| Antonella |

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Acordei sentindo os braços de Caio ao meu redor e me aconcheguei mais a ele. Não saímos do quarto depois que Stefano trouxe a comida e não conversamos depois que expliquei sobre Devitt.

Eu não podia fazer nada sobre o acordo que Devitt tinha com o meu pai. Mesmo com a morte dele, o acordo permaneceria de pé e seria levado entre as gerações.

Devitt era uma cartada única. Alguém que poderia nos salvar pela quantia certa. E eu havia usado essa carta. A próxima ligação seria feita por ele dentro de alguns meses, após o nascimento das gêmeas, e seria eu a ter que explicar a elas.

Caio poderia não entender isso no momento, mas eu precisava proteger a todos nós. Ter tanto dinheiro assim era perigoso para qualquer um que se aproximasse, ainda mais para as nossas filhas que estavam a caminho.

- Consigo ver as engrenagens rodando em sua mente - falou beijando meu pescoço e provocando arrepios por meu corpo.

- Só pensando - não sabia se ele gostaria de saber que eu estava remoendo a conversa de ontem.

Sua mão desceu ao meu ventre acariciando-o.

- Nove semanas - murmurei sorrindo e me deitando de costas na cama - Já pensou em alguns nomes?

- Ainda não - respondeu apoiando seu peso de lado e acariciando minha barriga - Mas gostaria que uma delas tivesse o nome da sua mãe. Uma homenagem a ela. 

Meus olhos se encheram de lágrimas instantaneamente.

- Eu te amo, Caio Guerra - murmurei beijando-o e ficando por cima dele - É uma bela homenagem, obrigada.

- Agora só precisamos escolher o nome da outra - falou rindo.

- Ana - respondi me deitando sobre ele e encostando nossos lábios em um beijo rápido - Nossas mães.

- Eu te amo, Antonella Nesrin Bellini - inverteu nossas posições e me beijou.

Enganchei minha perna direita em seu quadril, desejando mais do seu contato.

Toc, toc.

- Droga! - murmurei quando Caio se afastou e desceu da cama.

- Já volto - falou caminhando para a porta com um sorriso no rosto.

Arrastei as cobertas de volta sobre o meu corpo e me enfiei debaixo dos travesseiros.

Caio murmurava algo distante e achava que estivesse conversando com Stefano. Não me importei muito com isso. Nesse momento era a cama que estava mais convidativa. Ela estava tão gostosa que mal notei quando caí no sono.

X

- Já passou da hora de acordar, meu amor - ouvi Caio chamar e senti seus braços ao meu redor.

- Já já - respondi tentando voltar a dormir mais um pouco.

- Já passa das 12 horas, amor - puxou o travesseiro de cima da minha cabeça - Você precisa comer.

- Elas não estão com fome - murmurei e me arrastei para baixo do travesseiro ao lado.

Seus braços vieram a minha volta e me puxaram de lado de encontro ao seu corpo.

- Você dormiu por quase sete horas - falou acariciando a minha barriga.

- E poderia dormir mais se você deixasse - murmurei querendo dormir mais um pouco.

- Que tal comer um pouco e depois você volta a dormir? - perguntou beijando a minha testa.

- É um bom plano - falei virando de frente pra ele e o abraçando - Já podemos voltar pra casa?

[Série: Rendidos 01] SubestimadaOnde histórias criam vida. Descubra agora