| Antonella |

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Okay, eu não era uma beldade digna de capa de revista ou uma modelo de passarela, mas estava começando a acreditar em todos os avisos de Caio. Passamos pelo hall do seu prédio e vi todos os incontáveis pares de olhos masculinos grudados em mim. Ele estava com tanto medo que eu caísse que provavelmente nem os notou. 

Não me passou despercebido o fato de estarmos sendo escoltados por todo o caminho. Haviam dois carros a frente e dois atrás. A policia não apareceu para pegar meu depoimento, o que era estranho, mas ao mesmo tempo bom porque consegui descansar e não tive pesadelos com os jogos psicóticos de Pedro. 

Passamos pelas portas da emergência de um hospital particular, que estava lotada nesse sábado de manhã, e Caio me ajudou a sentar antes de se aproximar do balcão e pedir por uma obstetra. 

- Já vão nos encaminhar para uma obstetra - falou sentando ao meu lado com a minha bolsa sobre suas pernas.

- Eu não tenho plano de saúde para estar aqui - falei olhando ao redor - E não acho que eles aceitem consultas particulares. 

- Uma amiga de Felipe trabalha aqui - falou me encarando e continuou - Ela vai quebrar nosso galho e depois entro em contato com o plano de saúde para incluí-la no meu. 

- Eu posso pagar por um plano, Caio - falei rindo pra ele - Só não posso ter um agora por causa da papelada e dos rastro que isso deixaria. 

- O julgamento está perto, aqueles dois serão condenados, e nada vai me impedir de tê-la para sempre - falou se aproximando cada vez mais de mim e me beijando. 

Deus, como eu estava ansiosa por isso. Ansiosa para viver a minha vida sem medo e com esse homem e nossos bebês. Ansiosa para respirar. 

- Vai ficar tudo bem - falou beijando meus lábios uma última vez - Você é saborosa.

- Tarado - revirei meus olhos, mas sorri pra ele.

- Você ama - desceu seu nariz para o meu pescoço e senti tudo em mim tremer.

- Sim - sussurrei - Você não me escapa, meu bem. 

- Antonella Andrada? - uma enfermeira perguntou e Caio levantou uma mão enquanto me ajudava a ficar de pé - Posso solicitar uma cadeira de rodas, se quiserem.

- Não precisa - falei sorrindo pra ela - Consigo fazer isso.

- Tem certeza? - Caio perguntou franzindo as sobrancelhas.

- Quer que os meus joelhos conheçam as suas bolas? - perguntei gentilmente e o vi engolir em seco. 

A enfermeira riu e nos indicou o caminho. Entramos em uma sala não muito distante e bem equipada. 

- Doutora Alana já está vindo - falou me ajudando a sentar na maca e logo saiu. 

Caio estava de pé e parecia nervoso. Segurei uma de suas mãos na minha e ele trouxe a outra para a parte de trás do meu pescoço. 

Toc, toc.

- Olá, bom dia - uma mulher loira entrou na sala - Sou doutora Alana Alves.

- Bom dia - cumprimentei-a de volta.

- Bom dia - Caio cumprimentou com um aceno.

- Senhor, que é como ver o Felipe em pessoa - a doutora falou rindo e rimos com ela - Bom, em que posso ajudá-los?

- Minha mulher está grávida de gêmeas e não está comendo bem - Caio falou apressado e parecia que só estava esperando a deixa da doutora para soltar tudo de uma vez.

- Uau, gêmeas? - perguntou sorrindo e se sentando em um banquinho ao lado da maca - Estão de quanto tempo?

- Não sabemos ao certo - falei antes de Caio me matar de vergonha falando sobre concebermos nossos bebês no banheiro - Doutor Alessandro estipulou que estivéssemos com mais tempo, mas é totalmente impossível. Descobrimos que são gêmeos na ultrassom. 

[Série: Rendidos 01] SubestimadaOnde histórias criam vida. Descubra agora