"As my bones grew, they did hurt
They hurt really bad
I tried hard to have a father
But instead I had a dad"- Serve The Servants
De olhos fechados, ele podia ouvir a chuva caindo do lado de fora. Usava uma calça beje e um suéter vermelho, abraçado aos próprios joelhos e sentado no chão de seu quarto que tinha as janelas e cortinas fechadas.
Harry respirou fundo, desejando que as coisas pudessem permanecer como estavam. A chuva ficava mais forte e ele tentava se concentrar no cheiro de terra molhada e chocolate que a casa toda tinha.
Era dia três de abril, e ele estava se permitindo ser uma criança, escondido no quarto para se sentir um pouco mais seguro enquanto Christopher resolvia seus problemas na linha de frente. Mesmo assim era difícil, por isso ele se encolheu involuntariamente quando a porta de abriu.
Uma fresta de luz alcançou seus olhos e ele piscou com força antes de reconhecer que era apenas Debbie.
- Eles já foram? - Indagou, e a garota negou com a cabeça antes de entrar no quarto e fechar a porta novamente.
Ela se sentou no chão ao lado dele, deitando a cabeça em seu ombro e escutando ele respirar fundo novamente.
- O que acha que vão fazer comigo?
- O pai acha que vão deixar você ficar, não tem outra pessoa pra cuidar de você - Ela suspirou - Eles estão conversando.
- Tem o irmão da minha mãe na cidade vizinha - Harry sussurrou apreensivo - E se ligarem para ele?
- Você quer morar com ele? - Debbie levantou o olhar, preocupada.
Harry e engoliu em seco e a encarou amedrontado.
- Não! Quando eu era criança... Ele e o meu pai me deram uma surra tão grande que eu quebrei dois dedos e uma costela.
- Eu não vou deixar te levarem embora - Ela o abraçou, sentindo seus olhos molhados.
- Eu não quero ir embora - Admitiu com um fio de sua voz, tentando regular sua respiração - Não me abraça - Pediu ansioso, e Debbie o soltou imediatamente.
- Desculpa eu esqueci...
- Não toca em mim.
- Eu sei, não vou.
Os dois continuaram ali, compartilhando o silêncio e o escuro. E a cada segundo que passava Harry sentia mais vontade de arrancar suas roupas coloridas, ele queria se esconder, fugir. Mas não o fez, porque Debbie estava ali.
Porque o jardim molhado do lado de fora reservava alguma coisa para eles no futuro, então ele se agarrou em sua esperança tão sutil e fantasiosa. Christopher abriu a porta do quarto produzindo um renk, cerca de cinco minutos depois.
- Oi, por que estão sentados no chão? - Sua voz era lenta e cautelosa.
- E aí? - Harry perguntou inquieto, ignorando a pergunta.
- Eles já foram, e você vai ficar aqui - Ele disse simples, ao se sentar na cama.
- Sério? Por que? E a minha mãe? - Disparou com os olhos arregalados, Debbie sorria pequeno ao seu lado.
- Sim, a cidade é pequena e todo mundo se conhece Harry. Não tem porque criar um grande caso com isso agora, eles me conhecem e conhecem a sua mãe, ninguém quer te causar mais problemas agora - O garoto assentiu devagar, respirando fundo e tentando acreditar naquilo - Mas as coisas terão que ser discutidas na presença de um juiz se a sua mãe for transferida para outra cidade, basicamente.
VOCÊ ESTÁ LENDO
I can't look up to the sky ☆ (l.s.)
Hayran Kurgu[EM ANDAMENTO] Em 1993 Harry Frédéric Styles não conseguia pensar em algo que pudesse mudar a sua vida monótona, ele é um garoto solitário que vende suas composições tentando solucionar todos os problemas que vivencia dentro de casa. Mas quando co...