Uma Eterna Aprendiz

19

A insegurança de ficar tão próxima de Diego era avassaladora, e um tremor dominou o meu corpo. Me arrependi por ceder o seu pedido e a todo instante eu só pensava em ficar o mais longe possível dele.

- Coé Maya, tá com medo de mim? - ele pergunta percebendo o meu comportamento.

- fala logo Diego, eu não quero perder meu tempo com você. - respondo ríspida.

Ele se aproxima mas eu me afasto evitando sua aproximação.

- porra gata! Não faz isso, eu não sou um monstro, ou sou? - ele pergunta sorrindo, muito irônico.

- você é pior que um monstro... - digo em voz baixa mas ele escuta.

- quero você de volta, eu aceito você, vamos virar a página cê topa?

- você tá maluco só pode, eu nunca vou voltar a ficar com você, jamais irei cogitar essa possibilidade. - digo com o tom da minha voz carregada de amargura.

- então você prefere ficar mal falada e ter a fama de vadia pela cidade? Cê prefere ser chamada de piranha por onde passa? - ele diz sarcástico.

- eu prefiro morrer a ter que me envolver com você novamente...

O olho nos olhos sem desviar meu olhar e até percebo alguns hematomas ainda cicatrizando da surra que ele levou do meu irmão e de Rafael.

- agora entendi... você voltou para o velhote né? Cê tá de caô pro meu lado mas na real voltou pra ele né isso? - ele fala se exaltando.

- você é um doente, eu não estou com ninguém... seu louco, lunático! - grito tentando chamar atenção de quem passa próximo.

Eu estou com medo, muito medo.

- não vou cair nesse papinho, aquele cara não iria se juntar com seu irmão para me bater a toa, mas isso não vai ficar assim gatinha, cê vai me pagar por  tentar me fazer de otário. - ele segura meu braço apertando forte.

Assustada começo a gritar

- me larga Diego! Tá me machucando seu louco!

Algumas pessoas se aproximam e o inibem fazendo ele afrouxar o aperto

- você é uma vadia mesmo, mas não pense que irá se livrar de mim. - fala e logo depois sobe na moto dando partida e indo embora.

Umas duas senhoras se aproximam de mim perguntando se estou bem, mas eu mal consigo falar, não consigo respirar direito, minhas mãos tremem tanto que nem consigo segurar o copo de água a mim oferecido.

Começo a chorar de desespero por não ter controle do meu corpo, e como se eu perdesse todas as minhas forças, enquanto minha cabeça trabalha sem parar me fazendo pensar em várias coisas  num ritmo frenético.

Do nada surge alguém no meio das pessoas que tentavam me socorrer, não consigo focar em seu rosto mas a pessoa me ajuda me orientando a tentar focar em algo e respirar fundo, fui sendo orientada e a turbulência que eu estava sentindo vai se acalmando lentamente.

Em seguida consigo ligar para minha casa pedindo ajuda, a pessoa que me ajudou permanece ao meu lado até a chegada dos meu pais e antes de ir embora me diz algo que eu nunca vou esquecer.

" você é forte e corajosa, confie na sua força e acredite na sua coragem"

Eu nunca tinha visto essa senhora antes mas a agradeci a ela muito e nunca irei esquecer suas palavras. Eu acredito em anjos e ela concerteza é um que foi enviado por Deus no momento que precisei.