Uma Eterna Aprendiz

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A Sexta-feira chegou trazendo a expectativa da minha festa, o local é um barzinho que tem um espaço legal, meus convidados são poucos, a maioria são da minha família, mas são pessoas que estão ao meu lado sempre e que sei que posso confiar.

Théo não pode vim, tá rolando uma investigação importante e ele tá empenhado nisso, estou chateada mas contínuo entendendo que faz parte do seu trabalho, estou tentando fingir que está tudo bem quando ele liga querendo saber detalhes do que está acontecendo.

Eu tenho um fraco para o álcool, e depois de apenas duas taças de Gin eu já fico bem doidinha, e essa noite eu quis extravasar, talvez tenha bebido além do que consigo para abafar uma certa frustração que estou sentindo ao longo da semana. Após a quarta taça o gin fez efeito imediato, dancei, gritei, extravasei. Nem lembrava onde deixei meu celular, nem lembro como cheguei em casa, acho que meu irmão me trouxe e minha mãe cuidou de mim. Foi o primeiro aniversário que eu não vou lembrar de tudo mas sinto que curtir ao máximo cada momento.

Acordo horas depois com o barulho do meu celular que toca freneticamente.

Chamada

- alô
- agora você me atende assim Maya?
- oi amor...
- o que aconteceu vida? Te liguei várias vezes ontem e nenhum retorno seu, e hoje você me atende com um alô seco, o que tá rolando Maya?
- eu não vi que era você Théo, tô com uma baita de uma ressaca e nem olhei pra saber quem tava ligando.
- ressaca Maya? você bebeu tanto assim? Eu não estava lá com você e você passou dos limites porque?
- ei não tô entendendo, eu não tô gostando dessa entoação de voz, tô com dor de cabeça, cheia de sono e sem a mínima vontade de te dá explicação alguma.
- porra Maya eu sou seu namorado, que merda tá acontecendo com você?
- não está acontecendo nada, mas não tô afim de continuar essa conversa agora, te ligo depois.
- se você não conversar comigo agora não precisa ligar depois, estarei em uma operação e não poderei te atender.
- tá certo, vou desligar então, bjos e tchau

Ligação encerrada

Voltei a dormir, sem assimilar direito o que tinha acontecido, mais tarde ao acordar eu fui recordando aos poucos o que tinha acontecido, Théo estava um pouco irritado e ao vasculhar meu celular e encontrar as inúmeras ligações feitas por ele na noite de ontem eu meio que o entendi, eu ficaria possessa no lugar dele, acho que vacilei e como eu sou mestra em fazer merdas tenho que tentar concertar de algum jeito mas agora eu só quero tomar um analgésico para essa dor de cabeça passar e eu conseguir pensar direito no que irei fazer.

Tomo um banho gelado e fico conversando com Karol sobre a noite de ontem, ela me conta detalhes do que  aconteceu e fico aliviada em saber que apenas dancei como uma louca e fiquei gritando pra todos fazerem o mesmo, ainda bem que não falei besteiras nem subi na mesa para fazer strip thase.

- acordou bem minha neta? - minha vó adentra em meu quarto com uma xícara de café na mão.

- sim vó, tô com a cabeça estourando de dor mas acho que consigo sobreviver.

Ela sorrir e fica me observando

- toma, bebe esse café que já já você ficará bem. - díz em tom sereno e calmo

Pego a xícara da mão dela e dou pequenos goles.

- obrigado vó, a senhora é um anjo.

Ela sorrir pra mim

- eu estive no seu quarto depois que sua mãe cuidou de você... você lembra de alguma coisa? - ela pergunta cerrando seus olhos.

- tipo? - pergunto curiosa

- você ainda o ama né minha neta? Ainda tem ele ai nesse coraçãozinho e sofre por isso. - ela acaricia minha cabeça.

- eu amo o Théo vó, se falei algo que não foi referente a ele a culpa foi do álcool, não leve a sério o que uma bêbada te falou. - falo um pouco nervosa.

- existe um ditado que diz quando o álcool entra a verdade sai, você pode fingir, se enganar e até enganar os outros mas seu coração sempre falará a verdade. - ela diz tranquilamente

Minha vó acaba de me abalar emocionalmente.

- vó esquece o que falei, eu já nem me lembro mais, eu gosto de Théo e o outro ficou no passado esquecido e enterrado.

Falo e a vejo negar com a cabeça, enquanto meu coração bate acelerado pelo vacilo que dei.

Ela sai do meu quarto em seguida me deixando pensativa, termino de tomar o café que agora desce amargando. A vida poderia ser bem menos complicada pra mim.