LOGAN
Tomei café da manhã com a minha mãe enquanto ela tagarelava sobre a ceia de natal, todo ano ela e a Abby se empenhavam muito e faziam mais comida que o necessário e então eu acabava almoçando sobras da ceia por uns dias.
— vamos, termine de comer e venha me ajudar com as luzes — ela pediu já levantando da mesa, todos os vizinhos enfeitaram suas casas com luzes de natal e essas coisas, e como minha mãe não queria contratar ninguém esperou que eu chegasse pra colocar as luzes no alto da casa.
— olha a casa do senhor Luis, ele não vai conseguir estacionar com tantas renas — subi as escadas de ferro com a minha mãe em baixo segurando pra eu não cair, prendi as luzes com fita dupla face e antes que eu fizesse em volta de toda a casa a fita acabou — mãe você pode buscar mais fita? — perguntei olhando pra baixo.
— estou indo, querida você pode segurar aqui pra esse garoto não se espatifar no chão? — não vi com quem ela falava mas reconheci a voz que respondeu.
— não seria má ideia em Jess — a loira afiada apareceu no meu campo de visão e pisou na escada a segurando com o seu peso.
— se eu cair vai ser considerado tentativa de homicídio — avisei e ela deu os ombros — a gente podia ter vindo juntos.
— fui dar uma carona pra Tessa até o aeroporto — me virei pra olhar melhor pro seu rosto e ela me repreendeu com os olhos — você vai cair sem nem precisar da minha ajuda.
— tá preocupada comigo? — colocou a mão na cintura olhando pros lados.
— cala boca você está gritando pra rua toda ouvir, a altitude deve ter mexido com a sua cabeça — ri de costas pra ela e minha mãe logo saiu com um rolo de fita e jogou pra mim que agarrei no ar, e em alguns minutos terminei enquanto elas duas fofocavam lá no chão — acabei, a noite a gente liga e vê como ficou.
— obrigada filho — fez carinho no meu ombro entrando pra casa, parecendo querer deixar a gente sozinho.
— tudo bem? — perguntei encarando seu rosto que encarava as luzes de natal em volta da casa.
— sim — todas as vezes que eu faço essa pergunta recebo a mesma resposta e nunca parece ser verdade.
— vocês vem essa noite? — me referi ao jantar de natal e ela me olhou como se eu tivesse amnésia.
— sim, igual a todos os outros anos Logan — não, nunca mais vai ser igual aos outros anos.
— igual não, diferente dessa vez — tirei uma mecha de cabelo que o vento jogou no seu rosto e ela apertou os olhos pra mim — o que foi?, só estou te ajudando.
— deve ter alguém vendo a gente pela janela — sussurrou me fazendo rir, ela diz isso mas continua aqui a 1 passo de mim.
— não estamos fazendo nada, eu poderia te puxar pela cintura e te beijar, aí sim seria estranho — ela limpou a garganta depois de me encarar por um minuto inteiro e desviou os olhos de volta para a casa.
— a gente precisa se controlar, não estamos na fraternidade — controlei a vontade de cheirar seu pescoço e morder sua pele clara — tô indo pra casa — anunciou saindo de perto de mim e andando pela grama até a escada da sua casa.
— até depois — entrei em casa rindo e minha mãe me encarou com uma cara engraçada — o que foi?.
— nada, acho engraçado vocês dois juntos — não respondi já que se ela sacasse tudo a Casey arrancaria minhas bolas, então me limitei em ir até a cozinha ajudar com as comidas.
Quando a campainha tocou minha mãe foi abrir a porta e eu parei em volta da mesa olhando toda a decoração, a casa inteira estava enfeitada e a casa estava em meia luz com mil velas acesas.
— Jess que coisa linda, esse ano você se superou — ouvi a voz da Abby e ela entrou sorridente olhando em volta e estava linda de vestido vermelho e salto alto, Abby é muito diferente da Casey, tem cabelos castanhos e uma franja na testa que combina muito com ela, olhos claros e grandes, e nisso sim ela se parece com a filha — que homem lindo você está se tornando — apertou minhas bochechas me fazendo rir e me puxou pra um abraço bem afetivo.
— abraço — ouvi uma voz infantil que me fez sorrir e olhar pro chão pegando a Lili no colo.
— você está linda — beijei seu rostinho e ela sorriu logo se debatendo pra descer do colo e ir olhar a árvore de natal, encarei a Casey entrando e tagarelando com nossas mães.
— a gente já pode abrir um vinho? — perguntei e todas se agradaram, escolhi uma garrafa na cozinha e as taças já estavam na mesa — Abby — entreguei sua taça junto com a da minha mãe e Casey parou ao meu lado segurando nossas taças.
— que tal um porre juntos hoje? — propôs fazendo nos três rirmos e eu concordei enquanto fazíamos um brinde, enquanto ela bebia eu observei como ela estava bonita. Cabelo meio preso e meio solto com ondas, uma calça branca com um tecido mole e uma blusinha tomada que caia em um vermelho escuro quase vinho deixando seu colo amostra, e me dando uma vista da sua pele que parece aveludada e eu já descobri que realmente é, coberta por algumas sardas e uma pinta muito charmosa na clavícula. Me pegando no flagra me repreendeu com os olhos dando a volta na mesa e seguindo nossas mães até a sala.
— vamos registrar o momento, pega a câmera filho — todo ano tiramos umas fotos e minha mãe as coleciona em um álbum, desde quando eu era criança. Primeiro tirei uma foto de todos nós, depois uma da minha mãe com a Abby, e por último Casey e eu. Tínhamos umas 50 dessas de todos as festas em família, minha mãe sempre insistiu muito e eu até que gosto de guardá-las.
A noite passou lentamente mas de um jeito bom, depois da 00:00 jantamos e mais tarde Abby e Jess se juntaram para tomar uma garrafa de vinho no sofá, Casey e eu acabamos dividindo umas cervejas na varanda da minha casa e conversamos muito, muito mesmo. E eu gostei.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Meu destino - amores improváveis #2
RomanceCasey Fisher faz parte da equipe de patinadoras de Yale, enquanto faz de tudo pra ter chances nas nacionais de patinação artística e lida com os problemas de ter uma mãe dependente química em casa, ela precisa aprender a lidar com sentimentos estran...