Internato, obcessão e idiota

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"Would you like to hear my voice
Sweetened with emotion
Invented at your birth?"

- Oh me

Talvez Harry não tenha voltado para casa tão rápido quanto prometeu, acontece que ele não tinha nenhuma noção de que horas eram quando colocou sua chave na fechadura da porta de seu apartamento.

Ele girou a chave com dor nas bochechas, já que sorriu durante todo o caminho. Harry não saberia explicar o que estava sentindo, a frequência das batidas de seu coração parecia fazer vibrar cada extremidade de seu corpo, e fazia o ar ter um cheiro mais agradável. Talvez fosse a sensação de encontrar o amor de sua vida quando se sabe o que é amor.

Mas quando o passado toca o futuro com uma postura tão indiscreta, pode-se acabar esquecendo de tudo o que já sabe.

Harry entrou no apartamento suspirando, deixou suas chaves sobre o balcão que separava a sala da cozinha e permitiu que seu sorriso se tornasse maior quando Debbie o surpreendeu com um abraço apertado.

- Que saudade - Disse ela, enquanto balançava seu irmão pelos ombros com carinho.

Seus cabelos eram mais curtos agora, e estavam amarrados em um coque, seu rosto não mudou muito, só o suficiente para que Harry se lembrasse a quanto tempo ganhou uma nova irmã.

- Me solta pelo amor de Deus - Pediu ele, ainda que estivesse sorrindo.

Seus detalhes eram leais ao seu passado, e seus medos fíeis aos seus delitos mais sutís.

Debbie riu um pouco e se afastou, então Harry pôde ver seu pai e seu melhor amigo sentados no sofá assistindo a um jogo de futebol.

- Seu pai ligou a televisão - Disse Nathan, com a boca cheia de salgadinhos, apontando para a tela.

Harry apenas arqueou as sobrancelhas para o comentario óbvio de seu amigo, dando alguns passos em direção a sua sala de estar.

- Por que demorou tanto filho? - Christopher questionou ao se levantar, e abriu os braços antes que seu filho o abraçasse com força, os olhos fechados e o rosto carinhosamente depositado sobre seu ombro direito. A coragem de Harry era confidente de sua carência tão antiga quanto seus temores.

- Eu fui comprar flores - Contou, se afastando para ir até a cozinha pegar um copo de água.

- Isso o Nate me disse - Christopher começou receoso, enquanto o seguia pela casa - Mas onde estão as flores?

Harry parou de beber sua água... Mas que droga! Ele colocou o copo no balcão e coçou a garganta.

- Eu esqueci.

- Esqueceu? - Nathan estranhou, deixando de prestar atenção no jogo.

- É eu... - Harry colocou a palma da mão sobre sua testa - Eu me distrai - Sorriu.

Debbie maneou a cabeça e encarou Christopher, que tinha a mesma expressão de dúvida que ela.

- Se distraiu com o que?

Harry não conseguia parar de sorrir, então ele cobriu seus lábios com as mãos ao se debruçar sobre o balção, encarando sua irmã e se sentindo uma criança de novo.

I can't look up to the sky ☆ (l.s.)Onde histórias criam vida. Descubra agora