Saímos do elevador em direção ao hall do prédio e todo o ambiente estava repleto de agentes da Polícia Federal. Homens armados até os dentes e a grande maioria com máscaras cobrindo os rostos.
- Caio. Antonella - o comandante se aproximou e parou a nossa frente acenando pra mim e apertando a mão de Caio.
- Comandante - Caio o cumprimentou.
- O plano seguirá conforme o combinado - falou nos direcionando para fora do prédio e em direção a uma SUV com o nome da PF nas laterais - A escolta está redobrada e pararemos apenas quando chegarmos ao hotel. Cinco foram reservados e apenas eu escolherei para qual estaremos indo.
- Ok - murmurei me sentindo apreensiva.
Minhas mãos foram automaticamente para a minha barriga com medo de algo acontecer com as minhas filhas. Caio me aproximou mais de si e beijou minha têmpora antes de me ajudar a entrar no carro blindado.
Acomodamo-nos no banco de trás e o comandante assumiu o volante.
- Cadê Stefano? - perguntei e esperava que alguém me respondesse. Se Caio não poderia estar ao meu lado, eu não ficaria longe de Stefano por nada.
- Em nosso destino, senhorita - o comandante respondeu dando partida.
O julgamento acontecerá na cidade vizinha, aproximadamente quatro horas de distância. Tão rápido como eles estavam dirigindo, imagino que chegaremos na metade do tempo.
Tentei disfarçar o quanto pude, mas o medo tomava conta de mim desde o início da semana. Era como uma segunda pele me abraçando e tentando me jogar de volta na escuridão que lutei tanto para sair. Eu queria justiça pelo que fizeram com a minha família e com tantas outras vítimas das garras daquele monstro. Ele vai pagar pelo que fez.
- Vai ficar tudo bem - me virei pra Caio e era como se pudesse ver o meu futuro, tudo aquilo que sempre quis e tive tanto medo de ter.
Nossos filhos correndo ao redor, nossa casa repleta da bagunça mais feliz que conseguirmos sonhar, e nós dois juntos para enfrentar o que viesse em nossa direção. Caio era o meu lar, nossas filhas, amigos e seus pais eram nossa família. Ninguém tiraria isso de mim.
O caminho foi feito em silêncio e, como já imaginava, chegamos na metade do tempo previsto. O hotel era discreto, próximo ao tribunal, e contava com toda a equipe da polícia. Cinco andares foram reservados e nós ficaríamos no meio deles.
Entramos no hotel e seguimos direto para o elevador. Entrar na caixa pequena com Caio era uma coisa, mas com ele cheio de agentes era totalmente diferente e comecei a hiperventilar. Tinha que ser em um andar tão distante?.
- Mantenha a calma - murmurou me abraçando mais junto a si, mas os meus olhos não focavam em nada - Concentre-se em sua respiração.
- Algum problema? - o comandante, que estava na minha frente, se virou perguntando.
- Claustrofobia - Caio falou e me virou em seus braços - Olhe pra mim, só pra mim.
Seus olhos me fitavam sem quebrar o contato visual e era como um bálsamo caindo sobre mim. O plim do elevador soou e saímos do espaço pequeno rapidamente.
- Desculpem por isso - o comandante falou se virou pra nós e apontou para o elevador - A claustrofobia não consta nos arquivos que me entregaram sobre a senhorita, se eu soubesse teríamos ficado em um andar mais próximo ao térreo.
- Não tem problema, mas obrigada pela preocupação - falei e ele assentiu antes de continuar pelo corredor.
- Vocês ficarão nesse apartamento - apontou para a porta com o número 2113 - As portas e janelas foram reforçadas com blindagem, mas pedimos que evite-as de qualquer forma. Eu ficarei no apartamento à frente - apontou para a porta 2112 - E os demais agentes se revezaram entre os quartos nas laterais e corredor. Ninguém é autorizado a subir, a não ser que passe por mim antes.
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[Série: Rendidos 01] Subestimada
RomansaAntonella está tentando deixar um passado assustador para trás e seguir com sua vida adiante. Só não esperava que o sócio do seu chefe fosse querer desvendar todos os seus segredos. Caio está perdido nas sensações que Antonella desperta dentro dele...