Queda, páginas e os nove dias

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Nota da autora🚨

Olá leitores de I can't look up to the sky, eu gostaria de agradecer a todos que me acompanham até aqui e dizer que estamos na metade da nossa jornada. Esse é um dos capítulos mais pesados, onde vamos esclarecer todos os conflitos, traumas e história do Harry, um personagem tão complexo e complicado.

Quero que saibam que essa história tem um final feliz, e que apesar de tudo ele é um sobrevivente. Antes de lerem, saibam que esse capítulo contem:

⚠️Menção a violência, depressão clínica, depressão pós-parto, tendencias suicidas, crise de ansiedade e processo de luto⚠️

Nada é abordado de forma explicita ou aprofundada, mas se você preferir pule os trechos do diário do Harry, vou deixar um emoji no início e um no fim (esse📖). E tem mais uma cena que eu sinalizei fiquem tranquilos.

Estou tentando deixar esse ambiente confortável para todos, me deixem saber se acham isso desnecessário, ou se deveria ter sido feito em outros capítulos e se está bom pra vocês assim.

E aproveitem a leitura, obrigada por tudo ❤️

☆☆☆

"Get away, get away, get away
Get away, away, away from your home
I'm afraid, I'm afraid, I'm afraid
I'm afraid, afraid, ghost"

- Breed

Havia uma vela em cima da cômoda de madeira, Louis observava a chama jogando seus pensandos sobre ela, assistindo a luz forte machucar seus olhos aos poucos, e derreter a cera sensível.

Ele não podia pensar em outra coisa que não fosse a confissão de Harry, sua indefensabilidade molhando suas roupas geladas naquela noite.

O ranger da porta de seu quarto foi o que o arrancou de seus devaneios mais sombrios, ele se arrumou sob os cobertores e sorriu pequeno ao ver seu pai entrando no quarto com uma bandeja.

O homem sorriu contido antes de fechar a porta atrás de si, Louis fungou devagar, sentindo como sua garganta doía e tornava difícil dizer boa noite.

- Como você está? - Questionou George.

E é claro que ele se referia a gripe que Louis pegou depois de cair no lago congelado, mas o garoto queria dizer que se sentia de coração partido, se sentia impotente e queria ter o poder de drenar toda a dor de Harry com um abraço caloroso. Mas isso não mudaria nada, e mesmo que pudesse, Harry continuava a construir muros ao redor de seus demônios, impedindo que qualquer luz ou calor passe pelas frestas pequenas, e negando os abraços de Louis.

- Minha garganta dói - Ele respondeu com dificuldade.

George colocou as costas de sua mão na testa do filho, depois de deixar a bandeja sobre a cama e se sentar na ponta dela também. Louis fechou os olhos e o homem suspirou enquanto sentia sua temperatura.

- Está com febre - Ele lamentou, e seu filho tossiu algumas vezes. - Aí Louis, eu deveria te deixar de castigo para sempre por ter ido até o lago no inverno!

- Desculpe. - Ele sussurrou baixinho.

- E eu não quero mais você andando com aqueles garotos que o deixaram sozinho!

- Nunca mais quero ver eles. - Comentou sincero, tentando conter as lágrimas que se formaram.

- Come tudo o que eu trouxe, vou pegar uns remédios. - Disse por fim, colocando a bandeja no colo do filho e se levantando para deixar o quarto.

I can't look up to the sky ☆ (l.s.)Onde histórias criam vida. Descubra agora