41: O encontro

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Pedro tinha me buscado pontualmente as oito horas, as vezes até esqueço que ele é britânico e que os britânicos são um saco com horário.

E agora, eu e ele estamos tomando sorvete no telhado do castelo enquanto observamos as estrelas.

-Ok, me fala uma coisa sobre você que ninguém mais saiba- Eu disse para Pedro rindo e ele pensou.

-Eu cozinho muito bem e morro de medo de baratas- Pedro disse e eu dei risada fazendo ele me olhar fingindo estar nervoso -Baratas são perigosas Anna!

-Você não pode estar falando sério- Eu disse sorrindo e quando ele não negou eu comecei a rir mais -Sério?! Mon Dieu! Como eu nunca soube disso antes?

Pedro começou a rir comigo e então ele me deu mais um pote de sorvete de limão com gotas de chocolate.

-E a sua coisa que ninguém sabe elfinha?- Pedro me perguntou curioso e eu refleti na questão.

-Eu sinto falta do nosso mundo- Eu respondi -Do jeito que as pessoas eram, de pensar que o papai Noel era só uma lenda, do jeito que tudo parecia mais vivo no inverno, das crianças sorrindo em meio a dor. Sinto falta do meu pai, você ia amar ele e ele ia te colocar sempre em um pedestal!

Pedro então me encarou solidário solidário eu voltei a tomar meu sorvete.

-Nossa...Você fez minha resposta ficar tão idiota- Ele disse e nós dois começamos a rir juntos.

Não me lembro de rir tanto quanto agora em toda a minha vida! Sentia falta desses momentos com Pedro, momentos leves onde tudo que temos que nos preocupar é em rir, tomar sorvete e recontar histórias antigas.

-Eu lembro de uma vez em que estávamos pintando eu e meu pai na sala, e a minha mãe chegou com Hugo no colo, eu devia ser bem pequena porque o Hugo ainda era bebê- Eu disse rindo -Mas eu lembro da feição da minha mãe, ela parecia tão feliz e sóbria! Estávamos no estúdio e ela parecia estar radiante, até mesmo quando eu joguei tinta nela ela somente riu. Me pergunto oque aconteceu desde lá. 

Pedro me abraçou de lado e sorriu para mim.

-Nossa agora que eu parei para pensar, você nunca me mostrou uma pintura sua- Ele mudou de assunto provavelmente para evitar que eu ficasse triste ou me fechasse completamente. 

-Não?- Eu perguntei levemente pasma, realmente pensava que ele já havia me visto desenhar.

-Não! Nunquinha! Nem mesmo uma- Ele respondeu e eu somente sorri.

-Quem sabe no próximo encontro- Eu respondi e ele sorriu para mim.

-É, quem sabe no próximo- Ele disse sorrindo.

-Sabe oque eu parei para pensar?- Eu questionei e ele negou com a cabeça -Que esse foi nosso primeiro encontro, tipo, realmente o nosso primeiro encontro.

-Sério?- Ele me perguntou e eu assenti -Nossa, eu era mesmo um babaca nunca ter te chamado para sair antes.

-Era?- Eu perguntei e ele deu risada arqueando a sobrancelha.

-Ah é assim?- Ele perguntou e eu assenti sorrindo e ele me sujou de sorvete me fazendo ficar surpresa.

-Você não deveria ter feito isso!- Eu exclamei sujando ele de volta, com isso de suja e suja acabamos rolando no telhado (Que bom que ele é liso e protegido por algumas pequenas barreiras).

Acabei em cima de Pedro sem conseguir mais parar de rir e deitei do lado dele para tentar buscar um pouco de ar.

-Oque foi?- Eu perguntei me virando, já que Pedro não parava de me encarar.

-Os seus olhos- Ele respondeu e eu fiquei corada.

-Oque tem os meus olhos?- Eu perguntei complementando a pergunta com um comentário silencioso do meu cérebro "além deles terem cor de cocô".

-Tem uma constelação nos seus olhos castanhos que faz o meu universo querer colidir com o seu- Pedro respondeu me fazendo perder as palavras, e ele tirou um cacho do meu rosto fazendo com que ficássemos mais próximos.

E justo quanto ele ia me beijar começou a chover! Maldito clima!

-É melhor corrermos- Ele disse correndo comigo no colo, oque me deu uma crise de riso.

E enfim chegamos perto do meu quarto e Pedro me deixou no chão.

-Está entregue Milady- Ele disse beijando a minha mão e eu o impedi de sair.

-Pedro, não quer entrar?- Eu perguntei sorrindo -Seu quarto fica do outro lado do palácio e honestamente com esse frio você vai chegar lá gripado, fica aqui até se secar.

-Você quem sabe- Ele respondeu sorrindo e eu entrei no quarto dando passagem para ele que logo entrou analisando o ambiente -Licença.

Educado, lindo, gentil, bonito e rico? As vezes penso que Pedro Pevensie é de outro universo! 

Analisei o quarto também procurando algo de errado mas estava tudo levemente organizado, os papéis em ordem de importância em cima da escrivaninha, os quadros enfileirados na parede, tudo muito organizado.

-Você está lendo "Orgulho e Preconceito"!- Pedro exclamou animado e eu sorri levemente envergonhada.

-Você já leu?- Eu perguntei pasma por ele já ter lido um romance, sendo que geralmente pessoas do gênero masculino evitam ler coisas do tipo.

-Como Jane Austen disse em "A Abadia de Northanger"- Ele citou solene como sempre -Nunca se envergonhe por estar lendo um romance.

Caramba! Ele sabe as falas da Jane Austen de cor, e ainda cita ela e os livros dela. Ele é simplesmente perfeito!

Conversamos por mais um tempo, e nem me lembro como eu acabei deitada com ele enquanto ele lia para mim.

Conversamos por mais um tempo, e nem me lembro como eu acabei deitada com ele enquanto ele lia para mim

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Oiiiiii meus amores tudo bem? 

Espero que tenham gostado 💛❤

Um beijo 😙

Até o próximo 😉

(In)felizmente isso é um romanceOnde histórias criam vida. Descubra agora