Estava em mais um dos entediantes bailes da família real, não consigo entender como uma festa pode ser tão chata. Até que um duque, se não me engano o seu nome é Ogma, isso! Duque Ogma, primo mais velho do lorde Eridanus e da lady Alya, 25° na linha de sucessão ao trono.
-Oi- Ele disse se aproximando, o moreno de olhos verdes é até que muito bonito -A senhorita deve ser a General Durand.
-E o senhor é o Duque Ogma- Eu disse sorrindo cordialmente -É um prazer receber o senhor e sua família aqui.
A presença deles parecia me alertar sobre algum ataque, e não pude deixar de segurar discretamente no cabo da minha espada e procurar Pedro com o olhar, poderíamos estar brigados mas ele ainda é um dos melhores guerreiros que eu conheço e é o meu chefe.
Percebendo o meu sinal Pedro veio até nós com um sorriso e abraçou o duque de lado.
-E então, sobre oque estamos conversando?- Pedro perguntou sorridente me olhando com uma pergunta diferente no olhar.
-Sobre que eu e a general deveríamos nos conhecer melhor- O duque disse e eu arqueei a sobrancelha.
-Pardon?- Eu perguntei e Pedro franziu o cenho.
-Que tal um chá?- Ogma perguntou sorrindo amigável e eu olhei pasma para ele.
-Um chá?- Eu perguntei olhando ele de baixo para cima, o analisando.
-Você não gosta de chá?- Ogma perguntou e Pedro olhou para ele um pouco mal humorado.
-Ela não gosta de você- Pedro respondeu por mim cruzando os braços de forma protetora ao meu lado.
-Pedro- Eu disse baixo olhando o loiro e o moreno se encararem, ainda era estranho Ogma estar aqui e mais estranho ainda ele me chamar para sair.
Ogma era o 25° na linha de sucessão, mas os seus primos eram parentes de Helena e Francis, os seus descendentes diretos. E a última no comando é...
Olhei na direção de Lúcia que estava prestes a aceitar um cálice que Eridanus ofereceu para ela, e então saí correndo, mais rápido do que jamais fui e impedi a rainha de tomar do conteúdo pegando o cálice.
-Oque está acontecendo aqui?!- Ele perguntou e a música parou fazendo todos nos encararem.
-Você tentou envenenar a rainha- Eu acusei e todos fizeram expressões chocadas.
-Agora sim isso ficou interessante- Edmundo sussurrou segurando um sorriso.
-Anna isso é uma acusação grave- Lúcia disse e eu olhei para ela segurando na sua mão.
-Minha rainha, meus reis- Eu disse me virando para os quatro -Eu tenho certeza absoluta do que estou falando.
-Isso é um ultraje!- O herdeiro disse e eu olhei para ele arqueando a sobrancelha.
-Eu posso provar- Eu disse pegando o copo e rezando para que a Cristy esteja com cura para esse veneno -Eu irei beber e vamos acabar logo com essa merda.
Eu disse e bebi todo o conteúdo, começando a ficar zonza no mesmo momento e ouvindo de longe o farfalhar de asas.
-Prendam ele, a irmã e o duque- Eu ordenei para os soldados antes de sentir os braços de Pedro e Edmundo ao meu redor -Me levem até a coronel Filam, ela vai saber oque fazer.
Minha cabeça começou a captar barulhos aleatórios e minha visão teve focos de luz horríveis, me sacrificaria mil vezes se necessário por Lúcia mas pelo amor de Aslam isso é horrível.
Só notei que estava deitada e estava tusindo quando Cristy me deu uma garrafa de um remédio.
-Calma general, vamos te ajudar só se concentra na minha voz- Cristy disse e eu tentei me concentrar somente na voz dela -Anna, ouça só a minha voz.
Eu comecei a me concentrar e fechei os olhos para ouvir mais, ela começou a cantarolar uma música que só pelo ritmo parecia ser uma antiga música de cura.
-Ela não está respirando direto- A voz de Pedro disse e ele parece desesperado.
Fechei os olhos desmaiando, odeio essa sensação de estar na beira da morte mas já me familiarizei com isso, afinal depois de todas as coisas que eu fiz acabei me tornando uma ótima amiga para a morte assim como ela para mim.
Sonhei com coisas conturbadas enquanto estava desmaiada.
Começou com a tapeçaria do castelo onde os dois gêmeos se encontravam, a mulher de vestes escuras e azuis e o homem de vestes claras e laranjas estavam separados por um raio vermelho. A expressão de sofrimento da mulher enquanto o homem sorria me davam calafrios.
E então a cena mudou, uma casa no meio da floresta estava erguida dentro de uma grande árvore, parecia um cenário antigo onde os dois gêmeos da pintura se encontravam, um discutindo com o outro enquanto a Lua se aproximava do Sol e tudo parecia ser banhado em sangue.
O som dele esmagando os ossos dela e o barulho do sangue se espalhando quando ela enfiou a adaga no pescoço dele ecoaram na minha mente, e então uma mulher encapuzada saiu detrás de uma árvore indo até o ermo. Que pelo visto já estava erguido nessa época tão distante.
Ela olhou para a outra mulher pensativa enquanto entregava um bebê.
-Você sabe da profecia- A mulher que recebeu o bebê disse -Sabe que os descendentes dela vão sofrer.
-É melhor que sofram, mas que pelo menos libertem nosso povo desse ciclo- A outra disse ainda em murmúrios -Vão nos exterminar e o único jeito de nos virgarmos é a profecia se cumprir, o Sol e a Lua devem se enfrentar.
-E a Lua deve morrer- A anterior acrescentou pensativa logo depois escapando com o bebê por entre as árvores.
A cena mudou de novo, indo para campos de guerra do meu mundo, os jornais anunciando mortos. A explosão da bomba em uma das cenas me fez ter ânsia e ver os membros espalhados dos soldados me fez querer morrer.
Tudo parecia perdido e o cenário sempre estava sobre o olhar do eclipse de sangue, sempre estava sendo vigiado pelo Sol e pela Lua, sempre sendo morto por um dos dois.
-Anna, acorde- Despertei assustada com a frase de Pedro -Ei, calma foi só um sonho já passou.
Assenti mesmo sabendo que aquilo estava longe de acabar, a profecia não pode se cumprir eu não posso deixar que ela se cumpra.
Mas para isso eu preciso descobrir qual é essa profecia, oque sendo sincera é um trabalho árduo demais para só uma pessoa.
-Eu tenho uma pergunta para você- Eu disse para Pedro e ele me olhou confuso -O quão longe você iria para salvar o seu irmão?
Oiiii tudo bom com vocês meu povo amado?
Espero que tenham gostado 💛❤
Um beijo 😙
Até o próximo 😉
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(In)felizmente isso é um romance
Hayran KurguAnna Durand é uma garota francesa que se mudou para a Inglaterra junto com o seu irmão e sua mãe por conta da guerra, e acabou virando vizinha dos quatro irmãos Pevensie. Anna odiou Pedro de todo o seu coração assim que o viu. Mas vocês sabem oque d...