| Bônus: Stefano + Carina |

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Stefano

Estacionei o carro de Caio na vaga de Antonella e respirei fundo olhando para o alto. As portas da varanda do apartamento de Carina estavam abertas e a luz que iluminava o local me confirmava que ela estava em casa. 

A mulher estava em minha cabeça desde o dia em que a vi de costas no balcão da recepção da Guerra&Vidal. Tudo bem que vi sua bunda redonda e quadris largos antes de olha-la nos olhos, mas não dava pra evitar afastar a minha atenção daquela beldade. 

Seus olhos eram um tom de verde mais escuros que os meus, e faziam uma perfeita harmonia com seus cabelos castanhos claros e rosto levemente arredondado. Suas feições eram delicadas e até me arriscava a dizer dominantes, porque la mia piccola principessa era sua cópia fiel. (a minha pequena princesa).

Peguei a travessa e a senti ainda fumegante em minhas mãos. Daria tempo para um banho rápido e bater na porta de Carina com a oferta de paz. As coisas tinham ficado meio estranhas entre nós depois do jantar no Le'Claire e senti que ela havia se afastado. Depois que Antonella explicou o motivo, fiquei preocupado que Carina pudesse pensar que eu faria algum mal a la mia principessa. 

Saí do carro e entrei no apartamento de sorella colocando a lasanha e as chaves no balcão ao lado da caixa de presente que comprei para Bia. Tomei banho no único banheiro que tinha no apartamento, na suíte de sorella, e fui para o quarto de hóspedes onde estavam as minhas coisas. 

O tempo estava esfriando durante a noite, então optei por uma camiseta vinho, uma calça moletom cinza e chinelos. Fechei a porta atrás de mim e subi as escadas com a lasanha e o presente. Bati na porta de Carina e esperei pacientemente. 

Porra...

Carina abriu a porta instantes depois e eu não consegui fazer a coisa cavalheiresca e manter meus olhos em seu rosto. Ela estava com os cabelos presos no alto da cabeça e vestia um conjunto de dormir que estava me deixando de pau duro. As peças, na cor azul marinho, abraçavam suas curvas tentadoras e deixavam muita pele exposta naquele decote profundo que foi justamente onde prendi minha atenção. 

Carina estava sem sutiã.

- ... an... pode cancelar? - falou com aquela voz e voltei meus olhos para cima. Ela estava com alguém ao telefone - Obrigada. 

- Trouxe o jantar - mostrei a travessa de lasanha e Carina sorriu me permitindo entrar em seu apartamento. Celebrei a pequena conquista internamente

- Está cheirando divinamente - falou fechando a porta e coloquei a travessa sobre a mesa. 

O layout dos apartamentos de Antonella e Carina eram semelhantes, a única diferença era que sorella tinha uma área externa e Carina tinha uma varanda. 

- Obrigado - agradeci me voltando para ela - Prometi uma para sorella e achei que poderíamos jantar juntos hoje. 

- Obrigada por isso - agradeceu e inclinou a cabeça para o lado = Vou pegar os pratos para nós. 

- Cadê la piccola? - perguntei acompanhando-a e observando ao redor atrás da pequena. 

- 'Piccola'? - franziu o cenho com os pratos e talheres nas mãos.

- A pequena - respondi pegando os utensílios de suas mãos e voltando para a mesa. 

- Ah, já está dormindo - respondeu se sentando na cadeira que puxei para ela - Marina apareceu por aqui hoje e ... - respirou fundo - ... Bom, é a Marina. 

- Sinto muito que esteja passando por isso - segurei sua mão que estava em cima da mesa e senti o pequeno choque que acontecia toda vez que a tocava - Há algo que posso fazer para ajudar? 

- Não há o que fazer, Stefano - falou piscando os olhos marejados rapidamente - Ela vai continuar tentando porque sabe que consegue me deixar mal. Tudo para Marina é aparência e o que ela consegue com isso. 

- O juízo passou longe na cabeça dessa aí - Carina riu com o comentário e servi nossos pratos - Espero que goste de uma boa massa italiana. 

- Hummm - pensa alla mamma, pensa alla mamma, pensa alla mamma. Continuei murmurando internamente para evitar ter uma puta de uma ereção bem aqui - Está incrível, Stefano. (pensa em mamãe, pensa em mamãe, pensa em mamãe).

- Grazie - agradeci observando-a apreciar a minha comida. Caio estava certo, meio caminho andado seria pela comida. Tracei meu plano e a acompanhei no jantar. 

Carina será minha.

X

Carina

Recostei na porta fechada após me despedir de Stefano e suspirei. Por quanto tempo eu conseguiria resistir a ele? àqueles olhos claros? àquele sorriso fácil de dentes perfeitos? àquele corpo escultural? O homem até cozinhava!

Não tinha como negar que a química e a atração estavam lá desde que nos conhecemos, mesmo eu tentando acertar suas bolas por pegá-lo olhando para a minha bunda. Stefano era alto, corpo muito bem definido e constituído de músculos que me faziam trocar de calcinhas com certa regularidade. Mas eram os gestos dele que estavam me fazendo cair em seus encantos. 

Stefano estava sempre por perto, sempre solícito, sempre tentando ajudar sem ser invasivo. Sabia que ele poderia querer algo mais, mas ele poderia ter isso com alguém sem uma bagagem tão turbulenta quanto a minha.

Todas as minhas decisões precisavam ser muito bem pensadas para que minha filha não sofresse. Já bastava o que o pai, Lucas, havia feito. Só de pensar naquele crápula me dava ânsia. Toda a família dele provocava isso. Não tinha a mínima ideia de como me envolvi com ele. Não, eu tinha sim. Eu cofiei nele, confiei na pessoa errada, e acabei em uma relação abusiva. 

Escorreguei pela porta até sentar ao chão e abracei minhas pernas junto ao peito. Céus, como a minha vida mudou tanto. Eu era filha única e meus pais haviam morrido pouco antes do meu aniversário de 19 anos. Conheci Lucas pouco tempo depois e fiquei extasiada com toda a atenção que ele me dava. Como puder ser tão burra?

Uma lágrima escorreu e limpei meu rosto me negando a chorar. Levantei do chão e fechei as portas da varanda. Stefano havia lavado a louça e colocado o restante da lasanha na geladeira. Apaguei as luzes da sala e da cozinha, e fui checar a Bia. 

Abri a porta do seu quarto e a observei dormindo com as mãozinhas para cima, de cada lado do travesseiro. Bia era o meu mundo, meu maior orgulho e minha maior vitória. Foi por ela que não desisti e criei coragem para dar as costas a Lucas. Tudo o que fiz, foi e continuará sendo por ela. 

Fechei a porta silenciosamente fui para o meu quarto. Escovei os dentes e me deitei na cama com o pensamento em Stefano. Ele estava morando no andar de baixo, no apartamento de Antonella. O motivo? eu e Bia. Eu não gostava disso, não gostava de estar dando trabalho. Mas a situação da minha amiga era perigosa e eu não iria reclamar do cuidado de Stefano. 

 Meu celular vibrou e iluminou o ambiente. Retirei-o do carregador e vi que era uma mensagem de Stefano. 

Boa noite, morena :) - sorri com sua mensagem e o cumprimentei de volta. Travei o celular e fechei meus olhos deixando que o sono me levasse. 







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Capítulo curtinho para contar um pouco sobre esses dois personagens que estão me conquistando um pouco mais a cada dia <3 

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[Série: Rendidos 01] SubestimadaOnde histórias criam vida. Descubra agora