CASEY
Faltando três semanas pra primeira classificatória das nacionais eu estava treinando todos os dias, seguindo a rotina que meu corpo se acostumou hoje eu acordei as 05 e cheguei aqui as 6 junto com a minha treinadora.
— pode se alongar, vou comprar um café — ela apontou pra pista por baixo dos seus óculos de grau e eu patinei lá pra dentro me apoiando na grade com uma mão. Contratei minha treinadora a 3 anos, Charlote é ríspida odeia erros e atrasos e bom somos parecidas, o treinador que o rinque me fornecia não era bom pra me levar pra competições então eu a contratei, ela treina quase todas as meninas do gelo e ninguém tinha do que se queixar.
— vamos começar leve, quero observar pra corrigir seu alinhamento — ela conversou comigo antes de eu me afastar e patinar até o meio do gelo. Fiz tudo certo no ritmo da música e ela ainda não parecia satisfeita.
— você não está sentindo a música Casey, o tango é pra ser dramático cadê o drama?, você anda faltando as aulas? — neguei.
— eu vou me concentrar mais — usei minhas horas de ensaio aperfeiçoando cada vez mais meu número, Charlote escolheu tango por que ela disse que combinava comigo já eu achava que tango era melhor em patinação em duplas e não solo, mas ainda assim eu me esforcei e no fundo da minha mente uma voz me dizia que eu não tinha a menor chance.
Encontrei com a Heather na saída do vestiário e fomos pra aula juntas, fiquei encarando ela que tinha um sorriso brilhante e esperei ela me dizer por que estava tão feliz.
— o sol está batendo nos seus dentes e queimando os meus olhos, me fala a boa notícia por favor — ela me olhou e pulou como se me esperasse perguntar.
— fomos chamados pra cantar em um casamento — abrimos a boca juntas.
— isso com certeza é sério, casamento são coisas sérias, eu acho que vocês precisam de uma acessória.
— eu andei pensando sobre isso mas não sei por onde começar.
— vocês vão arrumar um monte de shows e você nunca mais vai ter que pisar na lanchonete — levantei os braços pro céu.
— eu gosto de trabalhar lá — encarei ela — beleza o salário é um lixo.
— e só nós duas e a Paula estamos lá, se pedirmos demissão é capaz do Joe fechar as portas — enquanto eu falava meu celular vibrou e era mensagem da minha mãe.
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Oi amorzinho, você pode vir jantar aqui hoje?
Eu vou estar trabalhando mãe
É importante tigrinha, precisamos conversar
Tá certo, não me espera pra comer chego lá pelas 22:00
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No fim do meu turno eu peguei um táxi até East Rock esperando que o assunto fosse muito importante pra eu estar aqui ao invés da minha cama. Entrei em casa que estava com as luzes apagadas e parei no pé da escada.
— mãe eu cheguei — fui pra cozinha e acendi a luz pegando uma maçã que estava na fruteira, me virei quando ouvi seus passos.
— vem vamos sentar — me empurrou pelas costas até eu sentar no sofá — sem enrolação?.
— sem enrolação — pedi e ela concordou.
— você sabe que eu ando saindo, vou nas reuniões de pais e mestres e acabei conhecendo um homem — ela piscou fazendo sua franja balançar com os cílios e eu franzi a testa.
– tá bom ... - pedi pra que ela continuasse.
— estamos namorando, não sei se você o conhece o nome dele é Mark — ela disse mexendo na nuca sorrindo pra almofada e eu dei os ombros.
— Mark? De que?.
— Mark Mitchell— engasguei com um pedaço de maçã e sentei reta tirando as costas do sofá.
— mãe, Mitchell? Você tá saindo com o Mark Mitchell? — falei mais alto que o normal.
— qual o problema ele é uma ótima pessoa.
— eu não sei não o conheço, ele é a porra do vereador da cidade como vocês acabaram juntos? — eu não podia acreditar que minha mãe estava saindo com um ricaço.
— nos conhecemos nas reuniões do NA, ele faz trabalho voluntário, mas por que você acha que eu não sou boa o suficiente pra namorar um cara como ele? — ele me olhava com atenção e parecia assustada.
— eu nunca pensaria isso de você, só que como você está namorando um vereador todo mundo vai acabar sabendo e falando sobre o namoro de vocês — já tive uma visão da minha mãe sendo convidada pra todos os jantares importantes que eles dão.
— eu vou precisar só me vestir melhor de vez em quando, todos já me conhecem — concordei e peguei na sua mão.
— você gosta dele então? Você nunca teve um namorado — perguntei e ela sorriu jogando o pescoço pro lado.
— eu gosto sim, nunca imaginei que ele gostaria de mim também mas aconteceu, estamos junto a 6 meses — arqueei as sobrancelhas pra ela que sorriu.
— e você me contou só agora.
— claro, eu ainda estava fazendo teste drive e agora que eu tenho certeza você pode saber — concordei parando de implicar.
— você fez certo mãe, e que legal ver você namorando depois de dizer que ideia os homens — ela riu passando as mãos no meu cabelo.
— as vezes a gente só precisa conhecer a pessoa certa, você também vai conhecer.
— eu não preciso da pessoa certa — segurei sua mão e revirei os olhos de leve.
— claro que precisa, ser amada é bom filha você vai ver — concordei deixando ela continuar a me contar sobre o Mark enquanto eu vestia um pijama já que dormiria aqui por estar tão tarde.
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Meu destino - amores improváveis #2
RomanceCasey Fisher faz parte da equipe de patinadoras de Yale, enquanto faz de tudo pra ter chances nas nacionais de patinação artística e lida com os problemas de ter uma mãe dependente química em casa, ela precisa aprender a lidar com sentimentos estran...