Balanço, palavras e girassois

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"People cry and people moan
Look for a dry place to call their home
Try to find some place to rest their bones
While the angels and the devils try to make 'em their own"

- Lake of fire

Louis leu e releu aquele pedaço de papel até que todas as palavras estivessem gravadas e se repetindo em sua mente como um disco riscado.

"Eu não preciso da sua ajuda... Então, por favor... só ajude"

Era como encontrar um corpo, ele não queria aquele problema... Mas não podia fingir que não tinha visto.

As palavras soavem como um convite de Harry a desconhecida escuridão que o consumia sem seu consentimento, era como tocar os hematomas que estão por baixo da camiseta dele sem poder ve-los de verdade.

Ele não entendia aquele garoto, e nem a voz dentro de seu ser que parecia lhe dizer para lutar até entende-lo.
A relação de Louis e Harry sempre seria mais sensitiva do que cheia de fatos, uma energia que parecia faze-los nunca pararem de atrair um ao outro, afinal eles eram artistas e não precisavam buscar tantos fatos concretos para entender que suas almas se correpondiam, e seus olhos pareciam ter sido feitos apenas para contemplar o rosto um do outro.

Não era só Louis que se via confuso em um momento ou outro, pensando em um garoto específico que balançava as estruturas em que ele construía sua rotina. Harry também derrubou café em alguém, ele o encarou de volta na sala de aula, ele sentiu seu coração bater forte enquanto insistia em discutir com aquele que não tinha direito nenhum de faze-lo sentir qualquer coisa.

E aquilo ainda poderia se tornar uma grande bola de neve, porém um deles era curioso o suficiente para se enterrar naqueles pensamentos e entender todas as faces do mistério e teimosia do outro, dessa forma, milhares de analogias passavam por sua cabeça, tentando compreender de onde saiu a inspiração para aquela poesia, porque era real demais e havia sinceridade naqueles versos...

E ser tão honesto assim não parece coisa de gente fria e cruel, na realidade é o contrário, é um sinal de que aquela pessoa está queimando tanto por dentro que já não existe mais calor que a atinja.

O que significaria que Dean estava certo e Harry estava mesmo sofrendo, o que significa que Louis estava fodido porque nunca teve autorização nenhuma para tirar todas aquelas conclusões do maldito pedaço de papel.

Mesmo assim sua mente estouvada queria ignorar todas essas possibilidades. E agora sentado em sua cama em seu quarto vazio, durante uma tarde comum de sábado em que por alguma razão desconhecida a casa dos Tomlinson estava silenciosa; ele recitou os versos mais uma vez em sua cabeça e decidiu que precisava de mais informações...

- E se eu roubar o diário? - Disse a si mesmo, pois se em uma folha dobrada e solta entre aquelas páginas carecentes havia tanta coisa, o que ele encontraria no diário completo?

- Eu fico sem prestar atenção alguns dias e você ja ta planejando fazer merda - Dean estava parado em sua porta, negando devagar com a cabeça sem acreditar em como tinha um irmão estúpido.

- Saí do meu quarto! - Disse Louis revirando os olhos, depois de se recuperar do susto que levou achando que estava ouvindo sua consciência.

- Não to no seu quarto, eu estou no corredor e você ta falando merda com a porta aberta! - Argumentou ele arrumando seus óculos.

- Argh Dean! - Resmungou ele se levantando para bater a porta - Não se mete! - Pediu, mas seu irmão mais velho o encarou com seriedade segurando a porta que ele queria fechar.

I can't look up to the sky ☆ (l.s.)Onde histórias criam vida. Descubra agora