| Caio |

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- Aonde vamos achar arroz doce? e a essa hora? - Stefano perguntou do banco de trás.

- Não faço ideia - respondi manobrando o carro na vigésima padaria naquele fim de manhã - Não quero que minhas filhas nasçam com cara de pão de cevada ou arroz doce, ou até de brownies. 

- Calma, irmão - Igor falou rindo enquanto descia do carro - Vamos achar o que Antonella quer e logo voltaremos para elas. 

- Não permita que o promotor e os policiais subam sem nós estarmos lá - falei apontando para Stefano. 

- Não vão - respondeu - Meus homens seguem as minhas ordens e os de Aguiar também. 

Entramos na padaria, que ficava do outro lado da cidade, e o lugar cheirava a canela. O ambiente espaçoso comportava várias cabines onde os clientes poderiam tomar café ou lanche com privacidade, além de algumas mesas espalhadas e um balcão longo com vitrines e guloseimas em exposição. Por favor, que tenha pão de cevada

- Bom dia, tem pão de cevada? - perguntei a balconista que acabara de colocar uma fornada de pães doce dentro do expositor. 

- Estão no forno - respondeu gentilmente - Ficará pronto em aproximadamente 40 minutos. 

- Tudo isso? - Igor perguntou arregalando os olhos - Antonella vai arrancar as suas bolas e as nossas no processo. 

- Cara, não deixa ele mais pilhado do que já está - Stefano interviu, mas de nada adiantou. 

- Arroz doce e brownies, vocês têm? - perguntei já desesperado.

- Desejos de uma grávida? - perguntou sorrindo.

- Sim! - respondemos ao mesmo tempo.

- A mulher dele está grávida de gêmeas - Stefano falou a minha esquerda.

- E estava chorando e com raiva ao mesmo tempo - Igor falou a minha direita. 

- Pelo amor de Deus, não permita que minhas filhas nasçam com cara de pão, arroz doce ou brownies - implorei a atendente. 

- Os brownies estão frescos e vou empacotar alguns - respondeu escolhendo alguns e empacotando-os - Mas o arroz doce, vocês só vão conseguir encontrar no restaurante aqui ao lado. 

- Muito obrigado - agradeci - Vamos pegar o arroz doce e já voltamos. Pelo amor de Deus, guarde o máximo que conseguir do pão. 

- Não se preocupe - respondeu sorrindo. 

Saímos da padaria e entramos no restaurante ao lado. A explosão de cheiros da comida sendo feita, nos fez optar por comprar o almoço ali mesmo. Arroz doce, picanha na manteiga, escondidinho de frango, bolonhesa, salada crua e cozida. Pagamos tudo e voltamos para a padaria. 

- Acabaram de sair - a mesma balconista falou e mostrou os pães de cevada sendo embalados pela pequena janela que levava a cozinha. 

- Ótimo, muito obrigado - agradeci e paguei pelos itens no caixa. 

Amontoamos todas as compras no banco de trás do carro e pegamos a estrada voltando para meu apartamento. 

- Alguma novidade sobre o celular dela? - perguntei a Stefano. 

- Pedro tentou fazer alguma transferência bancária, mas não obteve sucesso e quebrou o aparelho - respondeu - Acho estranho ele ter tentado pegar algum dinheiro de Antonella. 

- Por que? - Igor perguntou.

- O perfil dele o mostra basicamente como um maníaco sádico - respondeu - E vimos isso. Então para quem era o dinheiro? ou por que ele precisava?

[Série: Rendidos 01] SubestimadaOnde histórias criam vida. Descubra agora