2: Vizinhos agradáveis

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Me levantei abruptamente assim que senti que alguém estava vindo atrás de mim.

Era uma garota pequena, devia ter a idade do meu irmão, ela é tão fofa! Ela tem olhos azuis, um sorriso infantil e doce, cabelos curtos castanhos e lisos.

-Está tudo bem?- Ela me perguntou e eu me esforcei o máximo para sorrir, afinal crianças não precisam saber sobre os problemas familiares alheios.

-Está sim, qual o seu nome princesse?- Eu perguntei e ela sorriu para mim provavelmente sem entender muito bem o apelido.

-Lúcia, Lúcia Pevensie- Ela disse estendendo a mão para que eu apertasse.

-Muito prazer senhorita Pevensie- Eu dise segurando a mão da pequena e dando um leve aperto antes de soltar -Meu nome é Anna Durand.

-Que nome lindo!- Ela exclamou e eu soltei um sorriso realmente feliz.

-O seu nome também é lindo- Eu disse e ela sorriu agradecendo e logo depois me entregando uma cesta cheia de frutas e guloseimas.

-Minha mãe mandou eu entregar para vocês, como uma recepção- Ela disse e eu aceitei sorrindo e agradecendo -Agora eu preciso voltar, antes que minha mãe fique preocupada.

-Foi um prazer te conhecer Lúcia- Eu disse a abraçando brevemente, um hábito meu que peguei do meu pai. Eu abraço quase todo mundo! Mesmo que só tenha conhecido a pessoa no dia anterior.

-Eu também fiquei feliz em te conhecer Anna!- Ela exclamou e saiu saltitante para dentro de sua casa que era logo depois da cerca.

Pelo menos os vizinhos são agradáveis, que surpresa! Achei algo bom nesse tártaro!

Esperei que Hugo me chamasse para que eu entrasse em casa, logo que entrei vi a minha mãe sentada com um copo de bebida alcoólica na mão.

Hugo fez um gesto de silêncio com a mão e conseguimos subir sem que ela notasse.

-Ela já está bebendo a quanto tempo?- Eu perguntei para ele que me olhou triste.

-Desde que você saiu, já devem fazer umas duas horas- Ele respondeu e eu olhei para a cesta que Lúcia tinha me trazido.

-Ela fez comida?- Eu perguntei e ele negou com a cabeça -Vem comer.

Eu abri os pacotes de biscoito, de bolachas, cortei o bolo e como acompanhamento tomamos água mesmo.

-Era para a mamãe- Hugo disse me olhando culpado.

-Mais um motivo para comermos- Eu disse fazendo um leve carinho no cabelo dele -Quando acabarmos vai escovar os dentes e por um pijama, a viagem deve ter te deixado cansado e você precisa dormir.

Ele concordou e fez oque eu disse.

-Bonne nuit, soeur- Hugo disse e eu sorri para ele apagando a luz e só deixando acessá uma pequena vela.

-Bonne nuit, Hugo- Eu disse de volta e ele virou para o lado dormindo.

Algo que eu não consegui fazer, então só tirei meu cavalete, uma tela em branco, meus pincéis, minhas tintas e minha paleta de uma caixa e posicionei eles em frente a janela.

Precisava de algo para espairecer e aquele era o melhor jeito de fazer isso.

Comecei esboçando com carvão oque eu iria desenhar, iria ser um retrato meu, do Hugo e de meu pai antes da guerra.

Sorri ao me lembrar do momento que queria retratar, quando eu estava aprendendo a andar de bicicleta e por mais que tivesse batido em uma árvore papá me garantiu que eu tinha ido muito bem.

Comecei a misturar as tintas e a dar cor para o quadro, era como se fosse uma memória virando realidade logo a minha frente. Cada detalhe e cada pincelada trazia a memória mas perto da realidade.

É por isso que eu gosto de pintar, é um momento mágico que faz com que você se sinta bem e longe de tudo e todos.

É algo extremamente mágico porque consegue fazer o nosso cérebro processar sentimentos que não seriam processados sem isso, é algo que me faz transbordar. Porque é a única coisa que me enche de vida.

Quando parei de pintar e olhei para a janela vi que já tinha amanhecido e que passei a noite pintando.

-Hugo, acorda temos um dia longo pela frente- Eu disse para o meu irmão que sorriu sonolento.

Até que dividir o quarto não é tão ruim, só é estranho.

Passei boa parte da manhã sem falar com a minha mãe e ela não se importou muito com isso, já que provavelmente estava de ressaca.

Logo recebemos visitantes inesperados, porque esse povo gosta tanto de ir na casa do outro? Lá em Paris eu não sabia nem o nome de dois vizinhos meus, e olha que moro lá desde os meus sete anos.

-Olá, você é a senhora Durand não é?- Uma mulher perguntou quando minha mãe abriu a porta.

-Sim, sou eu mesma- Minha mãe respondeu em um tom gentil, quem dera ela usasse o mesmo tom com os filhos -Você é...?

-Helena Pevensie- A mulher respondeu apertando a mão da minha mãe -Minha filha mais nova trouxe uma cesta aqui ontem, espero que tenha gostado dos doces fui eu mesma quem fiz.

Antes da minha mãe responder algo que começasse uma briga eu respondi.

-Estavam excelentes, a senhora quer entrar?- Eu perguntei lembrando a minha mãe da boa educação -Só não ligue para a bagunça por favor.

-Mas eu acabei de arrumar- Hugo reclamou em voz baixa me fazendo ter que segurar o riso.

-Você deve ser a Anna de quem Lúcia não para de falar- Ela disse depois de ter pedido licença e entrado na nossa casa.

-Culpada- Eu brinquei fazendo a senhora rir -Sou a Anna sim, e esse é meu irmão Hugo.

-Muito prazer madame- Hugo disse sorrindo para a mulher que o olhou com o mesmo semblante doce da filha.

-O prazer é meu, querido- A senhora Pevensie disse logo depois indo até a minha mãe -Sinto muito estar tão apressada, mas só vim chamar vocês para jantarem lá em casa hoje a noite, tenho certeza de que será um programa bom para as crianças. 

A minha mãe disse que iria e assim que a senhora saiu da porta, a minha mãe me lançou um olhar mortal. Lá vamos nós brigar de novo.

Oiii pessoal maravilhoso, como vão?

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Oiii pessoal maravilhoso, como vão?

Espero que vocês tenham gostado do capítulo 💛❤

Um beijo😙

E até a próxima 😉

(In)felizmente isso é um romanceOnde histórias criam vida. Descubra agora