| Caio |

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Vi as portas do elevador se fecharem e fiz uma prece silenciosa para que nada de mal acontecesse a minha mulher e as nossas filhas. A vontade de fugir com ele para o outro lado do mundo ainda gritava em meu sangue, mas sabia que Antonella precisava por um fim em tudo isso da forma mais justa possível. 

Eles haviam subido pelo elevador de serviço, então cruzei todo o estacionamento em direção aos elevadores sociais em busca da sala correta. 

- Ai está você - ouvi a voz de Igor antes mesmo que eu saísse do elevador completamente. 

- Vocês não deviam estar trabalhando? - perguntei e retribui seu abraço. 

- Coisa boa eu ser a minha própria chefe - Beth falou me abraçando e dando espaço pra Carina. 

- E o meu chefe ser muito bom - falou sorrindo. 

- Obrigado por estarem aqui - agradeci o gesto. 

- Nem a pau que eu deixaria minha amiga enfrentar aquele monstro sozinha - Beth falou fervorosamente. 

- Somos uma família e apoiamos uns aos outros - Igor falou. 

- Acho melhor começarmos a procurar a sala certa - Carina falou - Isso aqui é enorme. 

- Vamos começar pela recepção - Beth falou enfiando o braço de Carina entre os seus e saindo na frente em direção a recepção. 

- Como ela está? - Igor perguntou enquanto caminhávamos atrás delas. 

- Difícil dizer - respondi coçando a minha barba - Ela tentou disfarçar o medo, mas acho que a vontade de que tudo isso acabe é maior. 

- Ela é forte e tem a todos nós, mas principalmente tem a você - falou apertando meu ombro. 

Agradeci com um aceno de cabeça e começamos a procurar pela sala indicada. Quatro recepções e seis andares depois, achamos o local certo. 

Entramos no espaço imponente e me assustei com a quantidade de pessoas presentes

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Entramos no espaço imponente e me assustei com a quantidade de pessoas presentes. Beth sinalizou para uma última fileira que ainda estava disponível e nos sentamos para aguardar o julgamento começar. 

Quase quarenta minutos depois e um oficial de justiça subiu em uma espécie de púlpito e pediu silêncios aos presentes. 

- Informo-lhes que a partir de agora dar-se-á início ao julgamento do povo contra Marcos Bellini. Toda e qualquer manifestação por parte da plateia será motivo para expulsão e detenção até o final do presente julgamento - informou e depois apresentou o juiz-presidente, o promotor e o assistente de acusação, e o escrevente.

Uma porta foi aberta à esquerda do juiz e sete pessoas entraram na sala sentando-se na mini arquibancada ao lado. Com todos ainda de pé, o som de metal se chocando no chão se fez presente e dois policiais escoltaram um homem muito parecido com o pai de Antonella para dentro do sala. 

[Série: Rendidos 01] SubestimadaOnde histórias criam vida. Descubra agora