Capitulo 63

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CASEY

Não entendi o que ele tramava quando estacionou no campus e desceu do carro pedindo pra que eu o seguisse, e foi o que eu fiz até chegarmos em uma porta que geralmente não está aberta, entramos pelo fundo da pista e enquanto eu fechava a porta atrás de mim ele correu até o disjuntor acendendo luz por luz do gelo e fiquei no canto esperando ele falar o que realmente queria.

— que foi bailarina? A pista é sua — me abraçou por trás beijando meu ombro e me virei pra ele.

— você invadiu o pista pra eu ensaiar? — falei o óbvio e ele deu os ombros sendo modesto.

— o segurança é meu amigo — me olhou esperando que eu me mexesse mas não sai do lugar — vai se trocar, eu vou calçar meus patins — me deixou e andou até os bancos, andei pro lado oposto e não parei de sorrir enquanto tirava o vestido e colocava uma legging com uma blusa, levei os patins na mão e andei até o banco em que ele estava. Enfiei os pés e observei ele amarrar o meu patins direito e me deixando com o esquerdo, sorri amarrando meu cabelo e ele sorriu pra mim me puxando pra levantar e andamos até a grade.

— vamos lá — me chamou e pisamos juntos no gelo, acho que pela primeira vez na vida, de mãos dadas patinamos até o centro da pista e ele se afastou soltando nossas mãos e fazendo um choque subir da ponta do meu dedo e bater direto no meu coração, me dando a sensação de perda longe do seu toque — me mostra — pediu e eu concordei sorrindo sob os seus olhos castanhos que me olhavam com devoção, carinho, confiança e coisas que eu não sabia explicar. Suspirei e fechei os olhos completamente à vontade de dançar sabendo que era ele quem me olhava, parece que dessa vez a coreografia fluiu muito mais fácil com o meu coração estando tranquilo, mesmo que eu sentisse suas batidas saindo dos meus ouvidos, a música tocava na cabeça mas tudo que eu realmente ouvia era a lâmina raspando o gelo cada vez que eu me mexia, parei um pouco longe do Logan e voltei patinando até a sua direção.

— o que você achou? — apertei as mãos uma na outra quando vi que ele estava encostado nos acrílicos da pista e seu rosto estava mais vibrante, olhos que me engoliram, lábios molhados que subiram em um sorriso que mostrou os dentes brancos perfeitos, um sorriso incrível que me derrubava.

— eu não sei o que dizer — se aproximou fazendo nossos patins se tocarem — sério; eu não sei mesmo, isso tá simplesmente impecável, você tava falando comigo mesmo de olhos e boca fechados — bagunçou os próprios cabelos — parecia que eu tinha voltado no tempo e tínhamos 12 anos e eu te vi competir, foi aí que eu soube que eu estava ferrado — sorri voltando a segurar sua mão que me fez tanta falta — temos a noite toda, já está perfeito, mas podemos ficar aqui o tempo que você quiser — beijou meus lábios e me puxou pelo gelo — vamos tentar alguns passos — ri e parei do seu lado.

— pernas juntas, postura, cabeça pra cima — toquei seu queixo fazendo ele olhar pra frente e o puxei pela mão — desliza, não precisa correr — ele deslizou junto comigo — braços abertos — fiz o movimento leve e ele me imitou, me fazendo rir dos músculos que eu tanto gostava tentando ser delicado.

— eu quero aprender a girar — me puxou pela cintura fazendo eu parar no lugar e arqueei as sobrancelhas.

— tudo bem bailarino, juntas os pés assim — demonstrei e ri com ele fazendo tudo bonitinho — gira o seu corpo jogando o peso pra sua direita — fiz e ele me olhou com atenção me imitando em seguida e eu ria observando o jogador de hóquei rodopiar, ninguém acreditaria nisso.

— eu levo jeito, podíamos ser uma dupla e tanto — gargalhou tentando outro giro e uma verdade piscou na minha cabeça.

