Capítulo 62

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LOGAN

No começo da aula de economia eu estranhei quando a Casey se sentou do meu lado, geralmente nessa matéria ela se senta lá atrás junto com umas garotas e nunca aqui na frente, mas hoje se sentou aqui. Observei ela soltar a mochila no chão e cruzar as pernas tentando ser casual, e me olhou de canto de olho.

— tudo bem com você? — perguntou e eu concordei.

— sim e você? — balançou a mão no ar e apoiou os cotovelos na mesa se inclinando na minha direção.

— você está triste ou com raiva? — dei um sorriso fraco e encostei as costas na cadeira.

— não Casey, talvez só um pouco irritado.

— eu não quis te acusar de nada eu só estou um pouco irritada também — me olhou implorando pelos olhos pra que eu entendesse o seu lado e eu entendia.

— tá tudo bem, é por isso que se sentou aqui? — perguntei sorrindo e ela franziu a testa olhando em volta.

— eu gosto desse lugar, por isso estou aqui, tem uma boa vista — se esticou pra alcançar a mochila no chão quase caindo da cadeira e sacou o caderno e uma caneta.

— eu sei que não gosta — imitei seus movimentos pegando minhas coisas e ela curvou o canto dos lábios me ignorando. A aula que eu mais gostava não foi capaz de ter a minha atenção com essa garota ao meu lado, olhei sua camiseta dos Falcons que estava amarrada nas costas deixando a roupa curta, seus cabelos loiros estavam presos e eu podia ver seu pescoço quando ela abaixava a cabeça para fazer anotações no caderno, olhei as mãos delicadas sobre a mesa e notei que até a sua letra era bonita, tinha um anel do dedo indicador e dois elásticos coloridos no pulso que até onde eu me lembro sempre estiveram lá.

— para de me olhar — brigou comigo franzindo o meio das sobrancelhas como se estivesse brava e eu segurei um sorriso olhando em volta e vendo a sala toda distraída.

— você é muito bonita pra que eu não olhe — brinquei com o elástico no pulso e ela sorriu desviando os olhos, e ficamos assim até o sinal bater. Voltando pra casa os caras estavam no meu carro tagarelando sem parar sobre o próximo jogo e eu ouvia tudo sem tirar os olhos do trânsito.

— meu pai tá muito em cima de mim, disse que é inadmissível que percamos esse jogo — Bryce falou do meu lado e coçou a nuca.

— não se preocupa com isso, vamos ganhar, ele fala isso todas as vezes mas naquele dia que perdemos ele estava triste mas não saiu do seu lado — Richie lembrou ele e era verdade. Bryce é filho do Jack Holland, ex jogador de hóquei aposentado que nunca perdeu um jogo enquanto estava no topo, ele era muito cobrado mas sabíamos que o pai dele era uma boa pessoa.

— vamos ganhar tá legal? Estamos tão bem que vou acabar me acostumando com as vitórias — Liam falou se enfiando entre os bancos e esticou a mão até a minha água que estava no câmbio.

— você não tem sua própria garrafa? — perguntei olhando ele pelo retrovisor.

— tenho, mas ela está vazia — revirei os olhos e foi a vez do Bryce abrir o porta luvas xeretando.

— chiclete — comemorou igual um idiota e vi ele distribuir os malditos chicletes de melancia que não saiam da boca da Casey, lambi os lábios lembrando do último beijo que demos hoje antes que ela fosse trabalhar e acabei aceitando um chiclete, e segurei um sorriso mascando aquela coisa.

— hoje foi tenso lá na pista, eu vi você e a Casey brigarem — Liam falou tocando meu ombro.

— o trinador passa dos limites, ela acabou ficando brava mas eu entendo, roubamos o horário das patinadoras — cocei a cabeça — e ela tá ensaiando todo dia preocupada com sábado — chegando na nossa rua estacionei o carro e fechei os vidros enquanto eles saltavam do carro.

— a pista fica vazia a noite — Richie piscou pra mim antes de entrar em casa e fiquei parado no lugar pensando. E sim, eu faria isso.

Perto das 21:00 da noite eu estava na calçada do Joe's encostado na porta do meu carro e olhando pro céu que hoje estava limpo e cheio de estrelas. ouvi a porta bater e olhei pra frente vendo ela me encarar sem entender por que eu estava ali, mas com um sorrisinho.

— tá fazendo o que aqui? — veio andando na minha direção e o vento empurrou seus cabelos pro lado a deixando como uma miragem que se aproximou em câmera lenta arrancando meu controle, minha calma.

— surpresa — analisei o vestido que era uniforme com os tênis brancos e me aproximei a puxando pela cintura, ela me olhou ainda com a boca curvada em um sorriso e passou os braços pelo meu pescoço.

— vamos pra sua casa? — neguei e ela esperou que eu explicasse.

— surpresa — revirou os olhos e antes que ela reclamasse eu beijei seu queixo, fazendo ela trocar as palavras por um suspiro, beijei sua bochecha, têmpora , e passei o nariz no seu vendo que ela assistia os meus movimentos, mas era atingida da mesma forma que eu. Finalmente beijando seus lábios e ela sorriu antes de aprofundar o beijo me puxando pra baixo, minha língua deslizou suave em um beijo lento e demorado, segurei sua nuca quando o beijo deixou de ser lento e se tornou violento e tão forte que meus lábios arderam quando ela me mordeu, aproveitei o máximo que eu pude e só parei quando ficamos sem ar, nos afastamos por centímetros e ela me olhava com os olhos azuis que brilharam mais que as estrelas que eu vi no céu essa noite, senti que ela apertou minha camiseta e deitou o rosto no meu peito.

— vamos pra essa surpresa então — concordei e abri a porta pra ela correndo até o banco do motorista, enquanto dirigia pelas ruas escuras e só a luz dos postes iluminavam a rua eu me peguei tendo o melhor momento do meu dia, o que se confirmou quando a mão da loira deslizou por trás do meu pescoço e me fez um carinho que foi capaz de relaxar os meus músculos e tranquilizar meus pensamentos. os dedos entraram pelos meus cabelos e desciam até o limite da minha camiseta me deixando em paz e com um sorriso de lado que foi escondido pela noite.

Meu destino - amores improváveis #2Onde histórias criam vida. Descubra agora