Uma Eterna Aprendiz

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O jantar tinha acabado mas ainda tinha algumas pessoas em minha casa,  umas  vão ficar pra dormir e outras são inimigos do fim mesmo, minha vó se recolheu a algum tempo estava exausta mais feliz, Rafael foi embora e eu nem vi, Karol que chegou me avisando, eu subi para o quarto com Théo depois de me despedir de algumas pessoas.

No quarto fizemos amor, é complicado explicar o quanto me sinto atraída pelo Théo, não consigo resistir mas até ai está tudo bem, o problema surge quando eu não consigo parar de pensar no meu ex enquanto estou deitada ao lado do meu atual.

Me sinto uma traidora, dizem que pensamentos também é traição e se eu for por esse lado tô perdida, não é justo com Théo, que merda eu tô fazendo com minha a vida.

No domingo acordamos tarde, já no horário do almoço, e a resenha rolou solta sobre o jantar, em certos momentos eu pegava minha vó me observando e esses olhares dela me metem medo.

Antes de anoitecer Théo começou a se arrumar para ir embora, achei ele bem pensativo depois que acordamos.

- tá tudo bem amor? Tá estranho hoje...

Pergunto curiosa

- somente eu estou estranho? - ele rebate minha pergunta.

- eu não estou estranha.

- Maya você têm certeza que zerou tudo com aquele seu ex? - sua pergunta me pega de surpresa.

- sim zerei, e a gente já conversou sobre isso lembra? - digo sem desviar o olhar

- sim conversamos...

- então porque me perguntou outra vez?

Ele segura meu queixo me fazendo o olhar em seus olhos.

- mas ele não zerou com você ainda.

Fico em silêncio, não consigo dizer nada.

Ele termina de arrumar sua mochila me dá um selinho e vai embora.

Eu poderia ter falado pra ele desencanar, que conversei com Rafael e tenho certeza que encerramos nossa história mas eu me calei, porque estou tentando saber o motivo de Théo ter me dito isso, talvez ele viu Rafael me olhando no jantar e tirou essas conclusões.

Em seguida envio mensagem para Laura contando tudo que aconteceu e que embora eu tivesse pensado que Rafael ainda estivesse magoado comigo, depois da conversa que tivemos ficou tudo bem esclarecido, Laura como sempre ficou feliz em saber que deu tudo certo, ela sabe dos dias que vivi atormentada imaginando que o encontro com Rafael seria um desastre.

Acabei confessando pra ela que embora  tivesse passado esse tempo todo meu coração ainda sente algo por Rafael, e ele tá mais lindo que a última vez que o vi. Apenas Laura sabe sobre isso pois apesar das constantes interrogações das minhas primas e até mesmo da minha vó eu não me abrir para elas, pois tenho receio que ao revelar o que sentir quando o vi, possa dá motivos para elas jogarem na minha cara que sempre estiveram certas apesar de eu negar todas as vezes que fui praticamente colocada na parede para admitir que ainda amo Rafael.

Desabafar com Laura me faz ganhar fôlego, e respirar aliviada por não está guardando mais um segredo só pra mim, ela não faz ideia do bem que me faz, é algo surreal que não sei explicar.

A semana seguinte foi complicada, minha cabeça não está muito boa, e quando me vi estava vivendo uma fase onde a confusão me domina, insônia, falta de apetite e irritabilidade. Sabe quando estamos com o emocional afetado e acabamos afetando todo o resto ao nosso redor? Estou nessa vibe.

Terapia ajuda muito, não tem como negar, mas não resolve de um dia para o outro, minhas questões quando ficam mal resolvidas me atigem de uma maneira devastadora e demora um pouco para tudo voltar aos trilhos.

Comecei a procurar estágios, preciso urgentemente estagiar para cumprir as regras e me formar, a faculdade onde estudo possui um programa de estágio bem legal onde os alunos são encaminhados para as empresas e depois de um processo seletivo começam a estagiar.

Eu estava indo por esse caminho, em busca, correndo atrás mas meu pai meio que freiou o meu processo como sempre. Fiquei com raiva, pois maos uma vez ele ditou o caminho que devo seguir sem almenos me perguntar se é isso mesmo que quero pra mim.

Acho que nunca conseguirei fazer eles entenderem que eu tenho que seguir minha vida, tropeçando pelo caminho, caindo e levantando quantas vezes for necessário, e essa super proteção deles me oprime, tira minha auto-estima e me aprisiona.

Não adiantou eu gritar, espernear e tentar ir contra ao querer deles, eu sempre acabo cedendo no final, nunca vou conseguir sair dessa bolha que eles me colocam, é tão cansativo viver assim.