— você me trouxe até aqui em uma terça à noite, só pra que eu patinasse? — ele parou de girar e me olhou sorrindo.

— sim, pensei nisso hoje de manhã, na verdade o Richie me deu a ideia, e o segurança não é meu amigo, prometi os primeiros lugares pra ele no próximo jogo — contou divertido e patinou em círculos a minha volta.

— e por que você fez isso? — perguntei fazendo ele parar e passar as mãos no meu rosto e pousar na minha cintura.

— não tem um por que, eu só queria que você ficasse feliz, confiante, eu só quero que você vença — agarrei seus cabelos o puxando pra um beijo e pra confirmar tudo o fio elétrico voltou e veio carregado de uma certeza que não tinha como negar agora.
Eu estou apaixonada por Logan Mckey.
Senti suas mãos grandes subindo pelas minhas costas e empurrei mais o corpo sob o seu, fazendo ele me segurar com mais força.

— vai ser impossível não irmos pra minha casa depois daqui, os seus beijos hoje estão acabando comigo — sorri e ele lambeu os meus lábios puxando com os dentes antes de voltarmos pro maldito beijo que se tornou o meu favorito.

— vamos dançar, antes de irmos embora — me afastei deixando ele ainda meio zonzo e com os lábios vermelhos curvados em um sorriso. Deslizamos juntos pelo gelo de mãos dadas e olhei ele de perfil enquanto ele falava sobre saltos, e na confusão dos meus pensamentos eu não sentia medo que um deles era que eu estava contentamento apaixonada pelo meu inimigo, que deixou de ser inimigo a muito muito tempo.

— tá me encarando de novo — ele notou e me girou duas vezes me fazendo rir.

— você é lindo demais pra que eu não olhe — usei sua frase de hoje de manhã e ele sorriu beijando meu pescoço.

— você fez uma coisa com a perna muito interessante hoje, parabéns pela sua mobilidade — e eu gargalhei sabendo exatamente do que ele falava.

— isso trouxe pensamentos impróprios pra você? Qual o seu problema só é uma dança — impliquei fazendo ele dar os ombros derrotado.

— fazer o que, sou um pervertido quando se trata de você — empurrei seu ombro e acabei fazendo o movimento mais uma vez, fazendo ele me olhar de cima a baixo, enquanto minha perna estava esticada no ar e minha mão segurava o patins acima da cabeça — como você consegue fazer isso? — parecia estar chocado me fazendo sorrir e voltar ao normal me segurando nos seus ombros.

— é o que eu sei fazer — beijei ele e suas mãos foram parar na minha bunda — tem razão, um pervertido.

— você me deixa sem nenhum juízo — apertou minha carne por cima da calça fina e mordeu meu lábio inferior.

— vamos pra casa — bati o martelo e recebi um tapa na bunda que ecoou pelo lugar vazio — Logan — meu alerta saiu mais sexual do que sério.

— podíamos fazer aqui — sussurrou me olhando como se fosse rasgar minha roupa e dessa vez eu que o mordi.

— no vestiário ou no carro? — acabei entrando na brincadeira fazendo essa proposta e ele sorriu puxando meu cabelo pra falar no meu ouvido.

— no vestiário — me puxou pela mão fazendo eu sair do transe e parei ele quando chegamos na saída do gelo.

— alguém pode chegar, tem os seguranças — alertei e ele passou às mãos pelo meu cabelo me olhando com um sorriso.

— não tem ninguém aqui, acredite eu pensei em tudo, e não vai me deixar que você não sente vontade que eu coma você lá dentro, pra todas as vezes que você se troca, se lembrar onde a minha língua passou — quase caí de joelhos quando sua mão passou no meio das minhas pernas esfregando por cima da roupa.

— porra Logan — passei por ele sendo seguida e eu já queimava em expectativa sabendo tudo que me aguardava, mais uma experiência maluca que eu nunca ia esquecer.

Meu destino - amores improváveis #2Onde histórias criam vida. Descubra agora