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Por várias vezes eu tentei terminar, mas parecia ser em vão pois ele conseguia me convencer a mudar de idéia, de alguma forma ele me persuadia, entrando na minha mente me pedindo desculpas e prometendo melhorar seu comportamento, eu tive medo por diversas vezes que ele deu a entender que faria alguma besteira se o nosso namoro terminasse, me fazendo sentir responsável por tais atitudes que ele pudesse tomar.

Ele foi me moldando da maneira que queria, eu fui deixando, me entregando e quando eu me questionava sobre o que estava acontecendo comigo eu apenas chorava escondida.

Cheguei ao ponto de me olhar no espelho e ter vergonha da imagem que refletia nele, a garota de sorriso fácil e com brilho no olhar tinha desaparecido e outra garota tinha tomado seu lugar. Me afastei das minhas amigas e mentia para meus pais.

Ele opinava até nas minhas roupas, dizendo que eram vulgar, que os caras ficavam me secando e pegava mal pra ele, mas eram roupas adequadas para qualquer garota de 18 anos como eu.

- Filha sua vó ligou e disse que semana que vem voltará pra casa. - minha mãe fala animada enquanto eu brinco com meu garfo sem ter apetite para comer.

Levanto meu olhar para ela que me encara esperando minha reação.

- Que bom mãe! Estou morrendo de saudades da vovó. - digo tentando ser animada mas claramente não correspondo a sua expectativa.

Ela suspira e fica um tempo me olhando e eu volto a olhar para meu prato na mesa.

- Mana você está bem? Olha como ela emagreceu mãe! O que está acontecendo hein? - meu irmão Léo diz num tom preucupado.

A sala de jantar fica em silêncio, e eu coloco um pouco de arroz na boca e evito responder.

- Maya você sabe que pode contar com todos que te amam, estaremos sempre aqui, se tiver rolando algo grita, chora mas não nos deixe fora da sua vida maninha. - meu irmão mais velho  Ícaro diz e suas palavras me fazem querer chorar.

Levanto minha cabeça o olhando e sinto todos na mesa apreensivos, forço um sorriso e me levanto da mesa.

- estou bem família, não se preucupem comigo, não sou mais criança. - dou as costas e saiu caminhando.

- filha você não comeu nada! Desse jeito você vai ficar doente Maya! - minha mãe fala preucupada.

- Deixa ela Cátia! - Meu pai se manifesta e a sala fica em silêncio.

Subo as escadas segurando meu choro, chego em meu quarto e desabo, ultimamente e o que eu mais tenho feito.

...

Diego tinha feito um teste em um clube de futebol do estado do Ceará, ele passou e seria contratado, moraria no Nordeste e talvez isso seria a minha chance de terminar nosso relacionamento.

- Gata você poderia ir comigo né? - ele diz quase afirmando enquanto estamos deitados na sua cama assistindo um filme.

Sinto meu coração gelar só em pensar nessa possibilidade.

- Eu não posso gato! Tenho minha faculdade esqueceu? - disfarço minha apreensão.

- Isso é fácil de resolver, só é pedir transferência, pow seria muito legal morar só nós dois longe de todos, você não acha? - sinto seus olhos em mim mas continuo olhando para a tv.

- Meus pais nunca vão permitir isso, você sabe... melhor tentarmos um namoro a distância sei lá. - respondo tentando por um fim na conversa.

- Seus pais são mô chatos! Sempre querendo me afastar de você, mas você é minha e sempre será. - ele segura meu rosto me fazendo o olhar e me beija.

Toda vez que ele diz que sou dele eu sinto um calafrio macabro, uma sensação ruim e esquisita, não me sinto mais confortável com seus beijos e nem com seus toques, faço sexo no automático e me sinto mal depois de fazer.

Eu não tinha uma ampla experiência sobre relacionamentos, tinha tido apenas um namorado antes de Diego, meu ex era completamente diferente dele, não tinha como comparar era gritante a diferença entre os dois.

Uma Eterna AprendizOnde histórias criam vida. Descubra agora