tinha dois garotos e três meninas. Eles corriam, não sei por quê.