| Caio |

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Eu sabia que meus pais ficariam felizes com a notícia, mas não imaginava o quanto. Mamãe estava em cima de Antonella como uma águia e ela parecia adorar a atenção. Lembrei de tê-la ouvido falar no hospital que queria que os pais estivessem aqui e isso me trouxe um aperto no coração. 

- Você será um bom pai, meu filho - a voz de papai me tirou do transe em que eu estava e olhei para ele - E um bom marido. 

- Tentarei ser o melhor para elas - falei e voltei meus olhos para Antonella. 

Ela estava na parte mais longa do sofá com a perna esticada e mamãe estava sentada ao seu lado mostrando algo no celular. 

- Vai pedi-la em casamento? - perguntou e olhei pra ele encontrando seus olhos conhecedores.

- Sim - respondi sorrindo - Vou buscar o anel mais tarde. Espero que ela goste. 

- Ela não precisa de um anel - papai falou - Ela precisa de você. O anel é para os abutres se afastarem. Você não sabe o que passei com a sua mãe. 

- Ela me tem desde o dia em que a conheci - falei rindo e olhei para ela novamente - Eu não entendia antes, mas agora entendo, pai. 

- Você fez uma ótima escolha - falou e o vi olhar para Antonella como ele olhava para mim e Felipe - Agora tenho uma filha e duas netas vindo. 

Rimos e o temporizador do forno soou na cozinha. Levantei antes que mamãe e fui retirá-lo do forno. Meu celular começou a tocar assim que coloquei a forma na ilha e vi que era Carina no identificador de chamada. 

- Já passo para Antonella - falei assim que atendi a ligação.

- Obrigada - agradeceu e voltei pra sala entregando o celular para Antonella - Carina. 

- Obrigada - agradeceu e levou o aparelho ao ouvido - Sem desculpas, quero minha sobrinha.

Voltei para a cozinha e desenformei o pudim em uma travessa deixando-a na ilha para esfriar. Eu seria crucificado se colocasse essa tentação para esfriar diante dos olhos de mamãe. 

- Caio vai buscá-la - Antonella falou ainda ao celular - Nada disso, não passamos a noite da sessão da Barbie. Amiga, Bia ficará perfeitamente bem conosco. Ele já está indo. Beijão. 

- Você desligou na cara dela? - perguntei rindo e pegando o celular que ela me estendia de volta.

- Carina iria inventar uma desculpa para não sair com Stefano - respondeu rindo. 

- O pudim está esfriando sobre a ilha - falei beijando-a na testa - Vou buscar Bia e já volto. Quer ir comigo, pai?

- Vamos - aceitou se levantando. 

- Os seguranças estão atentos a tudo, não tenha medo - falei para que só ela ouvisse quando mamãe se afastou para abraçar papai. 

- Tudo bem - falou e me abaixei para os seus lábios - Volte logo. 

- Voltarei - beijei-a e me afastei com papai. 

- Para que tantos seguranças? - papai perguntou quando as portas do elevador se fecharam diante de nós. 

Papai era mais atento do que mamãe, então os seguranças não passariam despercebidos por ele. Agora eu estava dividido entre contar a verdade ou não. 

- Nem pense em mentir para mim, meu filho - falou e senti o gelo de suas palavras. 

- Um tio e um primo de Antonella tentaram matá-la - falei a verdade - Ela foi sequestrada semana passada. Saímos do hospital há três dias.  

- Desgraçados! - vociferou - O que querem?

- Dinheiro - falei e ele franziu as sobrancelhas - Assassinaram a família dela. 

[Série: Rendidos 01] SubestimadaOnde histórias criam vida. Descubra agora