Antonella
Stefano batia na porta a cada poucos minutos perguntando se eu estava bem, mas eu não o respondia. As lágrimas escorriam silenciosas sobre o meu rosto e pingavam em minha blusa formando pequenas manchas.
toc, toc.
- Sorella, abra a porta, por favor - pediu mais uma vez - Caio vai me matar se não cuidar bem de você.
- Sai daqui, Stefano - pedi parando de secar as lágrimas e sentindo a dificuldade de falar devido a elas.
- Sorella, você está ai há horas. Precisa se alimentar - falou do outro lado da porta.
- Eu não estou com fome - respondi - Você tem alguma notícia do Caio?
- Ainda não, mas ele sabe onde nos encontrar - respondeu - Ele logo estará aqui.
- Eu só saio daqui com ele - falei abraçando as minhas pernas e colocando seu queixo sobre os joelhos.
- Ficarei sentado desse lado da porta - falou e consegui ouvir seu movimento ao sentar-se no chão - Farei companhia a você daqui.
- Você está sendo irritante, fratello - murmurei me sentindo um pouco mais calma.
- Ótimo. Pelo menos assim você fala um pouco comigo - dava pra ouvir o sorriso em sua voz - As minhas irmãs também me acham intrometido.
- Você não é intrometido. Você se preocupa com os outros - defendi-o - Gostaria de conhecer suas irmãs.
- Ah, Dio mio - murmurou - Eu seria um homem morto.
Ri de suas palavras. Sequei meu rosto com as costas das mãos e respirei fundo antes de me levantar. Já de pé, segurei no balcão da pia quando uma tontura veio forte.
- Stefano... - murmurei tentando me manter de pé.
- Sorella? - sua voz soava a distância e seus punhos batiam na porta freneticamente - Abra a porta!
- Eu... - olhei para a porta tentando raciocinar e enviar o comando para os meus braços obedecerem, mas foi em vão - Stefano!
- Afaste-se! - para onde eu iria me afastar? meus membros não me obedeciam.
Ouvi um estrondo na porta e adivinhei que fosse seu ombro chocando-se contra ela tentando abri-la.
Pequenas lascas de madeira se espalharam pelo chão. Antes que eu cedesse de volta ao piso, Stefano me arrastou para os seus braços e me tirou do banheiro.
- Assim como as minhas irmãs, vocês são todas iguais - murmurou me colocando deitada na cama. Ele pegou dois travesseiros e elevou as minhas pernas - São todas teimosas.
- Chutarei as suas bolas - murmurei tentando encontrar uma posição confortável, e ele riu.
- Depois das de Caio - falou se levantando - Vou pegar algo para você e as meninas comerem. Não se levante e nem faça esforço. Melhor, nem se mova.
Stefano saiu do quarto e olhei para o teto pensando em Caio. Ninguém sabia de nada há horas e eu já estava cansada dessa espera. As pontas dos meus dedos estavam formigando e provocando uma sensação aguda que estava me deixando nervosa.
Alisei a minha barriga tentando me acalmar de alguma forma, mas o gesto só trouxe lágrimas aos meus olhos. Eu queria Caio aqui. Soava como uma criança birrenta, mas o medo de não tê-lo era demais pra mim. Eu não poderia perdê-lo também.
Um celular tocou ao fundo e me sentei na cama tentando ouvir algo. Poderia ser sobre Caio e os outros que haviam ficado no tribunal, ou era o Devitt entrando em contato.
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[Série: Rendidos 01] Subestimada
RomanceAntonella está tentando deixar um passado assustador para trás e seguir com sua vida adiante. Só não esperava que o sócio do seu chefe fosse querer desvendar todos os seus segredos. Caio está perdido nas sensações que Antonella desperta dentro dele...