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Na sexta feira seguinte ao sair do meu estágio encontrei Théo me esperando na saída me deixando surpresa e nervosa.

- podemos conversar Maya? - diz encostado na porta de seu carro com os braços cruzados e um semblante sério.

- acho que já conversamos tudo que tínhamos que ter conversado.

- faltou a parte que você me deixou para voltar com o seu ex. - sinto suas palavras carregadas de raiva.

- não foi isso que aconteceu... eu não quero que pense isso de mim.

- o que devo pensar então? Você me fez de otário Maya? Você mentiu pra mim.

Respiro fundo, e fico encomodada em conversar com ele bem em frente ao meu estágio, despertando olhares de curiosos.

- não quero conversar com você aqui, as pessoas estão olhando.

Ele rir forçadamente.

- ok, você está de carro?

- estou sim.

- então vamos naquele barzinho que tem a varanda, eu te encontro lá.

Ele entra em seu carro e dá a partida saindo em seguida.

Antes de segui-lo eu mando mensagem para Rafael que de início não concorda mas depois compreende que eu preciso encerrar esse ciclo de uma vez por todas.

Sigo em direção ao barzinho, e chegando lá o encontro sentado na mesa com seus olhos voltados para o seu smartphone.

Chego puxando a cadeira e me sentando, o clima é tão estranho nem parece que um dia tivemos tanta intimidade.

- desde quando vocês estão juntos? Desde o aniversário da sua avó?

- não fala besteiras Théo, você sabe que enquanto eu estava com você, era só você. - digo irritada

- será? Eu tenho minhas dúvidas... porra! Que papel de otário que eu fiz.

- eu não acredito que você tá pensando isso de mim, não fui eu que na primeira oportunidade sair beijando várias bocas por ai.

- pelo menos eu admitir meu vacilo e você? Ao invés disso mentiu dizendo que tinha zerado com ele, fingiu me amar, porra, se colocar na balança quem vacilou mais eu ou você? - ele pergunta cheio de ironia.

- você está se comportando como um babaca, não vou ficar aqui pra ver você agir desse jeito comigo. - me levanto da mesa chateada e ele segura em meu braço sutilmente.

- fica... foi mal, estou sendo um babaca mesmo, vamos conversar.

O olho nos olhos e o entendo, eu compreendo o que ele tá sentindo e volto a me sentar.

- eu não quero discutir com você Théo, terminamos numa boa, não vamos estragar isso.

- quando terminamos você já estava pensando em voltar pra ele? - me pergunta me olhando sério.

- eu estava confusa... depois que o reencontrei fiquei mexida e achei melhor terminar e organizar tudo que eu estava sentindo. - falo sendo a mais sincera possível.

- quando vi vocês dois juntos, fiquei puto, sentir raiva, fui feito de idiota... porra foi foda pra caralho!

- eu te entendo, quando vi seus vídeos beijando várias garotas no Carnaval  também me sentir um pouco assim.

- eu ainda gosto de você... ainda sou apaixonado por você, sinto sua falta, mas vou seguir em frente.

Fico sem ter o que dizer por uns segundos e quando vou começar a falar o celular dele toca, ele se levanta da mesa e se afasta um pouco para atender a ligação.

Fico o observando enquanto ele fala distraído, percebo que aquela tensão que pairava sobre nós e me dava tanto tesão por ele eu não sinto mais, continuo achando ele gato, seu olhar sedutor continua o mesmo mais nada disso tem mais efeito sobre mim.

- desculpa, tive que atender essa ligação.  - diz voltando ao sentar na mesa.

- tudo bem.

- valeu por ter aceitado conversar comigo, tentei falar com você de outra maneira mas estou bloqueado e nem consigo te ligar.

- foi necessário essa conversa... sinto muito por tudo, quero que saiba que o que vivi com você foi especial.

Ele sorrir de lado, e balança a cabeça concordando.

- você me ajudou a ser um cara melhor, te devo muito, valeu tudo que vivemos, você é uma mulher foda, desejo que o mané lá te faça muito feliz.

- valeu, te desejo tudo em dobro. - digo sorrindo

Levanto da mesa e ele faz o mesmo, da dois passos e fica próximo a mim, em seguida me abraça forte e eu retribuo o seu abraço

- se sentir saudades é só ligar. - ele diz brincando enquanto nos afastamos do abraço.

- não vai rolar, você sabe né? - o respondo.

- porra! Estou fudido com você Maya, nem posso ter um pouco de esperança mesmo. - diz sorrindo

- seja feliz Théo, você merece. Tchau.

Ele apenas balança a cabeça concordando e volta a sentar na mesa, enquanto eu caminho em direção a saida do barzinho.

Hoje sim encerrei esse ciclo, percebi que tudo aconteceu como tinha que acontecer, Théo fez parte de uma fase importante na minha vida e eu sempre vou recordar dele como alguém que me acrescentou muito, ele foi um amor breve, uma paixão passageira mais não é o amor da minha vida.

Uma Eterna AprendizOnde histórias criam vida. Descubra agora