18: O final

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Eu não vou deixar Hugo morrer, eu não posso deixar Hugo morrer, eu o amo e por isso preciso arriscar tudo.

A maldição do Sol e da Lua, a maldição dos gêmeos coabita entre a gente desde sempre, o mistério por trás de sua traição e a verdade por trás da nossa separação.

Mas já chega, eu não vou permitir que ele morra assim, eu não vou deixar a morte levar o meu irmão!

-I Alcar Amaurëa, maktya umbar Abonnen whit melotorno- Eu declarei em Quenya sentindo uma lágrima escorrer pelos meus olhos -Eu abro mão dos meus direitos pela vida, se isso acarretar na morte dele. 

Sentia uma luz nos rodear, e uma força sair de mim mas não minha essência.

-Para onde meu irmão for eu irei, quem for seu deus também será o meu, viva ou morta esse é o meu juramento- Eu falei chorando e fazendo carinho no rosto do meu irmão -Lutarei por você até o fim da eternidade, e por isso hoje quebro a maldição que nos cerca.

Senti algo se formar na minha mão e segurei mais firme, Pedro me perdoe por isso.

Enfiei aquela adaga formada com a magia do Sol novo de Nárnia na minha mão, e juntei o sangue que estava lá com o sangue que saía de Hugo.

-Anna não...- Hugo murmurou fraco e tussindo.

Estou no olho do furacão, não me importo com oque isso vai fazer com o meu legado, mas preciso salvar a vida da única pessoa que eu já morri para que ela sobrevivesse.

-Je t'aime- Eu proferi chorando e logo depois continuei -Para qualquer deus que esteja me ouvindo, troco a minha vida pela dele.

O clarão nos atingiu como se o furacão que nos cercasse tivesse nos sugado de lá, e pude ver um homem sentado em um trono.

-Pelo seu amor, não pelo seu irmão- Ele falou e um som de trovão pode ser ouvido -Que ele aprenda com seus erros.

E então tudo mudou, eu estava de volta a Nárnia na frente de Aslam, Lúcia e Pedro. E falando nele, o meu marido me abraçou e eu olhei para o garoto do meu lado, Hugo parecia ter voltado no tempo para quando ainda era uma criança.

-Merde- Ele falou e eu ri no meio de tantas lágrimas -Você não me deixa nem morrer em paz né?

Abracei meu irmão que me abraçou de volta, ele estava vivo e bem o suficiente para ser um babaca.

-Você é um idiota suicida!- Eu exclamei me levantando e ele deu de ombros.

-Puxei você- Ele falou e justo naquele momento o resto dos Pvensie's mais os agregados chegaram, e Edmundo abriu um sorriso -Nenhuma palavra Edmundo.

Susana parecia se segurar para não rir também, mas Maya e Caspian não pareceram ver graça naquele toco de gente reclamando sobre as risadas alheias.

-Quem é o muleke?- Maya perguntou desconfiada e Hugo suspirou se levantando.

-Hugo Durand, seu chefe então vai a le merde e aceite minha nova...- Hugo perdeu um pouco das palavras -Condição.

Não aguentei e tive que rir, fazendo todos rirem junto mas pararem quando Aslam se juntou a nós.

Todos se ajoelharam e eu também somente por respeito ao leão até porque meu joelho está doendo, e tenho quase certeza de que minha mão ainda está sangrando um pouco.

-Levantem reis e rainhas de Nárnia- Aslam disse e nos levantamos, menos Hugo, Caspian e Maya -Todos vocês.

Encarei Caspian e chutei ele de leve, fazendo o mesmo levantar só a cabeça. 

(In)felizmente isso é um romanceOnde histórias criam vida. Descubra agora