3: O anão

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Não conseguia parar de chorar, aquilo tinha sido minha culpa. Eu deveria ter ficado aquele dia, eu deveria ter ficado no castelo e defendido o meu povo.

Eu passei metade da minha infância desejando que todos desaparecessem, e nesse momento eu só queria ter meu pai ao meu lado para falar alguma piada idiota, eu queria que meu irmão estivesse aqui nem que fosse contra mim. 

E pela primeira vez na minha vida eu queria voltar a sentir o cheiro de vodca que emanava da minha mãe, voltar a sentir o cheiro péssimo daquela combinação horrível de bebida que ela fazia.

Eu só queria ter dito para eles que os amava uma última vez, eu só queria não ter perdido todos eles por minha culpa.

-Anna?- Consegui ouvir a voz da Lúcia e limpei as lágrimas me levantando e sorrindo -Está tudo bem?

-Claro! Alguma coisa aconteceu?- Eu perguntei e ela negou.

-Só queria te falar para vir escolher sua roupa para se trocar e irmos ver oque aconteceu lá fora- Ela disse gentil e eu sorri assentindo. 

Logo fiz isso, escolhi meu macacão verde elfico, minha capa, minha espada e algumas adagas e facas.

Terminei de me arrumar sem dizer sequer uma palavra sobre tudo oque estava acontecendo e segui o caminho todo na frente de todo mundo, como a general que eu já fui teria feito.

E então vimos um barco e dois soldados tentando jogar alguém no mar.

-Atira no barco, dois de aviso- Eu disse para Susana que fez oque eu disse.

-Larguem ele!- Susana exclamou e o anão nos olhou assustado. 

A frase não foi a mais inteligente que Susana já disse, até porque quando eles fizeram isso jogaram o pobre anão na água.

E então Pedro e Edmundo foram tentar tirar o anão da água, e conseguiram fazer isso também trazendo o barco da onde os dois soldados fugiram.

Assim que Lúcia soltou o anão ele começou a tossir água.

-Soltem ele?- O anão perguntou -Foi o melhor que conseguiu pensar?

-Um obrigada seria o bastante- Susana disse e eu o analisei curiosa, ninguém nunca tratou os reis e rainhas desse jeito.

-Eles estavam me afogando bem o bastante sem sua ajuda- Ele disse e eu olhei para ele impressionada, nunca pensei que uma criatura pudesse ser tão ingrata.

-Devíamos ter deixado- Pedro disse e o anão olhou para ele com raiva.

-Porque eles queriam matar você?- A única pessoa que faz perguntas inteligentes e é uma Pevensie, essa pessoa se chama Lúcia, perguntou.

-Porque?- Ele replicou -São telmarinos, é isso que eles fazem.

-Telmarinos?- Eu perguntei abismada colocando uma mecha do cabelo atrás da orelha -Em Nárnia?

-Onde estiveram nos últimos cem anos?- Ele perguntou e nos entreolhamos culpados.

-Isso é uma história meio longa- Lúcia disse e o anão parou para nós analisar.

-Só pode ser brincadeira- O anão disse completamente em choque -São vocês!? Os reis e rainhas do passado!?

-Sou o grande rei Pedro, o magnífico- Pedro disse estendendo a mão para o anão.

-Você podia ter omitido a última parte- Eu disse junto de Susana que sorriu para mim.

-Podia- O anão disse rindo.

-Pode se surpreender- Pedro disse tirando a espada da aljava.

-Briguento- Eu disse em meio a uma tosse falsa.

-É melhor não fazer isso rapaz- O anão disse e Pedro olhou para o irmão.

-Eu não- Ele disse dando a espada para Edmundo -Ele.

Esse anão está muito ferrado, depois de mim o Ed é o melhor espadachim de Nárnia! E por isso com menos de cinco minutos Edmundo já conseguiu desarmar o anão e joga-lo no chão.

-Esse é o meu garoto- Eu disse orgulhosa para Edmundo que sorriu para mim.

-Por trinta diabos!- O anão exclamou -Não é que a trompa funciona mesmo?

-Que trompa?- Susana perguntou para o anão.

O anão então começou a explicar tudo oque tinha acontecido durante o século que ficamos fora. Nada sobre o meu povo ou seus vizinhos, e para ser honesta também não tive coragem de perguntar sobre eles. 

E então resolvemos que iríamos nos encontrar com os outros narnianos, mas o único jeito de fazer isso é seguindo pelo rio. Então pegamos o bote telmarino e com nele pelo rio.

Tentei uma conexão com o rio para irmos mais rápido mas não consegui, parecia que a magia da natureza estava dormente.

-Estão paradas- Lúcia comentou sobre as árvores.

-São árvores, oque você queria?- O mal humorado perguntou. 

-Ela costumavam dançar- Lúcia respondeu ele.

-Pouco tempo depois que vocês foram, os Telmarinos atacaram- Ele disse -Os sobreviventes fugiram para a floresta e as árvores se retiraram para tão dentro delas mesmas que nunca mais as ouvimos falar.

-Eu não entendo, como Aslam permitiu algo assim?- Lúcia perguntou e o anão olhou para ela pasmo.

-Aslam?!- Ele perguntou -Pensamos que ele havia nos abandonado junto de vocês.

-Não tivemos escolha- Eu disse em voz baixa -Não queríamos abandonar vocês.

-Bom, agora isso não faz muita diferença, faz?- O anão perguntou para mim e eu voltei a encarar a água.

-Nos leve aos narnianos e fará- Pedro disse para ele me salvando de uma resposta magoada.

E então o rio começou a ficar mais raso e a praia começou a surgir.

E então o rio começou a ficar mais raso e a praia começou a surgir

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Oiiii meus amigos e amigas tudo bem?

Espero que tenham gostado 💛❤

Um beijo 😙

Até o próximo 😉

(In)felizmente isso é um romanceOnde histórias criam vida. Descubra agora