Pesadelos, vício e beijos

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"In a passionate kiss, from my mouth to yours, sloppy lips to lips
You're my vitamins, I like you"

- Drain you


Tinha gosto de chá ingles, morangos e um pouco de mel. Cheirava a pétalas de girassol derramadas sobre a água mais cristalina de toda Inglaterra.

Mas não estava frio, e Louis sabia que deveria temer o calor, ele deveria temer tudo que lhe remete ao inferno. Entretanto aquele era um calor agradável que o fazia pensar em noites felizes na lareira ou a areia pura e quente de uma praia no verão.

Então ele continuou a se mexer sob os lençóis, sentindo sua pele derreter sob os toques de Harry, que ofegava a cada beijo que Louis lhe dava para tomar para si um pedaço de todo aquele prazer.

Eles estavam deitados na cama de Louis, mas não era seu quarto... Era apenas a sua cama em um corredor escuro cuja a única iluminação transluz a cor vermelha diante do colchão.

Seus lábios não se desgrudavam e ele parecia assistir a si próprio como se visse um filme, em que ele lutava para fechar os olhos, mas se sentia cada vez mais entretido e obrigado a não fazer isso.

O barulho dos beijos preenchia a aquele sonho e o perfume de luxúria se tornava mais nítido a cada segundo.
Era íntimo demais até para sua imaginação, parecia sujo e ao mesmo tempo a única coisa que ele deveria fazer para se sentir de fato absterso.

Oh... Harry

Ele chamou seu nome como se não houvesse controle quando o garoto virou seu corpo sobre a cama dominando completamente a distância quase inexistente entre eles. Ditando os movimentos para apossar-se de seu pescoço dessa vez. Um beijo que parecia cheio de paixão; e o Louis que assistia tudo como se existissem dois dele, um que podia viver aquele pecado e o outro que podia julgar se por acaso se tratava realmente de um, não entendia porque havia paixão ali.

Mais beijos se estenderam, amassando os tecidos delicados dos lençóis e das roupas deles que pareciam queimar entre os dois, ele sentia sua boca formigar mesmo que estivesse apenas assistindo ao desejo de seu subconsciente, e então... Despertou de seu agridoce pesadelo.

Ele se sentou na cama, o rosto suado e as calças úmidas, um adolescente completamente a mercê de seus hormônios confusos...

Respirando fundo para controlar seu coração assustado, Louis cobriu seu rosto com as mãos e apertou seus dentes com raiva e vergonha de tudo que tinha assistido em sua mente enquanto dormia.

Qual era a parte dele que estava deitado naquela cama? E qual estava assistindo?

- Harry seu... Idiota! Maldito selinho idiota... - Xingou em um sussurro frustrado, e logo seu corpo estremeceu quando Dean abriu a porta do quarto sem bater.

- Você ta atrasado! - Disse o garoto de óculos ao adentrar o quarto ainda com a mão sobre a maçaneta.

Ele encarou o irmão, que tinha olhos arregalados e uma postura suspeita.

- Ta tudo bem? Teve um pesadelo?

- O PIOR! - Respondeu ele, coçando a garganta em seguida ao se levantar sem jeito, torçendo para que Dean não pudesse perceber o que ele sentia dentro de suas calças. - Eu já vou descer! - Declarou ao empurrar o irmão e bater a porta do quarto em seu rosto. Em seguida Louis suspirou, se entregando a suas pernas fracas e permitindo que suas costas deslizassem sobre a madeira fria de sua porta até que ele estivesse sentado no chão, derrotado pelo o que não queria desejar, e não podia controlar.

Era início de novembro, faltava um mês para o inverno, mas a temperatura já começava a cair. Amélia estava de oito meses, eles se preparavam para a chegada do bebê sem ter ideia de qual nome dar a ela, o ar frio não fazia o cérebro de Louis queimar menos enquanto ele tentava lidar com suas crises pessoais.

I can't look up to the sky ☆ (l.s.)Onde histórias criam vida. Descubra agora