51 - Consciência

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Olha só quem tá na capa.

O mais esperado de todos chegou. É um recorte um pouco maior que o normal. É bem diferente dos outros também. Mais introspectivo, menos diálogo, entre outras coisas.

Vocês podem ler os recortes 14, 30, 35, 41, 43, 44 e 45 para introduzirem e pegarem o pique para esse aqui se quiserem. É só uma sugestão, não reler não interfere em nada.

Vamos lá.

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POV Theodore Bear

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Consciência

1 sentimento ou conhecimento que permite ao ser humano vivenciar, experimentar ou compreender aspectos ou a totalidade de seu mundo interior.

2 sentido ou percepção que o ser humano possui do que é moralmente certo ou errado em atos e motivos individuais.

3 conhecimento, convicção, discernimento, compreensão.
"tinha a c. do dever cumprido"

4 entendimento acerca de ou interesse por determinado tema ou ideia, esp. por problemas sociais e políticos

5 o ser humano, tomado como ser pensante ou espiritual; alma, espírito, mente.

6 - Psicologia: nível da vida mental do qual o indivíduo tem percepção (ao contrário dos processos inconscientes).

ETIMOLOGIA: latim - conscientĭa,ae 'conhecimento, consciência, senso íntimo'

Aquilo que quase sempre não tenho, mas não é definição minha. Eu apenas aceito que sua presença é esporádica e sem sentido.

Os sons invadiram meus ouvidos antes mesmo que eu percebesse estar consciente. Minhas mães riam, alguns passos soando pela escada. Eu sabia o que viria.

A batida na porta duas vezes.

- Bear! - era mamãe, que sempre me acordava. Ela bateu mais duas vezes - Bear, levante!

Suspirei. Eu sabia que ela esperava uma resposta, mas não fazia sentido porque eu sempre levantava quando ela chamava e não tinha nenhuma pergunta no que disse.

Não gosto de fazer o que não tem sentido simplesmente porque não faz sentido. É incômodo.

- Tome banho e desça para o café - foi a ordem dela quando não respondi e a ouvi se afastar.

Mamãe sempre me dava essa ordem direta. Eu até tinha vergonha de ser mandado fazer essas coisas, mas era bom um pouco de direcionamento, só para variar. Quero dizer, a vida já é tão confusa...

Levantei, enfiando os pés na pantufa de pelinhos que protegia meus pés do chão gelado e duro.

Duro...

Me olhei por inteiro pela primeira vez no dia. Um dos motivos para a mamãe não entrar mais no meu quarto para me acordar é porque dizia que estava grande demais. Muito crescido.

Ela não queria dizer o óbvio, que eu não era uma criança e era fisicamente visível e incômodo para ela encarar alguns detalhes inevitáveis porque ia além da minha consciência.

Fiz uma careta, decidindo ir logo para o banho. Eu sabia como me banhar, juro que sim, mas às vezes tudo parecia confuso e eu não sabia por onde começar a me lavar ou em que ordem fazer e isso misturava tudo. Por isso, eu ainda tinha as instruções em desenho grudadas na parede que eu seguia fielmente.

Era reconfortante. Meu corpo relaxou da tensão do dormir e despertar.

Saí do quarto só depois de me certificar de que tinha seguido tudo o que deveria fazer. Para mim, isso era consciência.

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