"I'm so tired I can't sleep
I'm a liar and a thief
Sit and drink Pennyroyal Tea
I'm anemic royalty"- Pennyroyal Tea
Louis passava seus dedos magros pela ponta curvada da folha do diário de Harry. Enquanto seu namorado dormia ao seu lado, as páginas o mantinham acordado. Estava tudo bem, ele tinha autorização para ler sempre que tivesse vontade, como garantiu Harry a algumas semanas.
Ele ficava preso entre as páginas pesadas, ria da ironia do tempo e do destino, ao se lembrar que nunca entendeu como Harry passava tanto tempo relendo o mesmo livro na escola. Sua solidão intrigante e sua concentração reservada atrairam sua atenção no passado, mas ele nunca pensou que acabaria se tornando refém das mesmas palavras.
Apegado agora à aquelas que riscadas e parcialmente destruídas, tinham promessas de um adeus. A carta que Harry escreveu para si mesmo quando sentiu vontade de tirar a própria vida. Não era possível ler tudo o que tinha ali, e sinceramente, Louis não tinha nenhum interesse nisso. Apenas agradecia por ele ter desistido, e cruzado seu caminho alguns meses depois.
Quando chegasse em sua casa, Louis pegaria seu caderno de flores e recortaria cada uma das pétalas que juntou nos últimos anos, ele faria delas adesivos e de seu caderno um vazio de recortes. Colaria as flores ao redor da carta, cobriria cada centímetro daquela página, Harry querendo ou não.
Ele poderia colher mais flores depois.
Folheou o diário mais um pouco, lendo os mesmos poemas que o encantavam, alguns que o deixavam confuso. Declarações de amor que ele sabia que eram para ele, e outras que ele não tinha ideia sobre o que eram.
"09 de janeiro de 1994
Vou parar de respirar.
Pintou minha pele com pínceis de cristal, decorou o chão com os cacos da porcelana, alma desleal.
Iluminam o caminho, que com pés descalços caminhei.
Mesmo nas sombras te encontreiPromessas tão frias e belas
Digitais nos vidros das janelas
Fatias de um amor desintegrado.
Enlaçou minha juventude, destino desesperado, ou desespero destinado.Vou parar de respirar agora, sinto cheiro de neve lá fora.
O gosto é diferente do ano passado
Me despedir nessa estação seria triste
Ele desenha esperança em biscoitos de gengibre.
Vou parar de respirar.
Vou parar de respirar agora"Era madrugada quando Louis chorou, tudo estava tão frágil ao fim da estação.
Seus sapatos molhados, seus poemas aguardando a primavera e inclusive os travesseiros sob sua cabeça. Suas lágrimas desciam silenciosas e seu medo se mostrava tão conflituoso, que ele nem tinha uma expressão para isso em seu rosto. Pensativo, ele demonstrava tênue "tranquilidade" com seus olhos molhados e estáticos e seu nariz avermelhado.
Por isso Harry o assustou quando gritou. Ele estava dormindo ainda, mas se debatendo entre os cobertores, lágrimas adornavam seu rosto tão quebrável e suor tornava sua pele fria.
- Hey! Sol! - Chamou segurando seus braços, mas ele não parou.
Louis sussurrou seu nome dessa vez, a voz grave. Subindo em seu colo e tentando fazê-lo acordar ele segurou seus pulsos. Suas púpilas estavam pequenas quando ele abriu os olhos verdes, sua respiração estava ofegante e havia agônia entalhada em suas marcas de expressão.
- Amor, é só um pesadelo - Louis informou, afastando seus cabelos ondulados de seu rosto airoso.
Ele puxou o ar algumas vezes, sua garganta estava seca e sua pele parecia queimar em cada lugar onde Louis tocava.
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I can't look up to the sky ☆ (l.s.)
Fanfiction[EM ANDAMENTO] Em 1993 Harry Frédéric Styles não conseguia pensar em algo que pudesse mudar a sua vida monótona, ele é um garoto solitário que vende suas composições tentando solucionar todos os problemas que vivencia dentro de casa. Mas quando co...