Prata, água e a lua

503 54 510
                                    

"Here I am alone and blue.
Some people cry and some people die,
By the wicked ways of love.
But I'll just keep on rolling along
With no grace from the Lord above"

- Heartbreaker

Era mais uma manhã gelada, e para a maioria dos residentes de Greenwayfield era um dia como todos os outros daquele inverno. Mas para Louis nenhum dia estava sendo igual, ele se sentia no olho de um furacão tentando indentificar os objetos que voavam rápido ao seu redor, e em alguns momentos ele conseguia.

Ele voltou a procurar por Harry, nas salas de aula e nos corredores. Só que Louis não encontrou, ele deveria imaginar que um dia tão frio como aquele não teria muito sol... Sua jornada de autoconhecimento quase chegava ao fim, mas ele ainda sentia que precisava transmitir com sinceridade o que descobriu.

Porque Louis nunca repitiria a burrice de abandonar Harry na biblioteca, ele seguraria sua mão e seria sincero, não temia mais a si mesmo ou a seus sentimentos. Harry tinha que entender isso, ele merecia desculpas e milhares de rosas, e Louis estava disposto a podar cada uma delas para que nenhum espinho o incomodasse.

"Viajando entre as estrelas de brilho azul, está meu coração sangrento.
Blindado pela prata de uma adaga florida, está meu coração sangrento.

Eu tive um sonho com flores bonitas, nele haviam beijos e ilustrações coloridas.
Pintadas com sangue de um fiel, foi quando eu vi meu coração sangrento. Destemido ao tocar minha jóia de papel, ela está onde deve estar.

E se eu me machucar, vou deslumbrar o vermelho dele, serei curado pelo verde... E as estrelas azuis vão me encontrar em uma vida acordado
Então posso te agradecer pelo sangue doado"

Ele uniu suas palavras honestas em um poema que ele não sabia se era bom, cuspiu cada uma delas inspirado pela coragem de seu irmão, e sofrendo pela distância de sua paixão. Ele deslizou um envelope para dentro do armário de Harry, como o inicio de uma tradição, uma declaração à confiança e uma esperança singela.

Mordeu seus próprios lábios e suspirou sabendo que não poderia pegar o poema de volta, estava feito. O garoto seguiu para o refeitório, repetindo sua rotina diária sem sentir muita vontade de fazer isso, ele se sentou em uma mesa vazia, de frente para seu irmão que comia sozinho.

- Olha só, se não é meu irmão mais novo de coração partido... - Dean debochou e Louis murchou ainda mais.

- Não enche Dean - Pediu ele tocando seu queixo com uma de suas mãos e apoiando o mesmo cotovelo na mesa.

- Como foi passar a tarde trancado no seu quarto se lamentando porque Harry te rejeitou?

- Foi ótimo, eu escrevi um poema triste e acabei de deixar no armário dele...

Dean riu como se ele tivesse contado uma piada, mas seu sorriso desapareceu quando ele percebeu que Louis falava sério.

- Está falando sério?

Ele assentiu.

- Meu Deus, isso é triste de assistir...

- Eu vivo dizendo isso. - Disse Peter, assustando Louis ao surgir atrás dele.

- Credo Ni! - Resmungou ele enquanto o loiro se sentava ao seu lado - A quanto tempo está aí?

- O suficiente para saber que você está rastejando até o Harry de novo enquanto ele te despreza, e que mais alguém agora sabe disso.

- Você é como um espião, sabe disso não é?

- Eu tento - Disse ele dando de ombros.

- Dean, esse é o Peter meu amigo, e Peter esse é o meu irmão Dean.

I can't look up to the sky ☆ (l.s.)Onde histórias criam vida. Descubra agora