Origami, tradições e fogos de artifício

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"Come on over and do the twist, over-do it and have a fit. Love you so much, it makes me sick, come on over do the twist, beat me outta me (beat it, beat it)"

- Aneurysm

Harry Frédéric lutava para descansar, vendo as horas rastejarem diante de seus olhos cansados, pensando em como a estabilidade de um sentimento ruim é amarga. Embora o peso de sua presença, e o conforto inesperado de sua permanência sejam atrativos como um banquete com todos os sabores.

Parece tão simples se afundar em decepções e apenas não se importar, enquanto suas arterias continuam a espalhar o sangue que você sente que já não é mais uma parte sua.

A cama é mais corfortável porque você não está exigindo tanto conforto assim, você entende a diferença entre sono e exaustão. O mundo parece mais seguro naquela perspectiva mentirosa, mas tão bela que torna constelações inteiras desinteressantes.

E aquela dor profunda se camufla embaixo de suas pálpebras sensíveis, que lidam com seu cérebro que não quer desligar, mesmo sem saber como se manter funcionando.

As horas passaram lentamente para Louis, ele limpou toda a bagunça que havia feito na cozinha e tentou fazer Harry se levantar. Porém, a luz do dia mal alcançava a janela alta e pequena de onde ele resolveu se refugiar, e sem uma tocha na escuridão, você permanece deitado sob lençóis escuros durante o dia.

Não havia nada para se fazer entre aquelas paredes amarelas, sem vídeo-games, livros, instrumentos, televisão ou telefone. Então Tomlinson estava batendo uma bola de borracha contra a parede e pegando de volta, prestando atenção em seu namorado a todo momento, ele fazia carinho em seus cabelos, ouvindo seus suspiros irritados e tentando entendê-los.

- Haz, está quase na hora do jantar... Meus pais queriam que a gente fosse para minha casa, pode levantar agora? - Perguntou carinhoso, sua voz baixa e doce escondendo o que o assustava sobre tudo aquilo.

Ele não podia ver as sardas que tanto amava, já que Harry estava virado para a parede a algumas horas, apenas respirando, sem dormir ou falar, sem se mover muito.

- Pode ir - Sussurrou sem muita vontade.

- Você precisa vir comigo...

- Jesus Louis, me deixa aqui! - Resmungou puxando seu edredom até cobrir sua cabeça.

- É isso que você faz o dia todo quando falta na escola? Porque eu vou começar a aparecer aqui e dormir com você.

- Não.

- O que aconteceu? - Louis tentou puxar o cobertor, e Harry afastou seu toque em um reflexo rápido.

E não respondeu, assim como nas ultimas dez vezes que Louis perguntou.

- Se não vamos jantar lá, eu preciso ir comprar nosso jantar, ligar para o meu pai e avisar que vou dormir aqui.

- Eu não ligo para a merda que for fazer! Só me deixa em paz caralho!

Louis não ia deixá-lo em paz... O ruivo apertou os olhos e os punhos quando sentiu o colchão se afundar atrás de si, encolheu seus pés e a raiva esquentou seu rosto quando sentiu o nariz de seu namorado em sua nuca.

- Eu faço o que você achar melhor - Ele sussurrou.

Era desse jeitinho inofensivo que ele tornava Harry quebrável, que ele o fez sentir vontade de se mover só por um segundo.

Se virou para ele, seus rostos proximos, mas não o suficiente para que ele não amasse cada detalhe, como ele havia condenado a si mesmo naqueles lençóis. Sabia que amava aquele rosto jovem, sabia que amava seus traços infantis, que eram como os seus em aparência, mesmo que nunca fossem semelhantes de verdade.

I can't look up to the sky ☆ (l.s.)Onde histórias criam vida. Descubra agora