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Na mídia a música Boa Memória- Luan Santana

Entro no quarto na velocidade da luz, tranco a porta rapidamente, meu coração bate tão acelerado que chega dá um medo de eu ter um infarto, tento controlar minha respiração que está ofegante, minha boca tá seca e parece que vou desmaiar a qualquer momento.

Pego meu celular, minhas mãos estão trêmulas, a primeira pessoa que penso em falar e minha best Laura, e então começo a digitar andando de um lado pro outro no meu quarto.

Mensagem

- best tá ai?
- Rafael chegou, e eu tô surtando!!!!
- eu estou tremendo aki.

Em seguida ela me responde

- ai meu Deus!!!
- você o viu?
- fiquei nervosa também

Tento respirar fundo para a responder calmamente.

- eu ainda não o vi, escutei a voz dele conversando com meu pai na sala.
- eu acabei de acordar e desci para comer alguma coisa e ouvir a voz dele.
- e agora o que eu faço best?

Espero ela me responder ansiosamente, e minhas mãos não param de tremer.

- fica calma
- toma um banho, fica bem bonita e desce pra falar com ele.

Solto um sorriso involuntário ao ler a mensagem que ela mandou.

- vou fazer isso
- estou com medo dele não querer olhar na minha cara.
- vou tomar banho e falo com vc depois.

Antes de ir para o banho, mando mensagem no grupo das amigas também.

- ele chegou
- mentiraaaa ( karol é a primeira a responder)
- e vcs conversaram? Conta tudo( Rê pergunta)
- ñ falei com ele ainda, nem sei se ele vai qrer falar cmgo.
- estou indo voando, ñ qro perder esse encontro por nda. ( karol digita)
- tb estou indo ( Márcia)
- vcs ñ estão me ajudando rebanho.
- prima fica calma, irei mais tarde mas te mando energias positivas. ( Rê diz)

Não respondo mais nada, mesmo ouvindo o som de notificações de mensagens, tomo um banho rápido e visto um conjunto de moletom, ainda tá muito cedo para eu me arrumar para o jantar. Minha ansiedade não deixa eu enxugar meus cabelos.

Desço as escadas e vou direto para cozinha, dou uma breve olhada na correria que está no local, pego uma maçã na fruteira e vou caminhando em direção a área onde será o jantar.

As mesas e cadeiras estão em seus lugares, está quase tudo pronto, dou uma pequena mordida na minha maçã, enquanto observo a chuva cair forte, se não fosse a cobertura de lona que instalaram esse jantar não se realizaria.

Desperto dos meus pensamentos ao ouvir uma voz familiar chamar pelo meu nome de um jeito carinhoso.

- Maya!

Ele está a uns 10 passos de mim, vestindo uma calça jeans e uma camisa social azul com as mangas levantadas até os cotovelos mostrando um pouco de seus braços, observo cada detalhe do seu corpo, até meus olhos alcançarem o seu lindo rosto.

O vento sopra trazendo seu perfume inconfundível, me levando a memórias que achei que estavam bem guardadas ou até esquecidas.

- oi! - respondo tímida saindo do tranze

- e ai linda, como você está? Tudo bem?

Ele caminha se aproximando e ao chegar perto, sua mão esquerda pega em minha cintura me puxando sutilmente para um abraço.

Meu corpo inteiro se arrepia, a parte da blusa do meu moletom é curta deixando minha barriga a mostra, e justo nesse lugar que ele toca.

- estou bem e vc? - respondo me afastando mas no fundo eu queria prolongar por horas esse abraço.

- estou bem, depois de dias difíceis estou colocando minha vida em ordem. - ele arrasta uma cadeira e faz menção para eu me sentar em seguida puxa outra e se senta.

- eu pensei que você estivesse com raiva de mim... magoado comigo, tava com medo de você não querer olhar mais na minha cara. - falo sem o encarar.

- nunca sentir raiva de você, fiquei magoado sim, não vou mentir pra você que fiquei de boa, mas passou, tudo tem que passar um dia. - ele diz com propriedade e sinto meu coração apertar.

- hum que bom, teve vezes que você ligou pra minha mãe e eu atendi e te achei seco sei lá... - falo dessa vez o olhando nos olhos, tentando ler o que seu olhar me possa dizer.

- quando seu coração é partido, demora um pouco para ser recuperado, eu precisei de um tempo para colar cada pedaço, uma tarefa árdua e demorada.

Ele fala pensativo, talvez esteja lembrando de algo.

- você poderá me perdoar um dia? - pergunto temendo sua resposta.

- eu sempre te perdoei, naquele mesmo dia que eu sair puto da sua casa eu te perdoei... entendi que estávamos perdendo tempo insistindo numa relação que uma parte não queria dá continuidade, eu estava cansado de te propor um futuro que você não desejava ter ao meu lado. - suas palavras faz eu engolir seco.

- nossa, fiquei sem ter o que dizer agora. - falo sem graça.

- não precisa dizer nada, tudo ficou no passado, eu só desejo que você seja muito feliz e isso é o que realmente importa. - ele abre um sorriso lindo.

- e você tá feliz? Soube que tá namorando, já tem planos para o casamento? - pergunto com medo da sua resposta.

- eu estou feliz sim, focado no trabalho e nas minhas realizações pessoais, não estou mais namorando, terminamos a algum tempo, se eu não consigo ser inteiro para uma mulher não é justo ficar enrolando e perdendo tempo.

Não sei explicar mas sinto meu coração acelerar depois de ouvir suas palavras.

- você ainda vai encontrar alguém legal, eu estarei sempre torcendo pela sua felicidade. - digo abrindo um sorriso.

- sentir saudades de você... seu sorriso continua lindo e encantador. - seus olhos me fitam profundamente e por alguns instantes me perco neles.

- também sentir saudades, e você continua sedutor como sempre.

Ele sorrir com minhas palavras, passa a mão direita nos cabelos, e balança a cabeça em negativa.

- você não existe...

Ficamos segundos em silêncio, um olhando para o outro, ele está mais gato que antes, o tempo parece ser sempre ao seu favor, meu olhar para em sua boca e tento sucumbir a vontade louca de beija-lo, olho rapidamente para baixo observando suas mãos com veias saltadas e quase caio na tentação de ter pensamentos inapropriados. Isso seria muito errado.

- bom, eu vou subir para me arrumar, estou feliz em saber que não guarda mágoa de mim. - digo me levantando da cadeira.

- pode acreditar, estou feliz por saber que você está feliz, sempre vai ser assim. Ele fala se levantando também.

Suas mãos seguram as minhas, e um arrepio percorre meu corpo novamente, ele me abraça outra vez e meu corpo treme ao sentir o dele tão próximo, minhas pernas parecem gelatinas e me afasto ao ouvir Karol gritar de longe.

- Aeee meu casal!!!

Uma Eterna AprendizOnde histórias criam vida. Descubra agora