Pôsteres, caderno e florescer

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"Just because you're paranoid
Don't mean they're not after you
Gotta find a way, find a way, when I'm there"

- Territorial Pissings


As cortinas foram abertas rapidamente, o orvalho na janela fez Harry se lembrar de seus piores dias e a luz do sol o levou a fechar seus olhos e resmungar na cama.

Christopher abriu os vidros e deixou que o vento com cheiro de chuva e pólen das flores mais jovens entrasse no quarto. Harry se virou entre os cobertores e escondeu seu rosto, sua cabeça estava latejando e seu estômago revirando.

- Hora de levantar. - Proferiu o mais velho, Harry não se mexeu.

- Me deixa ficar aqui, por favor. - Ele pediu com um fio de sua voz, a garganta seca e um desânimo que já havia se tornado comum, não era nem agradável e nem desagradável.

- Não, o quarto está um nojo e você precisa de um banho e um passatempo.

- Posso fazer isso amanhã...

- Você diz isso todos os dias, levante! - Ordenou, segurando os tornozelos de Harry na cama e puxando devagar para fora dos limites do colchão.

- Ah! - O garoto exclamou enquanto era arrancado dos lençóis - Me larga!

- Vai pro chuveiro agora! - Christopher disse firme, quando o adolescente já estava no chão, incapaz de manter seus olhos muito abertos.

- Por que está fazendo isso? Eu não briguei com você ontem!

- Não tem a ver com as brigas, Harry, não estou te punindo, estou tentando te ajudar - Argumentou - E nossa, vai logo pro chuveiro - Adicionou, fazendo uma careta, depois de balançar os cobertores de Harry sobre a cama.

O ruivo se levantou bufando, pegou uma troca de roupa e foi direto para o banho. Ele não quis admitir nem para si mesmo o quanto foi bom sentir a água corrente, e nem como foi prazeroso lavar o cabelo. Harry ainda odiava sua pele, seus cachos, e cada detalhe de seu corpo.

Quando retornou ao quarto, Christopher estava terminando de arrumar sua cama, e haviam lençóis limpos sobre ela.
Uma pilha de roupas sujas foi montada no chão, as embalagens de comida estavam na lixeira e a mala em que Harry trouxe todas as com suas coisas, foi cuidadosamente colocada sobre a escrivaninha, que ele não tinha sequer tocado anteriormente.

O sol iluminava completamente o quarto e em seu glorioso raiar da manhã, era possível ver as partículas de poeira flutuando no ambiente. O adolescente encostou no batente da porta e cruzou os braços, em uma mistura entre a timidez e a raiva. Ele se odiava e odiava Christopher por fazê-lo se sentir desse jeito.

Enquanto assistia o homem arrumar sua bagunça depois de arrastá-lo para fora da cama à força, era como se ele tivesse se tornado sua mãe. E Christopher, um espelho da pessoa que ele foi obrigado a ser nos últimos cinco anos.

- E então? Não está melhor? - O homem questionou ao encontrá-lo com o olhar.

Harry deu de ombros, encurralado, silencioso e indefeso.

- Pensei que a gente podia pintar as paredes, na cor que você quiser - Ele sorriu, em uma tentativa de contagiá-lo - Qual a sua cor favorita?

I can't look up to the sky ☆ (l.s.)Onde histórias criam vida. Descubra agora