10: Reizinho

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-Estavam ajudando Tumnus quando a feiticeira chegou- O raposo disse explicando o porque das pobres criaturas terem virado pedras de gelo -Au!

-Pare de se mexer- A senhora Castor disse e eu pedi com o olhar para ela me deixar cuidar do ferimento e ela disse -Pode tentar, mas duvido que ele vai ficar quieto.

Comecei a passar devagar o ungüento na mão e depois transferir para a ferida do animal, era algo tão simples fazer alguém ficar parado durante o processo de enfaixar. 

É só fazer carinho na cabeça da pessoa  (no caso, do animal) e tentar ser leve, oque é bom porque minha mão é levíssima.

Logo o raposo se levantou e se despediu dizendo que Aslam em pessoa tinha o convidado para reunir algumas tropas.

Então logo limpei a minha mão e disse.

-Vou ficar de vigia, durmam um pouco- Eu disse e o Castor se opôs.

-Mas e se você for pega?- Ele perguntou parecendo preocupado.

-Como deixou claro para mim antes, é melhor que um da minha especie seja pego do que um futuro rei ou rainha não é mesmo?- Eu perguntei sendo retórica e recebendo um olhar envergonhado -Eu escuto melhor, corro mais rápido e vejo a uma distância maior que todos aqui. Acredite quando eu digo, que é melhor eu montar guarda.

Disse e sem esperar mais reações fui para um pouco mais longe do lugar e subi em cima de uma das árvores.

Eu sei que fui grossa com o Castor mas pelo amor de Dieu! Meu irmão também foi pego pela bruxa, e ao contrário do caso de Edmundo, meu irmão não tem nada, nenhuma profecia ou pessoa que o proteja! Isso não é justo, não com Hugo que sempre é tão bom, corajoso e altruísta! Não com ele que já sofreu tanto!

-Anna?- Ouvi uma voz me chamando e olhei para baixo vendo que era o "glorioso" predestinado!

-Vai dormir Pedro- Eu disse ainda sentada na árvore.

-Quem disse isso?- Ele perguntou ainda sem olhar para cima.

-Quem você acha?- Eu perguntei saindo de lá em um salto perfeito -Deus que não foi né querido! E vindo do alto pode ter certeza que não foi Satã!

-Você está irritada- Ele disse e eu revirei os olhos, que garoto irritante!

-E por ter essa dedução brilhante é capaz de você ganhar até o Nobel!- Eu exclamei me virando e andando de um lado para o outro -Escuta aqui reizinho, vai dormir para chegarmos logo no seu exército.

-Porque está tão irritada?- Ele perguntou fazendo uma feição inocente -Eu não fiz nada para você.

-Sim você fez!- Eu exclamei quase gritando -Você e o seu povo idiota me fizeram sair do único lugar que eu amava e me mudar para um país que eu odeio! Uma guerra que o seu povo começou vai me fazer perder o meu pai! A minha vida toda eu fui subestimada, maltrada e odiada simplesmente por não ter dinheiro o bastante. E quando finalmente eu era alguém o seu povo me fez perder tudo!

Eu controlei as minhas lágrimas e continuei a falar.

-Vocês se acham tão importantes não é?- Eu perguntei -Tão especiais! Eu ouvi que era menos que pessoas como você porque minha mãe é uma alcoólatra e viciada! Eu ouvi a minha vida toda que não seria ninguém e tudo isso veio de pessoas como você! Predestinados. Me dá até ânsia de vômito! E agora eu me recuso a perder o meu irmão por conta de pessoas como você!

Eu exclamei sem derramar nenhuma lágrima, por mais que por dentro eu estivesse querendo me jogar de um penhasco, por fora eu teria que me manter bem.

-Então vai dormir querido predestinado, porque amanhã eu quero poder ver meu irmão e matar aquela desgraçada que ousou tocar nele!- Eu exclamei mas Pedro não saiu do lugar -Será que além de idiota é burro? Eu mandei você...

Pedro me surpreendeu com um abraço, um abraço de verdade.

-Oque você está fazendo?- Eu perguntei irritada mas um pouco mais calma.

-Eu li uma vez que pessoas que tem muita raiva na verdade só querem ser amadas por alguém- Pedro respondeu sussurrando no meu ouvido -E o abraço é uma ótima demonstração de amor.

-Primeiro: Você lê?- Eu perguntei fingindo incredulidade -Segundo: Isso foi uma confissão de amor?

-Claro que foi!- Pedro esclamou com um olhar sério mas o seu sorriso o denunciava -Eu te amo Anna Durand! E quem dera fosse o Romeu da Julieta que existe dentro de você!

-Valeu mas meu lado suicida ta bem sozinho- Eu rebati rindo e esquecendo um pouco do meu surto -Desculpa, eu meio que joguei tudo em cima de você.

-De boa, amigos são para isso- Ele disse sentando em uma pedra que tinha ali -E sinto muito por ninguém ter prestado muita atenção no Hugo, ele também importa.

-Não para Nárnia- Eu lembrei para ele mas logo depois sentei ao lado de Pedro e disse -Mas esquece isso, sempre foi assim e sempre vai ser. Nós nunca vamos ser os protagonistas, nem os predestinados, o máximo que vamos ser vai ser pessoas que existiram e que tentaram ajudar.

-Não é verdade- Pedro discordou olhando para mim.

-E porque não?- Eu perguntei arqueando a sobrancelha. 

-Porque eu sempre vou fazer com que as pessoas se lembrem de você Anna- Ele respondeu -Enquanto eu viver e até depois de morrer, vou fazer de tudo para que o nome Durand não seja esquecido.

Sorri para ele e beijei a bochecha dele, o garoto sorriu com o feito e me abraçou de lado tentando me esquentar.

-Obrigada Pedro- Eu disse e ele sorriu.

-Pelo oque?- Ele perguntou sorrindo.

-Por ser o melhor idiota que eu já conheci- Eu respondi e ele gargalhou, a risada dele é fofa.

-Vem, vamos deitar- Pedro disse e eu franzi o cenho.

-Mas a guarda...- Pedro me interrompeu.

-O senhor Castor vai fazer- Pedro disse me levando para um canto mais afastado da onde todos estavam e me abraçando de um jeito que o casaco dele cubrisse a nós dois -Boa noite elfinha.

-Boa noite reizinho- Eu disse abraçando Pedro e me permitindo ficar bem naquele abraço.

É bom ter um amigo! 

É bom ter um amigo! 

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Oiii tudo bem?

Espero que tenham gostado ❤💛

Um beijo😙

Até o próximo 😉

(In)felizmente isso é um romanceOnde histórias criam vida. Descubra agora