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Quando meus pais chegaram, carregavam uma expressão  de preucupados, e ficaram ainda mais apreensivos quando viram o meu estado e a marca do aperto que Diego deixou em meu braço.

- o que aconteceu filha? Quem machucou você desse jeito? - minha mãe pergunta preucupada olhando para o meu braço.

Respiro fundo enquanto a cena do ocorrido se repete em minha mente.

- foi aquele miserável filha? Ele fez isso com você? - meu pai pergunta com a voz carregada de raiva.

Apenas balanço minha cabeça afirmando.

- eu mato aquele desgraçado! Ele já foi além de todos os limites! - meu pai fala perdendo o controle.

- Calma Pedro! Vamos fazer o correto, ir na delegacia e denunciar e a justiça será feita. - minha mãe tenta acalmar meu pai.

É horrível me sentir culpada por tantos danos a minha família.

Fomos direto para delegacia prestar queixa de Diego, fui encaminhada para fazer exame de corpo delito, e nosso advogado foi em busca de testemunhas no local que tudo aconteceu. Muitas pessoas o viram me machucar e o jeito que falava comigo em tom de ameaça mas apenas uma concordou em testemunhar a meu favor, as outras quando souberam de quem Diego era filho recuaram rejeitando o pedido do meu advogado.

Já em casa depois de ter passado por tantas coisas num dia só eu me tranquei no quarto e chorei por horas, não eram minhas feridas que doíam e sim as feridas que eu causei nas pessoas que eu amo, doi vê o quanto sofrimento estou causando a cada um deles.

Escuto batidas na minha porta e ao abrir encontro o semblante triste de Léo.

- posso entrar mana? - ele diz com a voz baixa.

- sim, entra maninho.

Ele entra e logo se senta na cadeira da minha mesa de estudos, seu olhar observa todo o quarto e logo depois me observa atentamente.

- acredito que a surra que demos naquele filho da Puta não surtiu o efeito desejado... talvez agora eu tenha que fazer ele ficar sem andar. - seu jeito de falar me deixa com medo.

- não fala isso maninho, por favor não faz nada, eu morreria se você acabasse com sua vida por isso. - digo chorando.

- ei! Não fala em morrer, eu só quero te proteger mana, eu só quero fazer aquele merda pagar por ter tirado o brilho do seu olhar... - ele levanta e me dá um abraço bem apertado.

- promete pra mim por favor! Promete que não vai sujar suas mãos com aquele cara? - me afasto do seu abraço e fito meus olhos nos dele.

- não é fácil mana... você não sabe o quanto eu estou tentando me controlar, você não imagina a minha ira ao ver as pessoas na rua falarem coisas sobre você, eu rompi amizades, deixei de falar com várias pessoas... - ele fala emocionado enquanto escapa algumas lágrimas de seus olhos.

Ver meu irmão desse jeito e como se uma espada estivesse sendo cravada em meu peito.

- eu sinto muito mano...

Não consigo dizer mais nada, nem poderia pois eu já sabia que eu sou a culpada de tudo.

- não sinta... ele que tem que sentir, ele tem que pagar por tudo isso não você.

Ele segura meu rosto com as duas mãos  e beija o topo da minha cabeça e logo em seguida sai do quarto em silêncio.

Eu sei o quanto meu irmão está sofrendo, e entendo sua revolta. E esse era mais um dos motivos que me levou a pensar em fazer uma loucura.

Uma Eterna AprendizOnde histórias criam vida. Descubra agora