Capítulo 45

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CASEY

Domingo de manhã eu arrumava minha mala me preparando pra voltar a East rock, Heather ficaria aqui e passaria o natal com o Liam e seu pai, e Tessa estava fazendo suas malas para viajar até Long Island e o passar a virada do ano lá com os seus pais. Entrei no seu quarto indo ver se ela estava pronta e ainda fazia a mala meio distraída.

— está acabando? Minha mãe chega em 10 minutos — chamei ela que me olhou e parecia um pouco triste.

— só falta um casaco — fechou uma mala e eu fechei a outra ajudando ela a colocar no chão.

— não queria voltar pra casa? — perguntei e ela negou vestindo um moletom.

— lá é muito diferente, eu tenho que ser outra pessoa — abracei seus ombros tristes e ela sorriu.

— não se preocupa, em duas semanas vamos voltar pra nossa rotina, nos três, apenas seja forte — eu não sabia qual era a barra que a Tess iria encarar chegando em casa, mas não havia nada pior do que voltar pro lugar de onde lutamos pra fugir. No hall da casa Heather veio correndo se despedir e ficamos todas emotivas demais.

— eu vou sentir muita falta de vocês, ficando sozinha nessa casa gigante — nos abraçamos as 3 em um círculo.

— são duas semanas, mas eu também vou sentir muita saudade — disse de vez mexendo no seu cabelo.

— vamos nos falar todos os dias — Heather nos fez prometer e ouvimos a buzina da minha mãe do outro lado da rua.

— tchau, se cuida, qualquer coisa chama o seu namorado, ele viria tão rápido até mesmo antes da polícia chegar  — beijei seu rosto e joguei minha mala e as da Tessa no porta malas — oi mãe, cadê a Lili? — entrei no banco da frente abraçando ela que estava sorridente e ouvindo música baixinho no rádio.

— no passeio da escola, deve chegar às 17 horas, oi Tessa querida, está animada? — perguntou ao mesmo tempo em que buzinou dando oi pra Heather pelo vidro me fazendo rir. Enquanto elas conversavam e minha mãe dirigia eu observei a rua com uma brisa gostosa do inverno, todas as fraternidades tinham carros e malas do lado de fora, todo mundo viajaria hoje deixando o campus vazio, deitei a cabeça no banco fechando os olhos relaxando e logo o monstro dentro da minha cabeça apareceu trazendo com ele a dor do meu quadril, me lembrando do que eu precisava.

— me avisa quando pousar, boa sorte — gritei do lado do fora do carro vendo a Tessa levar duas malas em direção a entrada do aeroporto, sua carinha e um pequeno sorriso apertaram meu coração mas eu tinha certeza que ela ficaria bem.

— vamos? Temos muitas luzes de natal pra pendurar — minha mãe me chamou e eu concordei entrando no carro — vamos fazer a ceia com os Mckey, seja gentil com o Logan — claro que sim, igual a todos os anos todas as nossas noites de natal são juntas, já que não faz sentido ele e sua mãe sozinhos, e nos sozinhas também.

— eu sempre sou gentil — lembrei do Logan, sai da sua casa de fininho assim que amanheceu, essa hora ele também deve estar na estrada indo pra casa da sua mãe.

— muda essa música por favor tigrinha — deixei que ela curtisse suas musicas enquanto trocava mensagens com a Heather e Tess no grupo que tínhamos. não sei o que faria por 2 semanas em casa, provavelmente passaria todo o tempo com a minha mãe e a Lili e quem sabe se aparecesse alguma festa com as pessoas do ensino médio, eu não odiava todos eles. Chegando em casa desfiz minha mala colocando todas minhas roupas na cômoda cor de rosa do meu antigo quarto e quando ajeitei tudo fui pra sala atrás da minha mãe, que estava no telefone com seu namorado.

— eu não posso prometer mas vou tentar — ouvi ela falar mas andei pra cozinha, tentando não ouvir sua conversa, remexi a geladeira achando uma pizza guardada e esquentei ela no microondas, enquanto mordia um pedaço ela entrou na cozinha me olhando — não come essa besteira, vai tomar banho que vou preparar o jantar — obedeci sumindo pelo corredor e peguei uma toalha limpa no quarto da minha mãe, mas antes que eu pudesse ir até o meu banheiro encarei o banheiro da minha mãe aberto, com a toalha nos braços entrei fechando a porta atrás de mim e abri a portinha do espelho na minha frente. Eram muitos e muitos remédios, li todos os frascos rapidamente e peguei um frasco cheio de analgésicos e com as mãos tremendo escondi o frasco na minha toalha saindo de lá correndo e me trancando no meu quarto indo tomar um banho quente.

— Lili — disse animada vendo minha irmã na sala de jantar quando voltei morrendo de fome, ela saltou no meu colo me fazendo cambalear pra trás.

— árvore de natal? — ela murmurou com o rosto enfiado no meu pescoço.

— nos vamos montar ela hoje lilibug, mas primeiro vamos comer, não tá com fome? — perguntei andando com ela até a mesa e sentei ela na sua cadeira.

— tem batatinha? — me derreti com ela falando com a minha mãe e nos sentamos na mesa, primeiro o prato da Lili foi feito e minha mãe nem precisou pedir mais de 1 vez se eu queria que ela fizesse o meu também. Era muito bom estar em casa nem que seja por um tempo.

Acordei no meio da noite suando com o peito acelerado e me estiquei acendendo meu abajur, sentei na cama sentindo meu coração bater na garganta e fui no banheiro passar uma água no rosto, me sentei na minha cadeira no canto do quarto e vi uma luz entrando pela janela, me arrastei na cadeira de rodinhas e abri um pouco minha cortina. A luz vinha do quarto do Logan, olhei meu celular e eram 02:14, estranhei minha vontade de mandar uma mensagem pra ele, sentia um medo em alguma parte do meu corpo e acabei pensando que ele aqui poderia fazer esse medo ir embora, mas como eu não tive coragem acabei encarando sua janela até a luz lá dentro se apagar, então fui me deitar e encarei o teto por umas 2 horas até o meu cérebro dar uma trégua e me deixar dormir.

Meu destino - amores improváveis #2Onde histórias criam vida. Descubra agora