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Logo após o tapa ele abre a porta do carro e me joga pra fora como se eu fosse um saco de lixo, algo que ele estava descartando pois não era mais útil. Levanto meus olhos e mesmo embassados vejo a BMW branca desaparecer na estrada me deixando completamente sozinha.

Sinto uma dor no peito tão forte me deixando sem ar, a sensação que eu tenho e que meu torax está pressionando meu coração, apertando meus pulmões, pareço estar morrendo e cogito não ser uma má ideia se realmente isso acontecesse.

Não sei quanto tempo passo ali encolhida sentada naquele acostamento, ouvindo carros buzinando e ligando os faróis alto em cima de mim, eu nem imaginei o perigo que eu estava passando naquele lugar.

Quando consigo pegar o celular da bolsa a primeira pessoa que vem na minha mente é a Rê, talvez a única que estenderia a mão sem me julgar, eu não  tinha coragem de ligar para meus pais ou algum dos meus irmãos.

Com as mãos trêmulas digito o número da Rê, não demora muito para ela atender com uma voz sonolenta.

- oi prima! Cê tá bem?

- Rê... me socorre por favor.

Sinto muita dificuldade em falar, a falta de ar é muito forte.

- cê tá passando mal Maya? Onde vc tá? Cadê a tia?

- eu não estou em casa... Rê eu tô perto da rodovia, estou passando mal... me ajuda por favor.

- Prima não brinca com essas coisas, cê tá de brincadeira né?

- por favor vem me buscar... ñ estou brincando.

- Calma estou indo, fica na chamada, vou ligar pra tia.

- Não!!! vem logo, depois eu falo com minha mãe, não avisa a ninguém eu te imploro.

- tá tá!!! Manda a localização que estou indo.

Mantive o celular próximo a mim e ouvia minha prima falar o tempo todo, demorou um tempo pra ela chegar e quando ela chegou e me viu foi correndo me abraçar, desabamos no choro, não conseguimos falar nada apenas choramos.

Quando entramos no carro a Rê demorou para dá partida, eu soluçava enquanto ela passava a mão na minha cabeça, o silêncio reinava, eu não conseguia dizer nada e ela escolheu não me questionar.

Chegando na casa dos meus tios, subimos rápido para o quarto da Rê, havia um grande risco de meus tios nos verem chegando, o meu rosto estava vermelho e o lado que recebi o tapa ainda ardia muito.

Tomei um banho e vesti uma roupa da Rê, fiz tudo em silêncio enquanto minha prima me observava, eu sabia que poderia contar com ela. A Rê é 3 anos mais velha que eu, a mais sensata e sensível da turma, as vezes parece ser sensitiva pois advinha algumas coisas do nada.

Acabei contando tudo que aconteceu e ela apenas me escutou, me confortou e chorou novamente comigo, depois de um tempo ela pegou no sono e eu fiquei  em sua janela vendo o dia amanhecer.

Voltei pra casa antes de meus tios e a Rê acordarem, cheguei em casa andando na ponta dos pés, me joguei na cama e a cena da noite anterior fazia replay em minha mente, eu revivia tudo outra vez e isso não me deixou dormir.

Quando começo a sentir meus olhos pesando e o cansaço tomando conta de mim a porta do meu quarto se abre e minha mãe adentra nele...

Uma Eterna AprendizOnde histórias criam vida. Descubra agora