| Caio |

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- Como assim não vou voltar para a minha casa? - perguntou e pude sentir a descrença em sua voz. 

Saímos do hospital há pouco mais de 30 minutos e estávamos indo em direção ao meu apartamento na Trailblazer de Stefano que era mais alta e melhor para que Antonella não sentisse desconforto ao se sentar e levantar. Ele havia ficado com o meu carro por causa da cadeirinha da pequena Bia. 

- É mais seguro que fiquemos em meu apartamento - respondi querendo que ela visse a razão na escolha - Os homens de Stefano estão comandando a segurança do edifício e nada passará por eles. 

- E por que não fazem isso lá em casa? - perguntou com raiva. Oh mulher teimosa.

- Carina não pode se mudar para o apartamento de Stefano porque não queremos que a avó use isso contra ela - respondi - Você ficando comigo, evitará que uma possível ameaça chegue a Bia e a Carina. 

- Podia ter falado isso antes - disse com os olhos para frente e batendo os dedos sobre as pernas. 

- Tenha calma - falei pegando sua mão e entrelaçando nossos dedos - Tudo ficará bem. Stefano vai ficar em seu quarto de hóspedes e já montou uma pequena central de imagens no lugar. Ele tem câmeras até a porta de entrada de Carina. 

- Ela sabe disso? - perguntou e um sorriso brincava em seus lábios.

- Não conte, por favor - pedi vendo seus olhos brilharem - O homem quase teve um treco diante da recusa dela em sair de sua casa. A única coisa que o fez aceitar foi o motivo.

- Doutor Santoro é o melhor. Ninguém vai tirar a Bia de Carina - falou apertando meus dedos.

- Como você o conheceu? - perguntei curioso.

- Ele fazia parte da equipe do promotor. Quando fui resgatada, ele processou o advogado principal que havia cedido minha tutela a Marcos sem uma investigação de antecedentes que teria evitado tudo isso. Quando saí da tutela dos advogados e da polícia, ele me ofereceu meu primeiro emprego. 

- Primeiro emprego para uma herdeira bilionária? - perguntei rindo e ela revirou os olhos sem esconder aquele belo sorriso.

- Não enche - falou - Ele foi o único que realmente queria saber como eu estava. Trabalhar em seu escritório era a forma dele manter um olho em mim. Sem falar nos conselhos de como gerir todo aquele dinheiro. 

- Por que saiu de lá? - agora eu estava confuso.

- Saudades da Beth - respondeu com os olhos marejados - Não a via desde o acidente e, depois que fui resgatada, não era permitido que eu saísse por causa da segurança. Retomei contato com ela há três anos, e nos encontrávamos aos arredores das cidades vizinhas. 

- O que te trouxe aqui? - Essa mulher é fascinante. 

- Eu estava cansada de me esconder, mas sabia que era necessário. Meu plano era ficar por alguns meses com a Beth e depois me mudar, e estava indo muito bem - falou e sorriu antes de continuar - Mas não consegui ficar longe da única família que me restava. Depois conheci Bia e Carina, e bem, agora tenho irmãs e sobrinha. 

- E a mim - falei beijando sua mão - Você tem a mim e as nossas filhas também. Resolveremos tudo isso em breve.

- Podem ser meninos ou um casal - falou rindo e se inclinando para me beijar rapidamente.

Estacionei na minha vaga e contornei o carro para ajudá-la a descer. Com as muletas sob os braços e uma leve careta, ela começou a caminhar lentamente sem encostar a perna machucada no chão. Os homens de Stefano estavam trabalhando juntos com os seguranças do edifício e alguns agentes do Aguiar. 

[Série: Rendidos 01] SubestimadaOnde histórias criam vida. Descubra agora