As aulas voltaram e eu amanheci sentindo uma sensação não muito boa mas estava disposta a encarar o que estava destinado para mim, mesmo que não fosse coisa boa.
Minha mãe me deixou na entrada da faculdade apreensiva, ela tinha insistindo tanto para me levar que eu não tive outra escolha a não ser concordar.
- filha qualquer coisa me liga, se sentir alguma coisa é só chamar que vou aparecer correndo entendeu. - ela diz me obrigando a olhar em seus olhos.
Respiro fundo mas entendo sua preucupação.
- tá bom dona Cátia... eu vou ficar bem mãe não se preucupa tá bom. - falo tentando esconder meu medo.
O medo é uma prisão...
- você têm certeza Maya? Tomou os remédios direitinho? - ela fala segurando minhas mãos parecendo não querer que eu desça do carro.
- vou indo mãe, tenha um ótimo dia hoje. - beijo em seu rosto e desço do carro.
- qualquer coisa liga filha! - ela diz pela última vez antes de manobrar o carro e sumir na pista.
O medo me domina, me tornando incapaz, eu não sei o que me aguardaria além dos muros da faculdade.
Entro bem receosa e de cara já percebo olhares sobre mim, muitas garotas viram a cara me menosprezando, hipócritas! Falo pra mim mesma. Passando pelos corredores me vejo cercada de abutres, garotos idiotas soltando piadinhas sem graça, pareço está vivendo em um filme americano daqueles tipo colegial onde uma garota sofre bullying.
Ergo minha cabeça e busco forças para superar tudo com dignidade. Encontro minha amiga Carla que chega me dando um abraço acolhedor.
- não liga amiga, essa gente são um bando de otários. - diz tentando me confortar.
Olho ao redor e parece que virei a atração principal.
- amiga acho melhor você não andar comigo, daqui a pouco vão começar a falar mal de você também. - a encaro com tristeza.
- eu não devo nada a ninguém nessa merda! Deixa eles falarem o que quiserem, ninguém aqui paga as minhas contas! - ela aumenta a voz fazendo com que muitos escutem ela falar.
- sua boba! Obrigado por ficar ao meu lado. - falo aliviada.
Nos despedimos em seguida, pois Carla cursa Biomedicina e eu curso administração. Entro na sala e logo em seguida escuto burburinhos e vejo os apontar de dedos.
Eu pensei que o tal vídeo seria um caso esquecido pois já tinha passado algumas semanas que ele tinha sido publicado, assim como qualquer vídeo que viraliza e perde a graça conforme o tempo passa, mas comigo foi diferente, a crueldade de me martirizarem permaneceu por dias na faculdade, e o assunto que eu achei que morreria nos primeiros dias, continuou sendo o tema favorito nas rodas de conversas.
Várias pessoas se afastaram de mim, colegas que andavam me chamando de amiga antes do ocorrido sumiram, garotos que eram legais passaram a falar coisas nojentas quando eu passava.
Em casa eu mentia dizendo que estava tudo bem para não preucupa-los, e tudo foi virando uma bola de neve que só fazia crescer, e o estopim aconteceu me fazendo pensar em fazer uma besteira.
Duas semanas depois do início das aulas Diego apareceu na porta da faculdade, eu gelei vendo o cara que tinha conseguido destruir tudo em mim. Entro no meu carro com o coração acelerado como se eu estivesse prevendo algo ruim.
Dou partida no carro e passo pelo portão da faculdade avistando ele sentado em uma moto conversando com um garoto. Começo a dirigir com medo e acelero o carro mesmo a pista permitindo dirigir a 50 km, quando menos espero surge uma moto ao lado do meu carro me assustando.
- encosta a porra desse carro agora Maya!! - ele grita com o capacete na mão encostando em meu carro.
Começo a suar frio, e o peito doer.
- eu mandei você parar esse carro porra! - ele continua a gritar me deixando assustada.
- me deixa em paz! - grito de volta, com lágrimas nos olhos.
- você não vai parar? - ele acelera a moto e a coloca na frente do carro me obrigando a freiar bruscamente.
Observo seu rosto com uma expressão de vitorioso por ter conseguido o que almejava.
- encosta o carro Maya! Quero apenas conversar com você. - eu permaneci imóvel, Diego conseguiu me aterrorizar.
Ele desce da moto e caminha até a lateral do meu carro.
- pra quê tudo isso cara? Você não já conseguiu me destruir o suficiente?
Ele sorrir sarcástico, passando as mãos pelos seus cabelos em seguida.
- eu só vou conversar com você, apenas isso, cê tá com medo de mim gata? - cada palavra dele me causa calafrios.
- eu não tenho nada pra falar com você... me deixa em paz por favor...
Respiro fundo com os olhos fechados tentando acordar desse pesadelo, mas tudo era real.
- encosta a merda desse carro, vamos bater um papo e depois disso você poderá se livrar de mim.
O observo desconfiada e cedo ao seu pedido fazendo o que ele falou.
Estavamos no meio da cidade, tinha várias pessoas transitando, mesmo assim eu me sentir insegura e desprotegida.
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Uma Eterna Aprendiz
ChickLit*** Este livro relata uma história real, acontecimentos reais e relatos reais, os nomes dos personagens são fictícios para preservar as identidades verdadeiras *** Espero que leiam com todo cuidado e atenção. Maya é uma garota querendo provar para...