| Antonella |

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"Ai. Meu. Deus!". Eu já fui beijada antes, mas isso? Caio não me beijava. Ele estava me devorando. Não havia duelo entre nossas línguas, ele estava pegando o que queria e como queria.

Senti sua mão atrás do meu pescoço me puxando para si. Seu braço esquerdo passou pela minha cintura desviando da tipoia que haviam colocado no hospital para que eu não movesse muito o braço.

Mesmo com meus saltos altos, eu mal chegava ao seu ombro, e ele não parecia se importar.

O desejo estava ali. Minha pele se arrepiou quando senti a evidência clara do desejo de Caio pressionando minha barriga.

"Senhor, que esse homem é enorme em todos os sentidos!" pensei.

Eu precisava de ar. Eu não conseguia respirar direito. O desejo, o beijo, o calor... Era demais.

Comecei a hiperventilar e segurei firme em seu braço sentindo o músculo tencionar sob meu toque. Caio diminuiu o ritmo e foi parando de me beijar com selinhos castos. Sentia sua respiração quente em meu rosto.

- Me desculpe. Eu não devia ter feito isso - falou se afastando de mim e senti minha temperatura esfriar pela sua ausência e palavras.

- Por que? - perguntei abrindo os olhos e fitando-o a poucos passos de mim. Okay que nós nunca fomos próximos, mas estava claro que o desejo estava ali. Mesmo sendo inexperiente, eu sabia aonde aquilo me levaria. E desejava isso.

- Você está machucada. Eu deveria estar cuidando de você e não a atacando - respondeu enquanto ia para o outro lado da ilha da cozinha ostentando uma senhora ereção que olhei rapidamente quando ele virou o rosto. UAU!

Por um momento pensei que ele fosse dizer que não me queria porque eu não era nada do que ele gostava. Já o vi com mulheres esplendorosas antes. Loiras, altas, magras, modelos de capa de revistas. Verdadeiras beldades. 

"Quem eu era pra ele?". Não me parecia nada com elas. Totalmente o oposto.

- Tudo bem - falei - An... Televisão?

- Siga o corredor a direita que ele vai levá-la até a sala de estar - respondeu ainda de costas.

O olhei por poucos segundos antes de me virar e seguir pelo caminho indicado. Tudo na casa dele era impecável. Com toda a certeza devia ter saído de uma revista de designers renomados. Os móveis, decorações e paredes eram em escalas de cinza e preto. Tudo combinava com Caio e cheirava a dinheiro.

Atravessei o corredor e admirei brevemente os quadros nas paredes. Eram formas de pessoas, umas apressadas como se não notassem o tempo a sua volta e outros distorcidos.

Chegando na sala, mais uma vez fiquei impactada com o lugar. Ampla e moderna, estantes de livros rodeavam duas paredes a minha direita. A frente delas, uma mesa de oito lugares. Cortinas cinzas que iam do teto ao chão e levemente abertas permitindo o frescor da noite entrar pela varanda.

No meio da sala, um sofá preto enorme na frente de uma televisão gigantesca. Eu não poderia nem chutar quantas polegadas aquele treco tinha. Eu amaria ler cada um dos seus livros, mas o sofá era convidativo demais para deixar passar.

Caminhei até ele e sentei me perdendo em sua maciez. Uma de suas pontas estava estendida, permitindo que uma pessoa pudesse facilmente fazê-la de cama.

Atrás do sofá, a esquerda do corredor por onde passei, haviam mais estantes de livros, esses pareciam de trabalho. Na frente das estantes, uma mesa de escritório com duas cadeiras escandalosamente caras e um pendente iluminando o lugar.

Voltei minha atenção para a tv. Não iria liga-la. Não gostava de assistir tv. O sofá parecia me engolir tamanha era sua maciez.

Cruzei minha perna direita sobre a esquerda para desabotoar minha sandália. Usando apenas uma mão era difícil, mas não impossível.

[Série: Rendidos 01] SubestimadaOnde histórias criam vida. Descubra agora