| Antonella |

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Despertei lentamente sentindo-me relaxada como nunca antes. Os braços de Caio me envolviam em um abraço apertado e seu corpo quente me fez aninhar ainda mais nele. O quarto estava escuro, levemente frio e muito aconchegante.

- A bela adormecida acordou - ouvi Caio falar atrás de mim. Me virei em seus braços para olhar pra ele.

- Dormi por muito tempo? - perguntei bocejando e me aninhando ainda mais em seus peitoral incrivelmente quente. 

- Dez horas ininterruptas - respondeu dando um beijo na minha testa - São quase sete horas da noite.

Abri meus olhos e fiquei ali olhando para o nada.

- Pulamos o almoço. Está com fome? - perguntou. Caio estava mais falante e eu via isso como algo bom porque sua voz era incrivelmente sexy.

- Ainda não sei - respondi sentindo sua mão alisar meu cabelo  - Já já descobrimos.

Senti sua mão descer por meu cabelo e entrar em contato com a minha pele por baixo das cobertas. A blusa que usava estava enrolada acima da minha cintura e minha coxa direita estava sobre sua perna. Parecia tão certo só ficar ali, mas sabia que isso precisava parar.

Caio era um homem inteligente e embora eu apreciasse o que ele fizera por mim, eu não podia arrasta-lo para a minha vida problemática demais.

- Preciso fazer xixi - falei saindo do seu peito e sentando na cama. Ele se levantou para me dar passagem e fui para o banheiro. Fechei a porta atrás de mim em busca de refúgio dos meus próprios demônios.

Usei o sanitário, lavei as mãos, escovei os dentes, joguei água no rosto. Eu precisava voltar pra casa.

Quando saí do banheiro, Caio não estava no quarto. Ouvi sua voz ao telefone vindo da cozinha e segui para lá.

Ele havia esquentado a pizza da outra noite junto com alguns pães doces de chocolate. Minha barriga roncou alto e ele sorriu pra mim. Sentei e dei uma mordida na pizza que, mesmo esquentada, estava suculenta.

Ele finalizou a ligação e se sentou ao meu lado.

- Tudo bem? - perguntei.

- Sim. Era Stefano. Ele pediu para passar na empresa o quanto antes - respondeu e deu uma mordida na pizza. Comemos em um silêncio agradável olhando um para o outro de lado.

Caio recolheu os pratos e jogou a caixa de pizza vazia fora.

- Você sabe por onde anda meu vestido? - perguntei quando ele deu a volta na ilha e parou na minha frente.

- Limpo e passado na lavanderia, por que? - questionou abraçando minha cintura e se encaixando entre as minhas pernas.

- Preciso me vestir e ir pra casa - falei olhando pra ele.

- Você pode ir amanhã - falou sussurrando contra os meus lábios e os devorando logo em seguida. 

O choque que se seguia após cada contato dos seus lábios nos meus já estava tornando-se viciante.

Ficamos ali apenas nos beijos. Senti suas mãos alisando meu cabelo e seus dedos se emaranhando entre os fios. Era como se já tivéssemos feito aqui milhões de vezes antes.

- Vamos assistir um pouco de televisão, depois voltamos pra cama e, amanhã de manhã, prometo que a levo pra casa em segurança - falou como se fosse um pedido, mas dava pra entender que ele não iria aceitar nada ao contrário.

- Tudo bem - concordei. Não queria me afastar dele, mas precisava. O que era mais uma noite? Rezava para que eu não acabasse com o coração partido ao final dessa história. Ou pior...

[Série: Rendidos 01] SubestimadaOnde histórias criam vida. Descubra agora