LIVRO 5 - EXTRA TRILOGIA - Recortes - Histórias Aleatórias Da Trilogia

53 - O que mudou?

Demorei, mas não esqueci disso aqui. Vamos lá.

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Pov Cake

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Levei o telefone ao ouvido. Não gostava de ligação, mas Hilary só funcionava assim.

- Hily, onde você está? - perguntei sem cerimônias - eu já cheguei há 15 minutos!

A engraçadinha riu.

- D, não foi minha culpa. Seu irmão se negou a andar em um carro novo - contou (mentira! - ouvi a voz do meu irmão no meio de sua fala) - e são só 15 minutos!

- Não é só isso. Pareço uma idiota esperando aqui há tempos!

Meu rosto ficou vermelho ao sentir as pessoas afora passando por mim.

- Você é uma boba, sabia? - ouvi uma voz atrás de mim e enfartei.

Hilary estava linda. Usava franjas maiores do que quando era criança de jeito que podia afastar e mostrar seu rosto completamente. Mostrar seus lindos olhos azuis. Mostrar o conjunto de suas bochechas rosadas e sorriso tímido e divertido.

A beijei. Era inevitável.

- Ew! - fez meu irmão - não gosto dessa coisa. Não deviam ficar se beijando.

Mostrei o dedo do meio para ele sem me desvencilhar de Hilary, que riu contra minha boca e, provavelmente por estar acostumada, não abandonou nosso beijo até que faltasse ar.

- Arranja uma namorada, cara - resmunguei para Bear quando o olhei - não fala muito, aí quando faz é para dizer besteira. Idiota.

Hilary bateu em meu ombro me censurando, mas o chato estava com a maior cara de paisagem.

- Vocês são iguais demais - minha garota riu.

- Não somos nada! - retrucamos juntos só pra derrubar nossa contestação.

- Vamos logo - chamei, puxando a gola do estranho que me obrigaram a ter por irmão - disse para a mama que te devolveria inteiro.

Ele suspirou. Não era um garoto de muitas palavras. Isso preocupou muito nossas mães quando era uma criancinha feia, chata e adoravelmente redonda, mas era bobagem. Ele não falava porque não queria e não se importava em fazer.

Caminhamos pelo shopping procurando sei lá o que. Mamãe disse para trazer o maluco pra escolher algo que queria urgentemente que não estava deixando ela em paz.

- O que você procura? - perguntei depois de 20 minutos andando por aí.

É que eu cansei, entende? Geralmente eu deixava meu irmão fazer suas coisas de seu jeito. Questão de uma independência que não conseguia ter algumas vezes. Eu sabia como era isso, afinal, tinha Hilary quase sempre comigo.

Ele era diferente ainda assim. Estar na rua era um pouco perturbador, mas eu só o ajudava quando queria ser ajudado ou quando eu me cansava de andar em círculos.

- Ahn...

Ótimo, ele não sabia como dizer.

Estreitei os olhos. Era meu irmão, só poderia ser uma coisa.

- Onde tem uma catapulta? - fui direto ao ponto e ele se animou.

- É um livro! - informou.

- Então vamos a uma livraria - já fui andando - mas quando chegar lá, você se vira para achar. Pergunta a alguém se precisar.

Ouvi Hilary e Bear me seguindo. Parece óbvio, não é? Se é um livro ir à livraria. Mas acho que a versão masculina e ridícula de mama já estava perturbado demais com as luzes, pessoas e barulhos pra pensar direito. Não vinha muito aqui.