Anna Durand é uma garota francesa que se mudou para a Inglaterra junto com o seu irmão e sua mãe por conta da guerra, e acabou virando vizinha dos quatro irmãos Pevensie.
Anna odiou Pedro de todo o seu coração assim que o viu. Mas vocês sabem oque d...
-É melhor pararmos e amanhã de manhã seguimos viagem- Eu disse para Maya me sentando e tomando um gole de água do meu cantil.
-Que bom! Não aguento mais andar- Maya brincou rindo um pouco e eu ri também -Posso te fazer uma pergunta?
-Quantas você quiser- Eu respondi sorrindo.
-Por que agora? Você poderia esperar até derrotarem Miraz- Ela perguntou e eu prendi meu cabelo antes de acender uma fogueira invocando fogo.
-Porque no final das contas quando as estrelas caírem do céu, quando o Sol se tornar tão vermelho quanto o de Charm,- Eu respondi -Nesse final somente o meu povo vai importar, somente esse sentimento de família vai importar.
Eu suspirei cansada olhando fixamente para o fogo.
-Eu já perdi tanto por conta de um patriotismo a uma Pátria que nem é minha- Eu disse e soltei uma pequena risada tristonha -Que agora eu acho que lutar por Nárnia e não pelo meu povo, não faz mas sentido.
-Por isso você não gosta de te chamem de rainha?- Ela perguntou e eu assenti.
-Sim, porque eu não sou humana e muito menos narniana- Eu respondi -Ou seja, eu não sou digna de ser a rainha deles.
Eu sorri para ela e segurei a mão dela em um gesto que poderia até mesmo parecer, um pouquinho, maternal.
-Mas isso não é tão importante- Eu disse sorrindo -Vamos falar sobre algo diferente! Que tal falarmos sobre a senhorita?
Ela riu um pouco com a frase formal e colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha.
-Eu tenho quatorze anos, passei boa parte da minha infância no campo fugindo dos telmarinos com a minha família- Ela disse meio nostálgica -Minha mãe era uma elfa do Norte, filha de um dos seus antigos soldados, Melian.
Comecei a sorrir quando ela disse isso, aquele babaca teve uma filha! Que dó de quem foi esposa dele e que saudade dele perto de mim, iria zuar ele tanto no casamento dele.
-Já meu pai era um feérico, não era de família importante então sabia somente o básico sobre luta- Ela disse sorrindo saudosa -E então um dia nos acharam, mas minha mãe me escondeu desenhando uma runa na minha mão, ela disse que ia afastar o mal mas na realidade só me fez parecer humana.
Conhecia aquela runa e sendo sincera até já a usei uma vez ou outra para fingir ser humana no meio das guerras, mas nunca pensei que alguém iria usar ela para isso, para algo tão nobre quanto salvar a filha.
-E então fugi pela floresta e acabei encontrando um elfo que tinha escapado do forte- Ela disse e mordeu os lábios de uma forma pensativa -Ele me ensinou tudo oque pode, mas foi capturado dois anos atrás de novo.
Segurei a mão dela mais forte.
-Teve notícias dos seus pais desde lá?- Eu perguntei e ela assentiu.
-Meu pai foi enforcado por ter exposto suas asas na frente de um soldado que viu isso como ameaça- Ela disse com lágrimas nos olhos -Minha mãe torturada até morrer, por ter tentado começar uma revolução.
Abracei ela e beijei sua cabeça.
-Nada disso foi sua culpa- Eu disse e ela limpou as lágrimas -Você era somente uma criança.
-Mas já deveria ter despertado com meus poderes- Ela disse -De que adianta ser poderosa se não se pode salvar sua própria família?
Abracei ela mais forte e deixei ela chorar somente ficando em silêncio, um silêncio reconfortante e necessário, as vezes deixar o outro sofrer é a cura para a dor eterna.
-Minha mãe se envolveu com uma gangue infiltrada em um governo de uma nação do meu mundo, eles a mataram por conta da ambição dela- Eu disse -Eu poderia ter salvado ela, mas não consegui e isso não me torna fraca, ou culpada só me torna...Um ser vivo, que erra, que chora, que ama e sofre por isso.
Ela limpou as lágrimas e me abraçou forte.
-Obrigada Anna- Ela disse e eu sorri para ela.
-De nada, oselle- Eu disse e ela sorriu também -Agora vamos dormir, amanhã teremos um dia cheio!
Ela foi para um canto e dormiu com a cabeça encostada em uma pedra, enquanto eu observava as estrelas.
-Ah Aslam, por que não nos chamou antes?- Eu perguntei para as estrelas -Não posso deixar eles na mão, mas não sei oque fazer quando chegar lá. Palavras bonitas nunca foram meu forte, então me de a minha arte de volta para que eu pelo menos soe inspiradora pois preciso ajudar eles. Preciso salvar meu povo.
Não consegui dormir pelo resto da noite, e vomitei tudo oque havia tentado comer de madrugada. Oque está acontecendo comigo?
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