Discussão, perspectiva e poemas

448 56 275
                                    

"I gazed the gazeless stare
We walked a millions hills
I must have died alone
A long, long time ago"

- The man who sold the world

*esse capitulo tem discussões, palavrões e frases que podem conter gatilho entre Jane e Harry*

No inverno, Louis gostava de sopas quentes, meias coloridas, secar as luvas cheias de neve com o secador de cabelos depois de brincar uma tarde inteira com seus irmãos e ler livros perto da lareira. Harry odiava o vento frio que passava pela janela quebrada de sua casa, a neve escorregadia demais para andar de skate, e as roupas que eram grossas, desconfortáveis e ainda o deixavam com frio.

Existiam muitas coisas nas vidas deles cuja a perspectiva que tinham era completamente oposta, o primeiro amor não precisa ser clichê, ele nunca é fácil. E lutar por ele ou não, algumas vezes tem mais a ver com crescimento e paciência do que com amor. Pois entender o amor, celebrar as diferentes perspectivas e se permitir olhar para o mundo com novos olhos só para entender alguém que acelera o seu coração exije muito, e nenhum deles sabia muito sobre romance, mas eles tinham entrado nessa de qualquer forma... Porque dentre o pouco que sabiam sobre romance havia o fato de que pessoas apaixonadas se beijam, e o que elas sentiam com isso eles ainda estavam descobrindo.

Era uma sombra de sensações que eles sentiam carregar desde o berço, e mesmo assim, não conhecer. Imploravam por misericórdia com seus olhos cordiais e suas roupas que ainda refletiam a infância, mas cobriam corpos diante da vida jovem; sem ter ideia de que o primeiro amor floresce não apenas misericordioso, mas também estonteante, basta se permitir crescer com ele.

Mas naquele momento, Louis não pensava em nada disso, ele nem mesmo pensava sobre o inverno quando os primeiros flocos de neve do ano de 1993 caíram sobre seus ombros. Ele bateu na porta à sua frente cinco vezes de maneira voraz, esperando que ainda assim ela fosse aberta com gentileza.

Foi a mãe de Peter que atendeu a porta, ela parecia um pouco assustada, medo que se tornou surpresa ao ver Louis com as bochechas rubras e molhadas a sua frente.

- Louis querido... O que houve? - Perguntou a mulher adulta com a mão sobre o peito.

- Po-posso falar com o Peter?

- Claro, entre. - Disse ela após uma pausa, dando espaço para a passagem dele - Sua mãe sabe que está aqui? - Perguntou fechando a porta.

- Não...

- Posso ligar para sua casa?

- Se não for incomodar a senhora, ela ficaria tranquila. - Refletiu ele passando as costas das mãos em suas bochechas geladas para secar as lágrimas recentes.

- Tudo bem, digo a ela que você fica para jantar - Ela piscou para Louis com um sorriso preocupado e foi até o telefone, enquanto ele subia as escadas conhecidas até o quarto de Peter.

Chegando lá, abriu a porta devagar depois de bater e pedir licença, seus olhos correram pelo quarto com cortinas azuis, posteres do Matt Murdock pelas paredes, luminária em forma de estrelas e móveis simples que tinham cheiro de carvalho.

- O que foi? - Perguntou Peter um pouco confuso, ele tinha um fino suor escorrendo por sua testa, e Louis observou o vinil posicionado e a agulha afastada de forma desajeitada, o que declarava que Niall estava dançando com a Cereja antes dele chegar.

I can't look up to the sky ☆ (l.s.)Onde histórias criam vida. Descubra agora